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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 08, 2012


Ley de Medios:
PT não quer um “remendão”

Saiu na pág. A6 do Estadão:

“PT cobra rapidez de Dilma sobre regulação da mídia”


No documento com que oficializou a candidatura Fernando Haddad - “o novo contra o velho” – a prefeito de São Paulo, o PT, segundo o Estadão, “usa escândalo Cachoeira para criticar oposição e ’setor’ da imprensa e critica ‘descompasso’ com anseios da população”.

A “repórter”  do Estadão diz a certa altura que o PT, ” sem mencionar o mensalão que … dizimou a cúpula do PT em 2005″, acusa a oposição de estar “envolvida em escândalos e crimes” – como Robert(o) Civita com Carlinhos Cachoeira, segundo o senador Fernando Collor.
Navalha
(Sobre a “repórter” do Estadão, diria o Mino Carta, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.)
De fato, o mensalão “dizimou” o PT.
Tanto assim que Alckmim se elegeu presidente em 2006 e Cerra, em 2010.
Foi um morticínio !
Imagine, amigo navegante, a carnificina que se sucederá à absolvição do Jose Dirceu.
Não ficará pedra sobre pedra no edifício do PT.
Agora, sobre o “remendão” do Bernardo.
Nem o PT vai engolir.
Enquanto os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – morrem de rir.
Sofreram tanto, fizeram tanto lobby, gastaram o Latim com o Michel Temer, casaram na Polícia com o Ribert(o) Civita – e tudo isso por causa de um “remendão” ?
Too much ado about nothing, diria um poeta inglês de segunda linha.




Paulo Henrique Amorim



Bernardo produz um remendão.
Chama o Franklin, Bernardo !

Segundo a respeitada publicação Teletime, do jornalista Rubens Glasberg, o Paulo Bernardo vem aí com a sua Ley de Medios:

Minicom quer limitar “proselitismo de qualquer natureza” na radiodifusão


Esta semana, o Ministério das Comunicações se esforçou para contextualizar uma reportagem publicada no último domingo, dia 3 de junho, pelo jornal Folha de S. Paulo, sobre as mudanças nas regras de radiodifusão previstas pelo Minicom. Entre as mudanças antecipadas pelo jornal estavam a cessão de programação a igrejas e a outorga a políticos. O ministério negou que estas mudanças estivessem contempladas na proposta, ainda a ser submetida a consulta, de um novo decreto de radiodifusão a ser editado para atualizar o Regulamento de Radiodifusão (Decreto 52.795/63). Mas este noticiário teve acesso à minuta do futuro decreto, que pode sim abrir espaço para uma restrição a conteúdos religiosos na TV.


A íntegra do documento está disponível para download na homepage do site TELA VIVA e neste link. Pela proposta, o Minicom pretende estabelecer entre as infrações ao serviço de radiodifusão “fazer proselitismo de qualquer natureza, quando expressamente vedado por lei ou ato regulamentar”. Esta restrição é encontrada hoje na legislação de radiodifusão comunitária e na lei que estabeleceu as regras para a radiodifusão pública, mas não estava no antigo Regulamento de Radiodifusão. Aliás, a proposta de novo regulamento, conforme a minuta que deve ser publicada para consulta nos próximos dias, estabelece novas obrigações e retira uma série de infrações.


Entre aquelas que deixariam de ficar expressas no regulamento de radiodifusão (ainda que algumas delas permaneçam em outros dispositivos legais) estão infrações como “ultrajar a honra nacional”, “insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas forças armadas ou nos serviços de segurança pública”, “comprometer as relações internacionais do País”, “ofender a moral familiar, pública, ou os bons costumes” ou ainda “caluniar, injuriar ou difamar os Poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário ou os respectivos membros”, “veicular notícias falsas, com perigo para a ordem pública, econômica e social” e “criar situação que possa resultar em perigo de vida”, entre outras.


Por outro lado, entram outras infrações, como o proselitismo, já mencionado, ou ainda deixar de “veicular programas educativos, culturais, artísticos e jornalísticos produzidos no município de outorga ou por produtora independente, de acordo com percentuais e limites previstos na legislação em vigor, nos contratos de concessão e atos de outorga”. Isso porque o Minicom exige das novas outorgas compromissos de veiculação de programação com estas características. No caso de outorgas já existentes, a exigência teria que vir por lei. A possibilidade destas exigências já está no Decreto 7.670 de janeiro deste ano, que mexeu nos procedimentos de licitação de radiodifusão.


Entre as penas previstas para as infrações estão desde advertência até a cassação da outorga.

Navalha
Demorou, demorou, e a montanha deu à luz um remendão.
Para atualizar a Lei de Radiodifusão, do Governo Goulart, quando não havia rede nacional de televisão, cabo e apenas dois milhões de espectadores, Paulo Bernardo despertou e saiu-se com isso.
É um remendo de regulamentos, que não trata da tevê de alta definição, dos 20 milhões de espectadores que acessam a tevê aberta por satélite, e não mete a mão no câncer.
A propriedade cruzada, por exemplo.
O monopólio.
A produção regional obrigatória.
A proibição de políticos e seus laranjas terem emissora de televisão.
E o Bernardo ?
Nada.
Faz essa tênue ameaça à Urubóloga: sim, porque ninguém mais faz proselitismo na televisão do que a Urubóloga.
Só assim se pode entender essa preocupação com o proselitismo.
O proselitismo deslavado: da Globo e seus colonistas (*), que anunciam todo dia o desmanche da Economia (brasileira e Universal), desde o fim do neolibelismo (**); a editoria “o Brasil é uma m…”, que inscreve reportagens em todos os telejornais (sic) da Globo; e o sequestro da informação, como a tentativa de esconder o livro A Privataria Tucana.
Sem falar que a Globo é o “maior partido politico do Brasil”, dizia o Brizola.
E, todo dia, trabalha para derrubar presidentes trabalhistas – no poder ou fora dele, como faz com o Nunca Dantes, perseguido, até no hospital.
E o Bernardo ?
Nada.
O Bernardo se curvou diante do Gigante.
Sim, porque o vácuo institucional que prevalece desde 1963 só beneficiou aquele que fez a aliança mais profunda com os governantes militares: o Dr Roberto Marinho.
Os filhos do Roberto Marinho – porque não têm nome próprio – devem estar a rir desse remendão do Bernardo.
É isso ?
Ora, e nós com medo do pior …, dirão eles, aliviados, enquanto assistem ao jornal nacional na suposição de que foi aquilo o que ocorreu no Brasil e no mundo.
Chama o Franklin, Bernardo !
Só há uma explicação para o remendão: demonstrar de forma inequívoca que é necessário fazer uma Lei Eletrônica de Massa.
Como aquela que o Serjão deixou – foram três versões – de herança ao Fernando Henrique e o Fernando Henrique mandou para a gaveta.
Com medo da Globo.
Como a do Franklin, que teve o mesmo destino.
Sobre o Bernardo, amigo navegante, diria o Barão de Itararé: de onde menos se espera daí mesmo é que não sai nada.




Paulo Henrique Amorim

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.


Cerra vai a NY ver o
que está na internet

Saiu na Folha (*), pág. A12:

“Serra vai a NY e promete voltar para a parada gay”


“Tucano foi ver a interação online entre prefeito e cidadão”

Ele pretende, segundo a Folha, expandir o sistema de vigilância das ruas por câmeras de segurança e criar um programa que monitore enchentes.
Navalha
É um jênio.
Se o programa do Michael Bloomberg é online, online poderia ser observado.
Aliás, se fosse para levar a notícia a sério, bastava o Padim ir ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, e acompanhar o que Tarso Genro faz há um ano para levar o conceito de “orçamento participativo” à relação online com o riograndense.
Se fosse realmente para levar o jênio a sério, bastava ele visitar o centro de operações da GeoRio, ali na Presidente Vargas, e ver como se “monitora enchente” e previne desastres nas encostas.
O ansioso blogueiro tem uma outra hipótese.
O Padim Pade Cerra está com saudades do Café Bouloud, ali entre a Madison e a Quinta.
A Carta de Vinhos está online, mas nada como uma observação de corpo presente.




Paulo Henrique Amorim 

Fux desmente “coisa
de gângster” de Gilmar

Saiu no Estadão:

Fux diz que nunca sofreu pressão do PT por mensalão


Agência Estado


O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira, 6, que nunca sofreu nenhum tipo de extorsão ou foi pressionado por petistas por causa do julgamento do mensalão, que deve se iniciar em 1.º de agosto. Em nota publicada na coluna Panorama Político, do jornal O Globo, Fux atribuiu ao ministro Gilmar Mendes a informação sobre a extorsão.


“É coisa de canalha, de gângster mesmo. Passar isso (conteúdo de escutas) para mídia é coisa de fascistas. Eles (os petistas) estavam extorquindo o Toffoli e o Fux, oprimindo os dois. Estou indignado com essa estória de Berlim. Não vamos tratar como normal o que não é normal. Estamos lidando com bandidos”, teria dito Mendes. Procurado pelo Estado, ele não quis se manifestar. O ministro Dias Toffolli estava em viagem.


Reportagem da revista Veja desta semana revelou a existência de um documento preparado pela liderança do PT para orientar as ações dos parlamentares do partido na CPI do Cachoeira no Congresso.


(…)

Navalha
Lula desmentiu.
Johnbim desmentiu.
Ayres Britto desmentiu.
Lewandowski desmentiu.
E agora Fux desmente.
Mas o Merval acredita nEle.
Como diz o Mauro Santayana, “Supremo, aja!”.
Por falar nisso, quem é ” gângster” ?



Clique aqui para ler “Blogueiro sujo vai processar Gilmar”.

E aqui para ler “E se o STF absolver o Dirceu antes da eleição?”.

E não se esqueça, amigo navegante: quem levou Gilmar Dantas (*) ao Supremo, para desonrar a Justiça brasileira -  segundo Joaquim Barbosa – , foi o Farol de Alexandria.

Foi seu maior legado (depois do Padim).

Em tempo: não esquecer também, amigo navegante, que quando se aproximava da derrota em 2010, o Padim precisou de uma decisão de Gilmar Dantas (*) no Supremo e ligou pra ele: “Meu presidente !”, segundo relato insuspeito da Folha. Inexplicavemente, naquele infausto episódio, Gilmar Dantas (*) não denunciou a imprópria pressão à Veja nem a folhetins de mexerico brasiliense. Como disse o ansioso blogueiro, “quem encosta no Dantas degenera”.


Paulo Henrique Amorim


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