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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 10, 2012


Pacote para auxilio à Espanha pode chegar ao valor de 100 bilhões de euros


Espanha
Espanha ainda não fez um pedido formal de ajuda, mas auxilio pode chegar a 100 bilhões de euros
O pacote de auxílio aos bancos espanhóis, assim que solicitado por Madri, pode chegar a 100 bilhões de euros, afirmaram à agência inglesa de notíciasReuters neste sábado duas fontes dentro da União Europeia.
Espanha ainda não fez uma requisição formal de ajuda, mas ela pode ocorrer durante uma conferência telefônica com ministros das Finanças da zona do euro, disseram as fontes, que participaram de uma outra ligação para discutir os quesitos técnicos do auxílio ao país.
- A decisão sobre a Espanha só será tomada pelos ministros (em uma segunda ligação). Madri ainda não pediu ajuda oficialmente – disse uma das autoridades. “O comunicado mencionará 100 bilhões de euros como teto.”
Eurogroup, que reúne os ministros das Finanças, deveria começar a conferência às 16 horas no horário de Bruxelas (11 horas de Brasília). Mais cedo, o presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker, pediu uma “rápida solução” para o problema. Várias fontes da UE disseram à Reuters na sexta-feira que Madri deve pedir ajuda ao bloco para recapitalizar seus bancos neste fim de semana, tornando-se o quarto país a buscar auxílio desde o início da crise das dívidas na Europa.
Perguntado se esperava que a Espanha solicitasse o pacote de ajuda, o primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, disse: “Não acho que essa é a avaliação de todos. Há até conversas sobre quantias de até 80 bilhões de euros”.
Não está claro se os números totais do pacote serão finalizados neste sábado, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) deu uma clara impressão sobre o que pensa ser necessário, dizendo que sob o atual cenário, os espanhóis precisariam aumentar seu capital em até 40 bilhões de euros. O FMI aconselhou que o pacote fosse significativamente maior do que essa quantia.
Uma das fontes que participaram da ligação anterior neste sábado disse que a Espanha não quer o envolvimento do FMI no pacote para seus bancos.
Os legisladores da zona do euro devem decidir sobre a Espanha antes das eleições de 17 de junho, que podem deixar a Grécia mais próxima de deixar a zona do euro e causar uma onda de repercussões.
O ministro da Indústria espanhol, José Manuel Soria, repetiu neste sábado o argumento do governo de que ele não deve agir até que tenha uma auditoria separada do sistema bancário, que deve estar pronta até 21 de junho e será feita por dois auditores independentes, Oliver Wyman e Roland Berger.
*correiodoBrasil

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