marceneiro e artista plástico Lair Moreira, 75 anos, não sabia que
nesta segunda-feira é celebrado o Dia Internacional do Idoso. Mas
segundo ele há poucos motivos para comemorar.“Hoje
está mais fácil de se viver, tem mais conforto, televisão, computador.
Mas acho que o ser humano foi mal programado. Você nasce, trabalha,
depois fica velho, dependendo dos outros, incapaz, cheio de doença.
Devíamos ser como a lâmpada: apagou, morreu.”
A costureira Maria
Ferreira de Souza, 61 anos, é mais otimista e acredita que o segredo
para uma boa velhice é estar sempre ativa e produzindo. “Trabalho desde
meus 8 anos de idade, na roça. Quero trabalhar até quando puder. Não me
entrego não, sou igual a minha mãe: está com 87 anos e ainda mexe com
seus fuxicos e não fica parada. Faço escalada, subi no Cristo
(Redentor).”
A situação do idoso fragilizado no Brasil
Novo envelhecimento
Cuidador: profissão ou missão?
Lair
e Maria vivem no Rio de Janeiro, a capital do País com a maior
proporção de idosos (cerca de 15% da população têm mais de 60 anos). No
Brasil, a média é 12% e, no total, são 23,5 milhões de idosos no Brasil.
Pesquisas
comprovam ano a ano a tendência de envelhecimento da população –
resultado da melhoria na qualidade de vida, queda na taxa de natalidade,
acesso à assistência médica e a remédios, alimentação e prática de
atividade física. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra
por Domicílio (Pnad), divulgados no mês passado, o número de idosos no
País mais que duplicou desde 1991, quando essa faixa etária
contabilizava 10,7 milhões de pessoas acima dos 60 anos.
A
aposentada Akemi Oura, 61 anos, cobra acessibilidade nas ruas da cidade e
equipamentos sociais para os mais velhos. “Quando quero me exercitar
nesses equipamentos que a prefeitura fez, tenho que ir para a zona sul,
pois aqui onde moro não há.”
Para a geriatra Ana Lúcia de Sousa
Vilela, faltam políticas públicas eficazes para os idosos, que são
comuns em países desenvolvidos, onde representam quase maioria da
população. “O país do futuro envelheceu. O Brasil tem hoje mais idosos
que crianças, embora as políticas para as crianças, gestantes, sempre
foram maiores. Mas não temos serviços preparados para os idosos e faltam
profissionais de saúde para atender o idoso.”
A médica ressaltou o
preconceito contra os idosos, considerados por muitos indivíduos
inúteis, “como se estivessem aposentados não só do trabalho, mas também
do convívio social. O idoso está conquistando seu espaço e está mudando o
modo de pensar”, comentou, ao citar o Estatuto do Idoso (criado em
2003), como avanço na legislação.
Na opinião do geriatra Salo
Buksman, o estatuto não tem sido colocado em prática. “O estatuto é
completo e bonito, mas não funciona, pois não há mecanismos para
garantir que ele funcione. Como o estatuto vai assegurar, por exemplo, o
atendimento, a reabilitação, o atendimento geriátrico e gerontológico
em ambulatórios, unidades geriátricas de referência, sem profissionais
suficientes? A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia tem no
máximo 1,5 mil sócios no País inteiro.”
Buksman concorda que os
idosos estão mais ativos e participativos na esfera social e ganhando
respeito da sociedade. “Temos agora um cidadão idoso que procura
trabalhar, procurar ser útil na administração do seu prédio, veste-se
com roupas da moda, com um comportamento bem diferente do idoso de
antigamente. A autoestima e a valorização do idoso têm melhorado.”
Fonte: Portal: Terra
*Deficienteciente
Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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