Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 06, 2016

BACANTES DÃO UM BAILE NAS TORRES...


Castro J Joao compartilhou a foto de Teatro Oficina Uzyna Uzona.
1 h
Teatro Oficina Uzyna Uzona
8 h
GRITO DE CARNAVAL !!!!
SAMPÃ 2016
BACANTES DÃO UM BAILE NAS TORRES...
“qual é o mais lindo presente
que os deuses dão pros mortais
o que é mais lindo
é o que é mais amigo
ter a cabeça do inimigo nas mãos
y a sabedoria de tocar
pra Ele ver de Pé
a nossa Vitória!”
Sábado (6), às 20H!
In the best Theatre… the more intense
– Rowan Moore, The Guardian London 2015

__________________________________________________________
fevereiro de 2016 da era do antropoceno.
o carnaval de sampã celebra a tomada das ruas pela multidão.
a cidade em transformação deseja reduzir carros, essas solitárias ilhas móveis nas avenidas sobre rios – itororó, saracura, bixiga, anhangabaú…
o apetite da especulação imobiliária, porém, não para.
a luta pela preservação do entorno do teat(r)o oficina tombado como terra sagrada destinada às culturas, nestes dias d carnaval, recebeu novo atiçamento com duas informações: o lançamento de um edital pela subprefeitura da sé oferecendo a exploração comercial dos baixios do minhocão; a pressão sobre o iphan, na pessoa de jurema machado, para q aprove o empreendimento do grupo ss – torres residenciais.
o bixiga é um bairro mangue, no sentido biológico, um bioma de fertilização, pois ainda é, no centro de são paulo, uma região q abriga grande diversidade humana. bixiga já foi terra de quilombo, por ali se estabeleceram italianos, tem recebido inúmeros refugiados, traz na sua arquitetura a memória de seus históricos cortiços, e desde o tbc, tem teatro! - essa arte da interpretação da vida, da inversão de valores e até dos sagrados valore$ do monoteísmo capital.
a luta para preservação deste bioma é a direção pro baile das bacantes! elas vem com dionísios no carro naval pra um baile nas torres.
venham humanxs com felicidade guerreira!
depois dos blocos, trazendo o fogo da cidade virada rua!
o carnaval é o acontecimento religioso da raça.
venham contracenar com a arquitetura do teatro,
serpentinas para o alto!
chuva de confetes nas divas cantoras báquicas,
cantar hinos, sambas, marchinhas, tomar um ar da oficina d florestas q existe no terreno, semear o espaço!
FAÇAM COROAS VERDINHAS DE HERA,
TIRSOS NAS MÃOS!
pra orgia, criem suas fantasias,
baixem as entidades
máscaras e descaramento.
desassombro!
____________________________________________________________
ROTEIRO DA NOITE
DESFILE DE ENTIDADES:
DIONÍSIOS Marcelo Drummond
TIRÉSIAS Zé Celso
CACILDA Camila Mota
SEMELLE Sylvia Prado
Letícia Coura TARSILA DO AMARAL
Juliana Perdigão MADAME ARANHA
Cellia Nascimento POMBA GIRA
Gui Calzavara ZÉ PEREIRA
PÃ Roderick Himeros
DR ERIXÍMACO Rodrigo Andreolli
Mariana de Moraes
TRIO Revista Do Samba
CORO DE BACAS Y SÁTYROS Y
TODXS QUE CHEGAREM PRA FESTA !!!!
DO ALTO DAS GALERIAS
FLORES
CONFETES
SERPENTINAS
SOBRE AS DIVAS CANTORAS SAMBISTAS
DANÇAR EM TODAS GALERIAS DO TEATRO
GUERRA DE CONFETES
RETORNO DAS BACANTES AO
PLANTIO DE SEMENTES
NO TABULEIRO DE XADREZ
NO TERREIRO DO ENTORNO
lábios molhados
cio sagrado
silêncio
RETORNO AO BAILE ATÉ O SOL RAIAR
EIS NOSSO DIREITO AO AVESSO !!!!
EVOÉ MOMO

Nenhum comentário:

Postar um comentário