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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 07, 2012

Líder nazista grego agride rivais em programa de televisão



O líder do Aurora Dourada, partido de extrema-direita grego, que tem a suástica no emblema, Ilias Kasidiaris, agrediu duas políticas de outros partidos, durante um programa de televisão nesta quinta-feira (7). Em uma mesa-redonda, Kasidiaris mantinha ríspida discussão com duas mulheres, Rena Dourou, do Syriza, uma frente de esquerda, e Liana Kanelli, do Partido Comunista. O nazista explodiu quando Dourou bradou reiteradas vezes que o Aurora Dourada faria a Grécia regredir 500 anos.

Então, Kasidiaris jogou água no rosto de Dourou. Liana Kanelli reagiu batendo no nazista com uns papéis que tinha na mão. Foi o bastante para Kasidiaris desferir socos na comunista, só parando quando houve interferência da equipe do programa e, em seguida, foi chamado intervalo, mas outros participantes relataram que Kasidiaris deixou o estúdio.


 
O líder partidário foi um dos 21 nazistas eleitos para o Parlamento grego no pleito que acabou não se concretizando, porque não foi possível formar governo. O debate se dá no calor da proximidade da nova eleição, que ocorrerá no dia 17 deste mês. O porta-voz do governo interino da Grécia, Dimitri Tsiodras, disse que a atitude de Kasidiaris foi um “ataque contra todo cidadão democrático”. Prokopis Pavlopoulos, integrante do partido conservador Nova Democracia, afirmou que o ato desnudou as reais intenções do Aurora Dourada. “Os gregos não terão nenhum álibi para votar nele novamente. Eu, pessoalmente, não irei mais em nenhum debate com um membro do Aurora Dourada”.
Com informações Sul 21 e de The Guardian

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