Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 07, 2012

Dawkins escreverá livro sobre sua evolução intelectual para o ateísmo

cientista Richard Dawkins
Novo livro do cientista será
publicado em 2014

O biólogo evolucionista Richard Dawkins (foto), 71, vai escrever um livro sobre como a partir de seu trabalho de cientista ocorreu a sua evolução intelectual para o ateísmo. A informação é de Daniel Halpern, porta-voz de sua editora, a HarperCollins.

Ex-professor da Universidade de Oxford, Dawkins nasceu no Quênia e se naturalizou como cidadão britânico. Suas pesquisas sobre genética lhe deram prestígio na comunidade científica.

Ele se tornou conhecido do grande público com o livro “Deus, um delírio”, que foi best-seller inclusive no Brasil. Dawkins o escreveu para incentivar os ateus a saírem do armário e parece que tem conseguido.

O novo livro ainda não tem nome e a sua publicação está prevista para 2014.

O livro mais recente de Dawkins é “A Magia da Realidade” (272 págs., R$ 54, Companhia das Letras). Trata-se de um livro que se propõe a mostrar às crianças como as explicações científicas dos fenômenos naturais são mais fantásticas do que as crenças religiosas.

A militância ateísta do biólogo tem sido pautada pela polêmica.

Quando esteve no Brasil em julho de 2009, participando da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), ele disse que os pais não deveriam impor sua religião aos filhos, deixando para estes decidirem pela adoção ou não de uma crença quando puder fazer juízo de valor.

Dawkins acredita que um dia as religiões deixarão de existir.

Dawkins versus Deus


Com informação do New York Times.
Ateus processam clube por discriminação a Dawkins.
abril de 2012



Ateísmo é um patamar superior ou somente o primeiro degrau?


por Octavio Milliet a propósito de
Dawkins escreverá sobre sua evolução intelectual para o ateísmo

Embora eu entenda os motivos que levaram Dawkins a concluir isso [ateísmo é evolução intelectual], e até concorde de certa forma, temo que ele possa acabar cometendo um equívoco.

Os estudos causam um desenvolvimento intelectual, disso não há dúvida. Mas é de fato o ateísmo o degrau de cima? Ou será o ateísmo simplesmente o primeiro degrau da escada? É isso que eu acho, a religião nem começou a subir uma escada, a escada do conhecimento, pois ela desce cada vez mais numa rampa descontrolada.

Para entender o universo é necessário o pensamento ateu — o de que o universo é como ele é, suas leis são perenes, e não existe um criador, pois apenas com a visão reta da realidade é possível progredir de fato em sua ciência (noção) real.

Claro que muitos religiosos foram responsáveis por diversos descobrimentos das áreas da ciência, porém mesmo eles, quando perguntados acerca dessas descobertas num âmbito maior, dariam as respostas erradas.

O pensamento ateu, ou melhor, o pensamento racional, que não fantasia ou imagina, ele raciocina, é extremamente necessário para que possamos começar a progredir nossa espécie, nossa sociedade, nossa cultura, mas é necessária a re-estruturação também dos valores humanos, que foram desenvolvidos por vias duvidosas, mas ainda assim funcionais, pelos religiosos. Afinal, somos humanos, os religiosos são humanos, e, como tais, desenvolveram valores humanos, dos quais não podemos esquecer ou ignorar.

É necessária a estruturação da compaixão humana, é necessária a queda de uma força niilista e terrível que domina a mente de muitos ateus, ao pensarem "Ah, então não existe um todo, existe apenas o 'eu', neste caso, agirei por mim e nada mais.".

É complicado, mas é possível perceber o que nos une. O que nos une é a potência do grupo, que o indivíduo nunca terá. É a marca de cada um dentro de um todo, que ficará na história da humanidade.

Se Dawkins desconsiderar esses fatores, seu livro será nada mais que um fundamentalismo barato, com bases fortes científicas, mas, ainda assim, um fundamentalismo barato ateísta. 

'Meu grande sonho é a completa destruição de todas as religiões'.
agosto de 2009

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1x8nAX2g1
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário