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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 21, 2015

Brasil e China quebram o
monopólio do Canal do Panamá

Não é só ligar à China, mas a toda a Ásia !

Olha lá: o FHC daria o dedo mindinho da m


O PiG deve estar paralisado entre a perplexidade e o ressentimento, com o sucessoretumbante  da visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang.

O PiG foi apanhado de calças curtas em seu sentimento neo-colonial e, tivesse lido os jornais e agências chinesas, desde sábado, saberia que o Governo chinês não vinha ao Brasil cumprir uma formalidade diplomática.

O PiG joga o jogo da Copa: não vai ter Copa !

Ele torce pelo fracasso.

E teve China.

O anuncio da ferrovia Transcontinental, que vai levar o Brasil e a China ao Peru pelo interior do Brasil – ou seja, carregar grãos e manufaturas nas composições – é de superior importância estratégica.

Que os colonistas neo-coloniais, desses que vão à festa do Man of the Year não conseguem captar.

Por que ?

Porque a Transcontinental vai tirar o monopólio do Canal do Panamá !

Há cem anos, o presidente americano Woodrow Wilson realizou a o sonho de Theodore Roosevelt e chegou ao Pacífico sem precisar vir ao Rio e a Buenos Aires.

Ir de Nova York à Califórnia sem vir ao Rio …

(O que foi uma tragédia para o Rio…)

Cem anos depois, Brasil e China resolvem ligar o Atlântico à Ásia em cima de trilhos e com comida em cima !

Não só à China, mas, vejam bem ! – a toda a Ásia !

É uma revolução !

Ah !, não vai ficar pronto, dirão o dos chapéus e a Urubóloga.

Claro, não vai ficar pronto como a reforma do Maracanã, como Itaipu, a ferrovia Norte-Sul e Belo Monte  !

Ah !, dirão os céticos, mas a China tenta rasgar o território da Nicarágua e construir lá em cima, nas barbas dos americanos, uma alternativa ao Canal do Panamá.

Sim, mas qual a segurança institucional que a Nicarágua pode oferecer, ali, na marca do penalty dos americanos ?

Aqui, não. 

Aqui tem Supremo, Moro, Vara de Guantánamo, Executivo, Legislativo, Cunha e PiG 100% contra !

E o Brasil sobrevive, institucionalmente !

Além disso, é bom ressaltar que a Caixa e o Banco Industrial e Comercial da China tem um prazo de 60 dias para definir empreendimentos de infra-estrutura que serão financiados ou dinamizados a partir de um capital conjunto de US$ 50 bilhões.

É mais do que dinheiro para investimento direto e, sim, recursos que podem ser uma alavanca para levantar recursos.

Outro ponto estratégico central nesse conjunto de acordos foi um up-grade na operação para ao lançamento de satélites.

O empreendimento começa a sair da troca de Ciência e Tecnologia para a fase propriamente comercial.

Os dois países passarão, breve, a  vender satélites e a tecnologia para lançá-los.

O PiG vai se armar para anunciar amanhã, quarta-feira 20/5, que “não vai ter Copa”.

“Os chineses prometem, mas não entregam.”

“Mas, quanto é que os chineses vão despejar aqui ?”

“Com números ?”

O briefing realizado pelo Itamaraty e transmitido pela NBR não foi suficientemente claro para explicar o óbvio:

1) não tem um numero que some tudo;

2) não tem um numero que reúna tudo porque são acordos que estão por se definir e que podem mobilizar mais recursos do que os previstos agora;

3) como chegar a um número se não se sabe quais são as parcelas ?

4) quanto vai custar a Ferrovia Transoceânica ? Nem a Urubóloga e sua furiosa equipe produtora de gráficos mortíferos seria capaz de calcular.

Portanto, virem-se, podia dizer o embaixador Graça Lima !

Os colonos não mudam.

Os colonistas são contra o Brasil !

Simples !

E, no Brasil, os colonistas e os jornalistas são piores que os patrões – diz o Mino carta.

Não aceitam que o Canal do Panamá venha a perder o monopólio.

Porque, para eles, o que interessa é vestir smoking para ver o Príncipe da Privataria falar em pseudo-inglês e defender os interesses americanos, no Waldorf-Astoria.

Nem a embaixada americana leva mais eles a sério.

É a turma que acha que os irmãos Wright é que inventaram o avião.

Inclusive o jatinho do João Dória .

Paulo Henrique Amorim

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