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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 22, 2012

Sem saída, Cachoeira está pronto para falar e derrubar a República


O mafioso CONTRAVENTOR CONTINUA PRESO E, QUANTO MAIS O TEMPO PASSA, MAIS ELE VAI SE DISPONDO A FALAR; QUER INCLUSIVE VOLTAR À CPMI; SEGUNDO PESSOAS PRÓXIMAS, SE ELE NÃO SAIR DA CADEIA NAS PRÓXIMAS SEMANAS, ‘O BICHO VAI PEGAR’

Preso, vivendo a agonia de quem vai ser solto a qualquer momento mas não vê este momento chegar nunca, Carlinhos Cachoeira está com vontade de falar. Está a um passo de falar, falar muito. E se isso acontecer enquanto está preso, pode falar sem calibrar a mira.
A informação corre entre amigos do contraventor. Estão deixando Cachoeira acuado e ele, se assim continuar por mais algumas semanas – duas, na avaliação das fontes –, ficará incontrolável. Ameaça para que o tirem logo da cadeia? Não, aviso, garantem.

Cachoeira teria até combinado com um veículo de circulação nacional uma entrevista exclusiva. Depois, recuou. Até quando? Não se sabe. Ele também tem considerado voltar à CPMI, em Brasília, para dar as respostas que adiou. É só lembrar que, em vários momentos quando de seu depoimento, ele insinuou vontade de falar, só não seria naquela hora.
Mas o que ele teria a dizer? Ninguém sabe ao certo, porém cada um conta um ponto, mostrando um novelo de relações que junta PT, PSDB, PMDB, empreiteiras diversas e, principalmente, a Delta. A Delta seria um barril de pólvora capaz de incendiar o País.
Nesta quinta, 21, a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios entendeu que o contraventor Carlinhos Cachoeira deve permanecer preso. A negação do pedido referente ao processo da Operação Saint-Michel foi decisão unânime, como informou o 247 .
Se Cachoeira falar, será uma mudança na estratégia de seu advogado, Márcio Thomaz Bastos. Mas não será algo inédito para Bastos. Como advogado da milionária Tânia Bulhões, ele conseguiu evitar que sua cliente fosse presa ao propor a ela o benefício da delação premiada. Tânia atribuiu toda a culpa pelo esquema de sonegação em suas lojas de luxo ao contador e, desta maneira, foi condenada apenas a prestar serviços comunitários.
A diferença agora é que a estratégia pode ser colocada em prática à sua revelia, porque a vontade de falar é de Cachoeira. 
Vassil Oliveira_Goiás 247 –

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