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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 22, 2015

Os BRICS, que correspondem à aliança do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, unem os principais países emergentes e é uma resposta aos países hegemônicos

Os BRICS não são de brincadeira

Via GGN
Emanuel Cancella e Francisco Soriano*
Os BRICS, que correspondem à aliança do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, unem os principais países emergentes e é uma resposta aos países hegemônicos, formados principalmente pelos EUA e Europa, que só se referem aos países pobres como colônias.
Com exceção do presidente Barack Obama, representante dos americanos que respeitamos, principalmente pelas políticas como o fim do bloqueio a Cuba, o início do desmonte da prisão de Guantánamo, as negociações com o Irã (ou seja, a prática de se valer menos da força do que do diálogo na política internacional), a sensibilidade com os problemas sociais e a defesa dos americanos pobres, negros, imigrantes latinos, nos permite dizer que Obama é indiscutivelmente melhor do que os dois presidentes Bush (pai e filho) ou seus demais antecessores, já que todos imprimiram uma política de império do norte em relação a todos os países latino- americanos, que sempre foram tratados como quintal dos Estados Unidos.
Foi no governo Lula, com o Partido dos Trabalhadores à frente, que se formaram os BRICS e o Mercosul, o que fortalece Lula, mais uma vez, como um estadista com visão internacional. Houve muito temor de que Dilma não se reelegesse, pois representaria o fim dessas alianças dos BRICS com o Mercosul.
A boa nova vem da China com um pacote de investimentos da ordem de U$ 50 BI em nosso país, priorizando a construção da ferrovia Transamazônica que vai unir os oceanos Atlântico e Pacifico, passando pelo Brasil, o que levará uma explosão comercial do MERCOSUL com o resto do mundo; acabará o isolamento do Brasil no oceano Pacífico e a Venezuela sairá do isolamento!
Enfim, a América do Sul está se levantando, político e economicamente.
A grande mídia, como não poderia deixar de ser, pois sempre se coloca contra o Brasil, deu o informe da reunião de Dilma com o ministro chinês, Li Keqiang, que resultou no pacote bilionário de investimento, como o anúncio de um velório.
Lembrando que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e com no Peru e Chile está em segundo lugar..
Os chineses, apesar do olho pequeno, mostraram sua imensurável visão global que além de despertar entre as nações os sentimentos de liberdade, igualdade e fraternidade, aciona o círculo virtuoso da economia, o que vai gerar investimentos, arrecadação de impostos, empregos e oportunidades para todos, inclusive para os próprios chineses que dão mostras de arrefecimento em sua capacidade de crescimento interno e se abrem para o mundo.
A China, desde o ano 2000, tem conquistado o maior crescimento econômico do mundo, com uma taxa anual de 10% e terá ultrapassado a economia da União Européia, tornando-se o segundo maior mercado de exportação da América Latina, segundo estudos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (ECLAC), da ONU.
Todavia, precisamos estar atentos para o fato de que nossos principais itens de exportação para os chineses se constituem de matérias primas (ferro, soja e petróleo), enquanto que os deles são de manufaturas (televisões, telefones, telas de LCD). Se não pudermos inverter esta situação, pelo menos devemos procurar o equilíbrio.
Acreditamos que essa é a melhor resposta da reeleita presidente Dilma com a qual, enquanto sindicalista temos relação de independência, poderia dar àqueles que, ao que parece, só sabem bater panela.        
Honra ao mérito ao grande nacionalista e economista José Carlos de Assis, articulista do pacote chinês no Brasil, junto ao governo, realizando debates sobre o tema no Clube de Engenharia, nas principais centrais sindicais, nos movimentos sociais e sindicatos.  
*Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
*Francisco Soriano é graduado em ciências econômicas, DIRETOR DA TV Comunitária do Rio de Janeiro e autor do Livro “A Grande Partida: Anos de Chumbo”.
Rio de Janeiro, 20 de maio de 2015
*GilsonSampaio

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