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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 13, 2011

NaMariaNews: Alckmin gasta 9 milhões pela fidelidade do PIG (*)

Saiu no Viomundo:

NaMariaNews: Alckmin gasta 9 milhões pela fidelidade da PIG


Alckmin: 9 milhões pela fidelidade da ‘Proba Imprensa Golpista’

E seu Barão assina os jornais e revistas para as Escolas Públicas

Do NaMariaNews


Interrompemos nossas saudáveis férias nas paradisíacas selvas de Bornéu para informar que a chuva é molhada, o sol é quente, a grama é verde e a Educação de São Paulo continua a mesma, embora sob completa nova direção.


O Barão de Taubaté, ou melhor, o Sr.  José Bernardo Ortiz Monteiro é o presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) desde sua nomeação pelo Governador Geraldo Alckmin, em janeiro deste ano.


Pois não é que depois de ferrenha labuta nas negociações, Ortiz acatou ordem superior e assinou milhares de exemplares de jornais e revistas do PIG (Proba Imprensa Gloriosa) – para as melhores escolas públicas do mundo, cujos professores são também os mais bem remunerados do planeta? Sim. Exatamente como fizeram seus antecessores, o ex-governador José Serra e o finado Paulo Renato Costa Souza, ex-secretário de Educação de SP, o Barão de Taubaté fechou com a Folha de SP, Estadão, Veja, IstoÉ e Época. Tudo, como sempre, sem licitação.


Desnecessário dizer que, mais uma vez, a CartaCapital não aparece no rol dos favorecidos.


Eis os contratos, datas e seus valores, de acordo com o Diário Oficial:


27/julho/2011 – Época

- Contrato: 15/00628/11/04

- Empresa: Editora Globo S/A

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas da “Revista Época” – 52 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 1.203.280,00

- Data de Assinatura: 26/07/2011

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)


29/julho/2011 – Isto É

- Contrato: 15/00627/11/04

- Empresa: Editora Brasil 21 LTDA

- Objeto: Aquisição pela FDE, de 5.200 (cinco mil duzentas) assinaturas da “Revista Isto É”, 52 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.

- Prazo: 365 dias

- Valor: 1.338.480,00

- Data de Assinatura: 25/07/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)


3/agosto/2011 – Veja

- Contrato: 15/00626/11/04

- Empresa: Editora Abril S/A

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas da “Revista Veja”, 52 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo

- Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 1.203.280,00

- Data de Assinatura: 01/08/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)


6/agosto/2011 – Folha

- Contrato: 15/00625/11/04

- Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas anuais do jornal “Folha de São Paulo”, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 2.581.280,00

- Data de Assinatura: 01/08/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 23/julho/2011)


17/agosto/2011 – Estadão

- Contrato: 15/00624/11/04

- Empresa: S/A. O Estado de São Paulo

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal “O Estado de São Paulo”, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura.

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 2.748.616,00

- Data de Assinatura: 01-08-2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 23/julho/2011)


Total: R$ 9.074.936,00.


Você pode comparar os valores e quantidades dos anos anteriores nas tabelas deste texto.


Extenuado de tanto firmar tão bons acordos pedagógicos, o presidente da FDE, José Bernardo Ortiz Monteiro, como faz qualquer funcionário público, foi ter uns dias de férias lá na Europa.

Oh là là!


Alvíssaras, confrades.


PS – Agradeço ao gentil comentarista desta casa, em texto sobre os contratos do Estado (leia-se José Serra via Prodesp) com a empresa de escutas/grampos e que tais, Fence Consultoria, que escreveu o seguinte:


“Para achar coisa do PSDB é uma aranha, mas contra o petismo é mosca morta”


A ele nossa inteira concordância. Há mesmo seres mutantes em todas as esferas. Por exemplo, caro comentarista: por vezes sois uma araponga, mas em outras também um tucano.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
*PHA

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