Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 11, 2015

“Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é presença

Com Lula, Marcha das Margaridas deve reunir 100 mil em Brasília

margaridasMilhares de mulheres do Brasil e da América Latina já começaram desembarcar em Brasília para a 5ª Marcha das Margaridas. O evento, que acontecerá entre terça (11) e quarta-feira (12), terá como tema “Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é presença confirmada na abertura do ato, marcada para acontecer às 18h30 no Estádio Nacional Mané Garrincha, na capital federal.
De acordo com secretária de Jovens Trabalhadores Rurais da Federação de Trabalhadores na Agricultura do Estado de Piauí (FETAG-PI), Mazé Morais, a Marcha representa um momento de reafirmação política das mulheres, pautado na autonomia, democracia e combate às desigualdades e violência.
“É de fundamental importância esse momento, de fortalecimento, de reconhecimento da luta das mulheres do campo, da floresta e das águas. Um dos nossos pontos principais é a questão da violência contra as mulheres”, ressalta Mazé.
O movimento tem como estratégia a conquista de visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena. A marcha, que teve a primeira edição no ano de 2000, foi batizada com esse nome em homenagem à trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Alves, assassinada em 1983.
De acordo com Mazé, a edição deste ano tem a expectativa de reunir 100 mil mulheres das cinco regiões do País e de 20 países da América Latina.
“As caravanas com as delegações estão chegando de todo o Brasil e da América Latina. Não tenho dúvidas de que estaremos com esse Mané Garrincha lilás, cheio de margaridas, fortalecendo cada vez mais a luta do movimento sindical de trabalhadoras e trabalhadores rurais deste Brasil”, declara a secretária.
Uma delegação da Marcha das Margaridas se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff, na quinta-feira (6), no Palácio do Planalto, para tratar da mobilização. Participaram do encontro a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, Alessandra Lunas; a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto; e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, além de outras representantes do movimento.
Mazé destaca o compromisso de Dilma em dialogar com a pauta das trabalhadoras do campo. A secretária revelou a expectativa da presença de Dilma durante o ato do movimento.
“Temos a expectativa da presidenta vir à nossa Marcha, dando uma resposta positiva. Não temos dúvida de que, nesse período da marcha, ela não vai conseguir dar respostas a todas as nossas demandas, porque são mais de 400 itens de reivindicação”, ressalta Mazé.
Além disso, a secretária de Jovens Trabalhadores Rurais da Federação de Trabalhadores na Agricultura do Estado de Piauí também garante que a Marcha das Margaridas está com Dilma e não aceitará qualquer movimento golpista.
*http://www.ceilandiaemalerta.com.br/site2014/?p=21480

Nenhum comentário:

Postar um comentário