“Ao contrário de muitas outras trajetórias e caminhos, o nosso caminho é claro. O nosso caminho é: nós vamos continuar crescendo, nós vamos continuar investindo, nós não queremos o país… em recessão, nós temos armas suficientes, mas nós também vamos manter a estabilidade do nosso país”.
A frase da presidente Dilma, hoje, na inauguração da siderúrgica franco-nipônica Vallourec & Sumitomo, que vai produzir tubos de aço sem costura para a indúsria de petróleo e gás, dá o recado bem claro: o Brasil não vai enfrentar a crise com arrocho, com recessão, com desemprego, com roda presa.
Está certíssima e é ela, que foi eleita, quem tem legitimidade para definir esse rumo, o que lhe valeu os votos da maioria do povo brasileiro. Com responsabilidade, mas com firmeza.
O pessoal do “parem as máquinas” vai ficar morto de raiva, mas não adianta. A presidenta já enfrentou muita coisa na vida para entregar a rapadura por conta de conselhos de uma gente que sempre esteve do lado do Brasil que não crescia.
Assista o trecho do vídeo que a gente baixou e editou, a duras penas com a internet que não anda e a assessoria do Planalto que não edita e coloca na rede uma inacreditável gravação de quase uma hora e vinte minutos – só pode ser para ninguém ver.
*Tijolaço
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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