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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 22, 2015

Estão querendo me 'balear', afirma Lula

Um dia depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dizer no programa de rádio e TV do PSDB que "nunca antes na história deste País se roubou tanto em nome de uma causa", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu a acusação desafiando o adversário a contar a história da aprovação da emenda constitucional que permitiu sua reeleição.

O petista disse também estar assustado com os ataques que vem sofrendo nas últimas semanas. Segundo ele, o motivo é o medo dos adversários de enfrentá-lo novamente nas eleições de 2018. "Eu estou assustado. Gente do céu! Agora eles já não querem mais atacar a Dilma. Agora eles já estão pensando é que tem que balear o Lula pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo", afirmou o ex-presidente nesta quarta-feira, 20.

Lula classificou de "bobagem" a fala no programa de FHC sobre a corrupção. "Um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou ontem (anteontem) à noite. Porque se ele quisesse falar de corrupção precisaria contar para este País a história da sua reeleição", desafiou Lula, durante um seminário promovido ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), em São Paulo.

Aprovada em 1997, a emenda da reeleição foi alvo de acusação de compra de votos no Congresso por parte do governo FHC. O caso foi arquivado pelo então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, por falta de provas. "Se não quiser dizer para mim, não tem problema. Eu sei como foi. Sente na frente do seu neto e conte para ele", provocou Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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