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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 19, 2015

A VENDA DO DECADENTE JORNALÃO PAULISTANO É QUE VAI SER MAIS DIFÍCIL

 A VENDA DO DECADENTE JORNALÃO PAULISTANO É QUE VAI SER MAIS DIFÍCIL




Do uol: ‘Má administração’ leva Estadão a vender rádio para religioso 

Conforme informou há pouco o jornalista Anderson Cheni em seu blog, o Grupo Estado fechou anegociação de uma de suas emissoras de rádio para o missionário R. R. Soares.
Assim, a rádio Estadão (AM/700 Khz), já na próxima segunda-feira (25), passa a ser Nossa Rádio, 
voltada para o segmento gospel.
Por sua vez, a programação da Estadão seguirá no canal em FM 92,9 Mhz.
Eis na íntegra a nota do jornalista:
“O Grupo Estado fechou a negociação de uma das suas emissoras de rádio. O histórico e marcante 
prefixo dos 700 Khz, que já foi Rádio Eldorado e hoje é Rádio Estadão dará lugar à Nossa Rádio, 
emissora do segmento Gospel que pertence ao Missionário R.R.Soares, líder da Igreja Internacional 
da Graça de Deus. A estreia da emissora em seu novo prefixo já foi confirmada pela próprio 
missionário para a próxima segunda-feira dia 25/05.
A partir dessa data, a programação da Rede Nossa Rádio estará simultaneamente na FM 106.9 e 
neste novo canal em amplitude modulada. O Grupo Estado ainda não se pronunciou oficialmente a respeito da negociação.
Fundada em 4 de janeiro de 1958, a Rádio Eldorado marcou época no jornalismo da cidade de São 
Paulo. Aos poucos a falta de investimento na emissora, má administração e parcerias que não deram 
resultados esperados foram fundamentais para a família Mesquita tomar a decisão da negociação.”

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