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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 11, 2015

Abraço simbólico no Jardim Botânico defende manutenção de fundações estaduais

FREDY VIEIRA/JC
Protesto iniciou com abraço simbólico no Jardim Botânico
Protesto iniciou com abraço simbólico no Jardim Botânico
Centenas de servidores públicos do Estado realizam um protesto na manhã desta terça-feira (11) contra a extinção de três fundações estudais propostas pelo governo do Estado para conter a crise. A manifestação iniciou com um abraço simbólico no Jardim Botânico de Porto Alegre e seguiria em caminhada até a sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), no centro da Capital, mas devido a chuva, o protesto se concentrou apenas na Rua Dr. Salvador França.
A terceira fase do ajuste fiscal do governo José Ivo Sartori prevê extinção de três fundações estaduais - a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps) e a Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs). Servidores públicos e sindicatos da categoria temem que, se a proposta for aprovada pela Assembleia Legislativa, vários projetos tocados por esses órgãos sejam interrompidos.
Os rumores de que os locais seriam privatizados com a extinção do órgão são negados pela Sema. Por meio da assessoria de imprensa, a pasta afirma que o Jardim Botânico seria administrado como unidade de conservação e o zoológico passaria por processo licitatório para a realização de algumas concessões. O cuidado com os animais, contudo, permaneceria sendo feito pelo Estado.
*uol

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