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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 08, 2011

Lula recebe prêmio na Polônia por respaldo à liberdade e democracia



O ex-presidente Lula foi agraciado com o prêmio 'Lech Walesa', criado em 2008 para reconhecer personalidades destacadas por seu respaldo à liberdade, democracia e cooperação internacional.

Lula receberá o prêmio em cerimônia que acontecerá no próximo dia 29 de setembro na cidade de Gdansk, no norte da Polônia, segundo a Fundação Lech Walesa confirmou nesta quarta-feira à Agência Efe.

Lula expressou seu agradecimento à fundação polonesa e disse que considera o prêmio como um reconhecimento não só de suas conquistas pessoais, mas também do povo brasileiro, que nos últimos oito anos mostrou como é possível realizar uma transição econômica e social de forma pacífica e democrática.

Por sua parte, o ex-presidente polonês Lech Walesa lembrou que, embora Lula tenha 'raízes ideológicas diferentes', compartilha com ele uma origem sindical e a realização de mudanças excepcionais em seus respectivos países.

Walesa fundou seu prêmio em 2008, 25 anos após ter sido agraciado com o Nobel da Paz por sua luta contra o comunismo e pelo advento da democracia na Polônia. A fundação polonesa premia o vencedor com US$ 100 mil.

Em 1990, após protagonizar numerosos protestos e pôr em xeque o Governo comunista polonês, a queda do muro de Berlim abriu as portas da democracia na Polônia, onde Lech Walesa se tornou o primeiro presidente eleito livremente pelos cidadãos desde a Segunda Guerra Mundial.Os Amigos do Presidente Lula.

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