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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 09, 2012

Pastor que acusa Edir de ligação com narcotráfico teme atentado

 


aviso do pastor Carlos Magno de Miranda, ex-Iurd
Magno colocou esta advertência no Facebook
No dia 29 de maio, Carlos Magno de Miranda escreveu em sua página no Facebook que, se vier a sofrer um atentado, os nomes dos responsáveis estão na caixa de seu e-mail. “É só passar para a Polícia, que ela chegará aos criminosos.” 

Magno é o pastor que desde 1991 acusa o bispo Edir Macedo, chefe da Universal, de ter comprado a TV Record com ajuda de narcotraficantes colombianos, do Cartel de Cali.

Cinco dias depois de o Magno ter publicado o aviso no Facebook, o blog de Vini Silva, que se apresenta como historiador e teólogo, publicou uma entrevista com o pastor na qual ele reafirmou suas acusações. “Conheço todos os detalhes dessa negociação imoral.”

Magno contou que em dezembro de 1989, do dia 12 ao 14, ele e sua mulher e outros quatros casais da seita foram a Bogotá (Colômbia) para conhecer a cidade onde seria instalado um templo da Universal. “Só no hotel o bispo [Honorilton] Gonçalves contou a verdade [...]: um traficante, sensibilizado com a campanha da compra da Record, se ofereceu para emprestar US$ 1 milhão e uma quantia a qual não sei calcular em pedras de diamantes”.

O pastor, que então fazia parte da cúpula da Universal, afirmou que se recusou a participar do negócio, mas o dinheiro e os diamantes acabaram sendo transportado para o Brasil. De acordo com relato de Magno ao Ministério Público, os casais desembarcaram no Rio em um avião fretado, com o dinheiro escondido na calcinha das mulheres dos pastores.

“Eu fui o único a ficar fora do esquema”, disse Magno ao blog. “Minha esposa participou alegando que, se [Macedo] estava errado, ele daria conta a Deus.”

Um dos contatos da Igreja Universal na Colômbia seria o narcotraficante Víctor Patiño, que foi preso em 2002 e extraditado para os Estados Unidos. Em 2005, a polícia colombiana descobriu que uma cobertura de 600 metros quadrados de Patiño morava Maria Hernández Ospina, que se apresentava como representante da Igreja Universal.

A Iurd sempre negou as acusações, mas até hoje o Ministério Público da Colômbia investiga suspeitas do envolvimento da Igreja Universal em lavagem de dinheiro para o narcotráfico.

Venezuela investiga se Universal lava dinheiro do tráfico de drogas.
setembro de 2011

Magno contou que iniciou a negociação da compra da Record com o Grupo Silvio Santos e a família Machado de Carvalho, donos então da emissora.

“A Record foi comprada por US$ 45 milhões, e a igreja assumia as dividas, sabendo que o patrimônio tecnológico era zero, tudo sucateado, o que implicava em ter de comprar tudo novo”, disse. “Foi dado um sinal de US$ 15 milhões, e o saldo restante deveria ser pago em 10 parcelas mensais de US$ 4,5 milhões.”

Ele disse que Edir Macedo contou com a interferência de Fernando Collor, então presidente da República, para que Silvio Santos concordasse em dispensar uma fiança de um banco de primeira linha. “Se a Iurd apoiou Collor, por que [a Iurd] não pedir ajuda a ele?”

Magno disse que Silvio Santos abriu mão da fiança porque acreditava que quem de fato estava comprando a emissora era Fernando Collor, tendo Edir Macedo como testa de ferro.

“Edir Macedo entendeu de imediato o que estava acontecendo e disse: "Silvio, você me desculpe, mas o presidente queria segredo, eu não podia revelar nada". Silvio se dirigiu aos demais e disse: "Então está tudo resolvido, não precisa fiança nenhuma".

Magno disse que, naquela negociação, Edir continuou mentindo, dizendo que Collor tinha pedido para que o saldo da dívida fosse parcelado em mais vezes. Mais recentemente, Edir se gabou de ter enganado Silvio Santos na compra da Record.

O pastor saiu da Universal em 1990 e no ano seguinte contou ao Ministério Público sobre a sua viagem e de outros pastores à Colômbia. Ele afirmou que continua cristão, mas não evangélico. Atualmente, é pregador da Igreja Evangelho da Graça de Deus, com um templo em Natal, outro em Recife e o terceiro em Fortaleza, onde mora.

Além da conexão da Universal com o narcotráfico, Magno afirmou saber muito mais. Como a “compra de imóveis de US$ 1 milhão quando todos os pastores ficaram sem salário devido à compra da Record. Sobre o envolvimento com o mundo sujo da política (Collor, Quércia, Renan Calheiros etc.). A remessa semanal de dinheiro para o Exterior via doleiros. O ouro derretido e transformado em barras e levado pessoalmente para ser entregue na casa do Edir nos Estados Unidos”.

A página no Facebook de Magno não tem a sua foto, certamente por precaução.
Com informação do blog do Vini Silva, Veja e Facebook.


Edir na mira da Justiça.

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