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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 12, 2012

Nobel da Paz para a guerra da austeridade



A União Europeia foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz na fase da sua história em que a política de austeridade, instituída como política única da instituição, criou mais de 25 milhões de desempregados, lança milhões na miséria, reprime e suprime direitos humanos elementares.
Merkel e Barroso estão em guerra, não em paz com os eurpeus.

"A União Europeia e as suas antepassadas contribuem há seis décadas para promover a paz, a reconciliação, a democracia e os direitos humanos na Europa", declarou Thorbjoern Jagland, presidente do Comité Nobel.
Nos fundamentos da atribuição, o Comité Nobel afirma que "a União Europeia atravessa actualmente graves dificuldades económicas e considerável inquietação social. O Comité Nobel", acrescenta, "deseja salientar o que vê como mais importante resultado da UE: a luta com êxito pela paz e reconciliação e pela democracia e direitos humanos". Ainda segundo a explicação oficial, "o papel estabilizador desempenhado pela UE ajudou a transformar a maior parte da Europa de um continente de guerra num continente de paz".
O Comité salienta como contributos para a paz as integrações de Portugal, Grécia e Espanha, a integração dos países de Leste a seguir à queda do Muro de Berlim, o papel desempenhado pela pacificação dos Balcãs, traduzido pela próxima entrada da Croácia e os progressos que a Turquia tem registado em matéria de direitos humanos.
Os fundamentos da atribuição do Prémio Nobel da Paz, anteriormente atribuído a Barack Obama mal acabara de tomar posse do cargo de presidente dos Estados Unidos, omitem o papel da União Europeia e de países membros no desencadeamento das guerras nos Balcãs, nas guerras do Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria, onde a Turquia, que ocupa o norte de Chipre, persegue os curdos, é o agente que mais alimenta a guerra civil e a agressão externa.
O presidente do Parlamento Europeu, o social democrata alemão Martin Schulz considera "uma grande honra que a União Europeia tenha vencido este ano o Prémio Nobel da Paz". Presidente da única instituição diretamente eleita pelos cidadãos, e que por isso tem um papel secundário nas decisões da União, Schulz entende que "este prémio é para todos os cidadãos da União Europeia".

Exemplo de paz e tolerância na Grécia
Respeito a democracia na Espanha
Louvação a paz e a dignidade humana na Líbia

Nota do Blog: primeiro eles contemplaram Obana e seu complexo militar apocalíptico  Agora eles premiam a UE. Quem sera o próximo, o Mossad?
*Cappacete

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