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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 16, 2011

Contra a turma da ziquizira, investimento

Enquanto urubus, corvos e outras aves de agouro vão torcendo pelo pior dos mundos, com inflação, recessão, o Brasil de verdade vai avançando. Hoje, a presidenta Dilma Rousseff visitou as obras que preparam o Mineirão para a Copa do Mundo. E com ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Dilma não teve problemas com o fato de os operários da obra do Mineirão estarem em greve por melhores salários. Eles estão na deles, aproveitando o fato de que, contra o Governo e contra uma obra vital para o país, a cobertura da mídia é simpática a qualquer greve, em lugar de exigir “ordem”, como quando é em outra situação.  E sabem que, dentro da calma e do respeito, nesse governo não se manda dar bordoada em trabalhador. Vai sair acordo e obra no prazo, lá como no Maracanã e em toda parte.
Depois, assinando verbas no valor de R$ 2 bilhões para o Metrô de Belo Horizonte – como fez ontem, para a conclusão do Rodoanel, em São Paulo, a presidenta mostrou que não tem partidarismo quando se trata de interesse público, ao contrário da oposição e da mídia, que torcem até contra o Brasil se sair bem na Copa.
E avisou à turma da roda-presa, á qual já tinha dito ontem que  “o Brasil não quebra mais” com qualquer crise internacional:
“Investir em infraestrutura é um maneira de dizer não à crise internacional que afeta os países da zona do euro e os Estados Unidos.É uma maneira de dizer não à todas aquelas tentativas passadas de, sempre que havia crise, nos levar à redução do ritmo de crescimento. É uma maneira de dizer um sonoro sim ao crescimento”.
é isso aí: um sonoro sim ao crescimento, ao emprego e à elevação da renda e um não rotundo à recessão.
*Tijolaço

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