Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 08, 2012

ONU e teles querem criar tarifa sobre acessos ao Google e Facebook fora dos EUA

 Paulo Higa Do Tecnoblog
A ONU está planejando criar uma nova taxa de Internet que poderá dificultar o acesso a sites de alto tráfego, como GoogleFacebook e Netflix , especialmente pelos usuários de países em desenvolvimento, como o Brasil. A ideia estaria presente em um documento vazado da União Internacional de Telecomunicações (ITU), organização responsável por padronizar e regular as ondas de telecomunicações do mundo.
Facebook (Foto: Reprodução) (Foto: Facebook (Foto: Reprodução))Facebook é um dos sites que está na mira do novo
imposto sobre acessos internacionais (Foto:
Reprodução)
O projeto é apoiado por um grupo representado por empresas de telecomunicações de 35 países, que estão pressionando a ITU para que essas taxas sejam cobradas dos sites. Os pesados impostos, estimados em bilhões de dólares, causariam prejuízos ou diminuiriam o lucro de sites como o Netflix, que consomem grande quantidade de dados e seriam obrigados a armazenar seus vídeos em servidores mais próximos aos clientes para pagar menos taxas. Serviços menores, no entanto, não teriam recursos financeiros para pagar servidores em outros países.
A proposta afeta a neutralidade da rede, um princípio que defende o livre acesso às informações disponíveis na Internet. Com o novo imposto, sites populares pagariam altas taxas para continuar funcionando em terras internacionais, fora dos EUA. O documento também inclui negociações secretas que podem alterar os padrões da web e permitir que governos de vários países monitorem as atividades online da população, além de restringir o acesso a determinados sites.
De acordo com Robert Pepper, vice-presidente de tecnologias globais da Cisco, os serviços com infraestrutura nos Estados Unidos acabariam rejeitando conexões de usuários de países em desenvolvimento, já que os custos de comunicação não compensariam. Sally Shipman, gerente sênior de políticas públicas na Internet Society, acredita que o projeto pode criar "incertezas comerciais e jurídicas".
Esta não é a primeira vez que um projeto do tipo é proposto. Em 1999, um relatório da ONU sugeria a criação de uma taxa para envio de e-mails em países em desenvolvimento. Em 2010, uma ideia semelhante também foi proposta, mas recusada dias depois.
Via Engagdet.
*juntossomosfortes

Nenhum comentário:

Postar um comentário