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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 01, 2016


Não passarão!

by biologosocialista
*Por Luiz Fernando Leal Padulla
E depois de um ano perdido pela irresponsabilidade de uma oposição que defende o “quanto pior, melhor”, eis que ao que tudo indica, Dilma conseguirá, finalmente, começar seu segundo mandato. Mas não estamos em um céu de brigadeiro. Vivemos tempos tenebrosos, que não nos permite abrandar as atenções. Pelo contrário, exige força, coragem e determinação. A aparente trégua para com o governo Dilma, agora tem novo e declarado alvo: Lula. O motivo? Sua real liderança e defesa do povo, o que poderá impor nova derrota à oposição, principalmente por aventar a candidatura em 2018. Eis a única explicação para tamanha “caçada” à Lula. Afinal, qual crime ele cometeu?
Configura crime tirar o país do Mapa da Fome da ONU, através de políticas públicas? É crime a atenção que foi dada aos mais necessitados, promovendo sua ascensão ao reduzir a desigualdade social? Ou o crime seria a promoção do aumento real no salário mínimo e a geração recorde de empregos? Talvez o fato de ter permitido o acesso às universidades e escolas técnicas por parte de uma juventude até então excluída da sociedade? Confesso que não sei qual foi o verdadeiro crime...
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Crédito: jornalggn.com.br
Mentiras requentadas, depoimentos manipulados e até invenções fazem parte deste repertório. Encabeçam o front de batalha do golpe a Rede Globo, Grupo Abril, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Não bastando, carregam certas celebridades e pseudointelectuais que tentam “fazer a cabeça de seus fãs”, como Neymar, Ronaldo, Lobão, Alexandre Frota e Regina Duarte. Felizmente, os verdadeiros artistas e intelectuais também se manifestaram contrários às mentiras depravadas do golpismo midiático, tais como José de Abreu, Chico Buarque, Letícia Sabatella, Paulo Betti e tantos outros que não caberiam aqui.
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No entanto, com o processo de impeachment praticamente extinto, a mídia golpista tenta, agora, manchar a imagem daquele que foi o melhor presidente da história deste país, e que tem o reconhecimento de seus feitos mundo a fora. Recentemente, o indiano Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz de 2014, convidou Luiz Inácio Lula da Silva a participar de um conselho formado por pessoas consideradas vozes morais importantes globalmente, pelo direito das crianças. Outros tantos convites, prêmios e condecorações podem ser facilmente consultados na biografia de Lula.
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Crédito: institutolula.org
Enquanto o foco continua a ser o líder do Partido dos Trabalhadores, é surpreendente que as propinas delatadas durante o governo FHC viraram apenas pequenas e quase imperceptíveis notas em jornais que somem de um dia para o outro. Já suposições e factoides contra Lula e o PT, logo viram manchetes em letras garrafais e persistem por semanas, mesmo com provas negando tais falácias.
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(Para refrescar a memória: alguém leu recentemente a quantas andam as investigações sobre a venda da petrolífera Pérez Companc, que envolveu propina ao governo FHC de US$ 100 milhões, o equivalente a mais de R$ 1,033 bilhão em valores atualizados? E as três delações que envolvem Aécio Neves e mais propina tucana? O ex-senador tucano, Eduardo Azeredo, está preso mesmo condenado? Que Justiça é essa que temos no Brasil, onde condenado não é preso e prisões preventivas, como de José Dirceu, se estendem por mais de 6 meses, antes mesmo de qualquer condenação?)
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Como bem definiu o jornalista Osvaldo Bertolino, “um Tribunal Especial [montado pelo juiz Sérgio Moro] para julgamento de culpas presumidas – uma aberração jurídica digna de uma ditadura – pressupõe que o país vive uma situação de anormalidade democrática. Ele evoca sempre a efervescência de ódios e o exercício do arbítrio, uma justiça política ao lado da justiça legal. Uma aberração que atenta contra todos os preceitos democráticos assegurados na Constituição”.
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Crédito: ocafezinho.com
O golpe apregoado camufladamente hoje, tem como liderança a mídia hegemônica, "baba ovo" de Sérgio Moro, subsidiada por interesses norte-americanos e suas ilações. No Golpe de 1964, foi assim. Começando com a chamada “Cruzada Democrática”, liderada pelos fardamentos da UDN, que conseguiram o suicídio de Getúlio Vargas e, posteriormente, a queda de João Goulart. Desta vez, tentam derrubar o governo e seus avanços progressistas com a força da grande mídia (ou, como bem criou Paulo Henrique Amorim, o Partido da Imprensa Golpista – PIG).
Mas os tempos são outros. O povo é outro. Tal como nossa história recente nos mostrou, não é hora de recuar; se acham que aceitaremos sem reagir, estão enganados. A democracia está vigilante, o povo está liberto e acordado. Golpistas...NÃO PASSARÃO!
brasil247 com
Crédito: brasil247.com

*Biólogo, Professor, Mestre em Ciências, Doutor em Etologia.

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