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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 09, 2012

Miguel Nicolelis transfere título para SP e declara apoio a Haddad

O neurocientista Miguel Nicolelis declarou nesta terça-feira, 8, apoio ao pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad:
"Não tenho a menor dúvida de que o ministro Fernando Haddad é o melhor candidato para prefeito de São Paulo, para transformar e criar um novo espírito nessa cidade ... Vou transferir o meu voto do Rio Grande do Norte só para votar nele. Essa eleição é uma eleição emblemática pro Brasil e para São Paulo”, disse.
Nicolelis está contribuindo no programa de governo de Haddad, na parte de ciência e tecnologia.
Ele classificou o pré-candidato como "o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve".
Haddad, quando no ministério, destinou verbas federais para a construção de um centro de referência e pesquisa em neurociência na cidade de Macaíba (RN).
O cientista afirmou que a principal medida municipal em sua área é disseminar a educação científica, de forma a aproveitar o potencial dos estudantes com vocação para a ciência.
Ele disse que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não tiram proveito da “grande criatividade natural da sociedade para a produção cientifica”. “Nós fazemos isso na arte e em outros domínios, mas não democratizamos a produção científica.” 
*comtextolivre

Como operava o esquema Cachoeira

Pelas primeiras avaliações dos parlamentares que compõem a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) funcionava assim a associação criminosa entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a construtora Delta.
1. A Delta se habilitava a uma licitação na qual houvesse garantia de aditamento do contrato (isto é, de reajuste posterior do contrato).
2. Tendo essa garantia, apresentava um preço imbatível, muitas vezes inexequível. No caso do aeroporto de São Paulo, por exemplo, o maior lance foi de R$ 280 milhões. A Delta apresentou uma proposta de apenas R$ 80 milhões.
3. Ganhava a licitação e depois aguardava o aditivo. Enquanto isto, a empresa ficava sem caixa para bancar seus fornecedores - de peões de obra a vendedores de refeições e cimentos. Aí entrava Cachoeira garantindo o capital de giro da empresa com dinheiro clandestino, do jogo. Ou com o fornecimento de insumos, através de empresas laranjas. Estima-se que o desembolso diário do bicheiro fosse de R$ 7 milhões, mais de R$ 240 milhões por mês.
4. Quando vinha o aditivo, a Delta utilizava o recurso - legal - para quitar as dívidas com Cachoeira, através das empresas laranja. Era dessa maneira que Cachoeira conseguia legalizar o dinheiro do jogo.
Quando algum setor relutava em fazer o aditivo, Cachoeira recorria ao seu arsenal de escândalos e chantagens, valendo-se da revista Veja.
Foi assim no episódio do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). Aparentemente houve um conflito entre Cachoeira e o diretor Luiz Antonio Pagot. Providenciou-se a denúncia, destinada apenas a derrubar as resistências de Pagot. Como dizia um bom observador das cenas brasilienses, Cachoeira pretendeu assar o porquinho e acabou colocando fogo na choupana.
O que era para ser um alerta para Pagot coincidiu com a ação do governo de demitir a diretoria do DNIT.
O rastreamento das ações de Cachoeira pela CPMI se concentrará nos aditivos contratuais. E também nos pagamentos efetuados pela Delta a fornecedores. A partir daí será possível identificar o enorme laranjal que constituía o esquema Cachoeira, assim como os esquemas de corrupção nos órgãos contratantes.
Outro trabalho será identificar as reportagens da revista que serviram aos propósitos de Cachoeira. No caso da propina dos Correios, por exemplo, sabe-se que o grampo foi armado entre Cachoeira e o diretor da revista, com vistas a expulsar um esquema rival dos Correios. Detonado o esquema, o próprio Cachoeira assumiu o novo esquema, até ser desmantelado pela Polícia Federal.
Em todo esse processo, foi crucial a ligação do bicheiro com a revista. Foi graças a ela que Cachoeira conseguiu transformar seu principal operador político - senador Demóstenes Torres - em figura influente, capaz de pressionar a máquina pública em favor do bicheiro. E foi graças a ela que intimidava recalcitrantes na máquina pública.
Ontem O Globo saiu em defesa da Veja, com um editorial em que afirma que "Civita não é Murdoch". Referia-se ao magnata australiano Rupert Murdoch, cujo principal jornal, na Inglaterra, foi flagrado cometendo escutas ilegais para gerar reportagens sensacionalistas.
Em uma coisa O Globo está certo: Murdoch negociava os grampos com setores da polícia; já Roberto Civita negociou com o crime organizado.
Luis Nassif
No Advivo

Charge do Dia




Globo e Abril unidinhas que lindo...


Eles sentiram o golpe. Repare só na imagem abaixo:
Vemos no destaque (primeira manchete na coluna da direita) o patrão, dono da editora e da revista e, ao lado dele, uma chamada forte: Civita não é Murdoch. Quando o leitor curioso clica no link, ao invés de encontrar um texto editado pela própria Veja, é levado direto para o editorial dO Globo de hoje. Só um gesto de desespero levaria a maior revista semanal do país a se apegar a conteúdo de um jornal cada vez mais provinciano, editado no Rio de Janeiro.
Mas a sutileza vai além do que os olhos alcançam à primeira vista. Civita mostra assim que não está sozinho. Tem atrás dele as Organizações Globo, maior conglomerado de mídia da América do Sul e um dos maiores do mundo. Trata-se de um recado do tipo: - Não mexam conosco!
Temo em dizer que agora é tarde. O escândalo Veja-Demóstenes-Cachoeira já chegou à opinião pública, por um caminho até ontem impensável. Começou uma semana antes na blogosfera. Sábado último foi parar na capa da revista CartaCapital, de tiragem modesta, se comparada à Veja, e no Domingo Espetacular da Rede Record, no dia seguinte.
Aí a coisa apertou. A Record está em mais de 120 países e a reportagem deu uma audiência de 14 pontos no Ibope (se bem que eu preferia outro instituto mais confiável para fazer a medição). Se cada ponto equivale a algo em torno de 60 mil aparelhos ligados e se cada aparelho tem, em média, três pessoas acompanhando a programação, estamos falando para 60.000x14x3, só em São Paulo.
São 2,5 milhões de paulistanos! Se formos extrapolar esse número grosseiramente para todo o país estamos falando em algo como 40 milhões de pessoas. Significa que de cada cinco brasileiros, um teve conhecimento do caso. Sem contar o efeito reverberador depois na internet, nas redes sociais e outros caminhos.
O que esses senhores de engenho precisam entender, de uma vez por todas, e isso vale para Marinhos, Civitas, Mesquitas, Frias e Sirotskys é que a sociedade brasileira mudou, está mudando e não vai parar de mudar. Não adianta bater o pé. Vamos até o fim. Portanto, dominem o medo que está tomando conta de vocês, para que não fiquem imobilizados diante da nova engrenagem do Brasil, que vem com a força de uma moenda de cana, igualzinha àquelas que vosmicê tinham lá na fazenda.
*comtextolivre

O dia em que a Europa encarou a Troika

Alexis Tsipras, do Syriza, grande novidade nas eleições da Grécia. Partidos e movimentos que se identifica com "indignados" tiveram votação expressiva em 6/5
Alexis Tsipras, do Syriza, grande novidade nas eleições gregas. Partidos que se identificam com "indignados" tiveram votação expressiva em 6/5
Em quatro países, eleitores rejeitam ditadura das finanças, apoiam partidos rebeldes e sugerem: amadurecem possibilidades de uma nova política
Por Antonio Martins
Desde domingo, o novo presidente francês – François Hollande, do Partido Socialista – está nas manchetes. Pergunta-se como este homem de aparência tímida venceu o arrogante Nicolas Sarkozy, seu antecessor; que terá levado os eleitores a escolher um projeto dado há tanto tempo como morto; até onde poderá chegar o chefe de governo, em sua promessa de questionar as políticas impostas pela Troika1. Mas quase não se fala do quadro mais geral.
A vitória de Hollande foi apenas um dos feitos de um dia histórico. Em quatro países – França, Grécia, Itália e Alemanha – os eleitores participaram de distintas eleições, mas enviaram três mensagens muito semelhantes, que têm potência para sacudir um continente em crise.
1. Eles já não aceitam que seus governos adotem, como se fossem as únicas possíveis, as medidas de cortes de direitos e serviços públicos ditadas pela oligarquia financeira.
2. Para alcançar mudança, eles estão dispostos a sacudir sistemas de partidos estabelecidos há décadas, e a optar por organizações e grupos antes tidos como outsiders sem futuro.
3. Esta disposição pode favorecer projetos que expressam, no terreno institucional, algo muito semelhante ao que propõem, nas ruas, grupos como os Indignados e o Occupy.
A curto prazo, o resultado eleitoral francês é o mais capaz de abalar a atual ordem europeia (leia nossa análise a respeito) mas ele foi, também, o menos surpreendente. Uma série de motivos levou o eleitorado a confiar nos socialistas. Sua experiência anterior no governo (François Mitterandgovernou o país entre 1982 e 1995) é mista – diferente de outros partidos social-democratas europeus, marcados pelo abandono de seu próprio projeto e pela rendição às lógicas “de mercado”. Os setores à esquerda (em especial os que apoiaram Jean-Luc Mélenchon no primeiro turno) votaram e trabalharam ativamente por Hollande, na disputa final. O candidato vitorioso apresentou um programa claro (ainda que tímido) de ruptura com as políticas hoje praticadas na Europa.
De mesmo sentido, porém muito mais profunda, foi a reviravolta na Grécia. O eleitorado massacrou os dois partidos (Nova Democracia, de centro-direita e Pasok, “socialista”) que aceitaram aplicar, no país, as medidas exigidas pela Troika. Desde 1974, revezavam-se no poder. Há apenas três anos, quando eram rivais, obtiveram 77,4% dos votos. Agora, juntos, ficaram reduzidos a 32%. Não conseguirão formar um governo e o país irá provavelmente a novas eleições, em junho.
Como grande surpresa, emergiu a Syriza, que significa Coalizão da Esquerda Radical. Articulada formalmente apenas em 2004, tinha, até as eleições parlamentares de 2009, apenas 4,6% dos votos. Passou agora a 16,75% – à frente do Pasok e apenas 150 mil votos atrás da Nova Democracia. É uma aliança entre pequenas organizações partidárias e coletivos de cidadãos autônomos. Sua origem está associadas ao movimento altermundista: remonta a 2001, quando um grupo de movimentos gregos articulou-se para participar dos protestos contra o G-8, em Florença, e do I Fórum Social Europeu.
Nos últimos anos, soube abrir-se a setores que vão muito além do que sugere seu nome. Toda sua campanha foi baseada na denúncia das políticas de “austeridade” e dos acordos de “resgate” firmados entre o e Troika (“não são a salvação, mas a tragédia”, afirmou Alexis Tsipras, um engenheiro de 37 anos que lidera o movimento). Marginalizada pela mídia, esta postura conquistou o eleitorado. Não se exclui sequer a hipótese de o Syriza crescer ainda mais e formar um governo de esquerda. Se nenhum partido for capaz de montar uma coalizão majoritária no Parlamento, nos próximos dias, haverá eleições suplementares em junho e, então, parte do eleitorado poderá aderir a uma proposta até há pouco considerada inviável.
Um terceiro tremor de grandes proporções pode estar se armando na própria Alemanha – de onde a chanceler Angela Merkel comanda a adoção das políticas favoráveis à oligarquia financeira. Também no domingo, a coalizão de Merkel foi derrotada no pequeno estado nórdico de Schleswig Holstein, tradicionalmente conservador e fronteiriço à Dinamarca. A derrota segue-se a dois insucessos da chanceler (em Berlim e no Sarre) nos últimos meses. Poderá assumir dimensões muito mais dramáticas caso se repita no próximo domingo (13/5), quando irá às urnas o mais populoso estado germânico, a Westfália-Renânia do Norte.
Até no pacato Scleswig, de apenas 2,8 milhões de habitantes e fortemente influenciado pela vida rural, houve novidades relevantes. Embora maior força individual, o partido de Merkel (CDU, União Democrática Cristã) obteve a mais baixa votação desde 1950 (30,5%). Seu aliado na coalizão que governa o país (o FDP, de postura expressamente neoliberal) despencou de 14,9% para 8,2% de apoios. Entre os grupos emergentes está o Partido Pirata, que, além de se opor aos cortes de direitos, defende a livre circulação de conhecimento e a democracia direta. Ele passou de 1,8% para 8,2% e participará pela primeira vez do Parlamento (o Partido de Esquerda tradicional caiu de 6% para 2,8%).
A oposição à “austeridade” e o inconformismo com o sistema político tradicional manifestaram-se, finalmente, na Itália – onde houve, entre domingo e ontem, eleições em quase mil prefeituras. O bloco de direita que governou o país na era Berlusconi desagregou-se e foi vastamente derrotado. Em 17 das maiores cidades que foram às urnas, candidatos de centro-esquerda estão à frente, contra apenas 8, em que lideram partidos da antiga base de apoio do cavaliere (em muitas localidades, a disputa será resolvida no segundo turno). Haverá mudanças de governo em Parma, Verona e outras cidades importantes.
Mas as maiores surpresas foram, também aqui, as formações não-convencionais. Em Palermo (Sicília), venceu Antonio Di Pietro, da Itália dos Valores. Antigo magistrado conhecido por sua luta contra a corrupção nos anos 1980, ele caracterizou-se mais recentemente por se opor de modo resoluto, no Parlamento, às medidas de “ajuste” exigidas pela Troika. Ainda mais inesperado foi o despontar de uma organização inteiramente nova, o Movimento Cinco Estrelas – que ultrapassou os 10% do eleitorado e superou o centro-direita em cidades importantes como Gênova e Parma.
Beppe Grillo “o Michael Moore italiano”
Beppe Grillo “o Michael Moore italiano”
Liderado por Giuseppe (Beppe) Grillo, um ator cômico e blogueiro popular (algo como “o Michael Moore italiano”, segundo The Guardian) e formado há apenas dois anos, o Cinco Estrelas defende a liberdade na internet e a democracia direta. Seu nome é alusão a cinco princípios: Água Livre (desprivatizada), Ambiente, Transporte, Conectividade e Crescimento. Num post publicado logo ontem (7/5), logo após a divulgação dos resultados eleitorais na França e Grécia, Grillo frisou: “São uma clara resposta ao Banco Central Europeu. A política estra prevalecendo sobre as finanças. Há uma tentativa de repostular a democracia. O castelo de cartas está caindo. (…) É preciso deixar claro que os povos são donos de seu destino – não os bancos , os spreads, as agências de avaliação de risco”.
Ainda não é possível enxergar com clareza as consequências imediatas do voto rebelde de domingo. As forças que defendem a oligarquia financeira tentarão neutralizar os resultados. Por seu peso, o grande foco de atenções é a França – e a mídia conservadora terá papel de destaque no esforço para evitar que François Hollande leve adiante suas intenções. Um texto publicado nesta terça (8/5), pela agência Reuters, dá a senha. Ele sugere que o novo presidente renuncie a suas promessas de reativar e reforçar os serviços públicos. Para não desgastar-se, poderia usar, como pretexto, a revisão que o Tribunal de Contas faz, anualmente, sobre as contas nacionais. Deveria alegar que números muito desfavoráveis o impedem de realizar o que propôs. Esta é, segue o texto, a única alternativa para “evitar o baque dos mercados financeiros”, que não aceitarão “déficits recorrentes e dívida crescente”.
Como o sucesso de tal manobra é incerto, outra hipótese é uma rápida retomada das tensões financeiras que agitaram a Europa em 2011. Foi o que se viu nos dois primeiros dias após o voto de protesto de domingo. Na terça, o euro caiu abaixo de 1,30 dólares pela primeira vez em quatro meses. As bolsas de Frankfurt, Londres e Paris sofreram perdas importantes. O nervosismo acentuou-se depois que Alex Tsipras, líder da coalizão de esquerda grega afirmou, em completa sintonia com o resultado eleitoral em seu país: “O veredito popular é claro: o acordo [com a Troika] é nulo”.
Muito mais importante que os prognósticos de curto prazo é, porém, uma mudança de ânimo, que se esboça entre as sociedades. Ao contrário do que vinha ocorrendo nos dois últimos anos, os eleitores não se limitaram a aproveitar as eleições para afastar o governo no poder – e dar vitória a seu adversário tradicional.
Eles sinalizaram, com seu voto em favor de propostas antes inusitadas, que podem entrar em sintonia com as ruas – onde se gritava, no ano passado, “nem políticos, nem banqueiros”. Esta atitude abre, por sua vez, caminho para um passo complementar. Movimentos como o dos indignados, que até agora desprezavam o espaço institucional, podem abrir-se para ele, ao perceberem que há espaço e audiência para suas propostas. Neste caso, surgiria uma dinâmica de alimentação recíproca. A força crescente das manifestações fortaleceria grupos políticos como os que sobressaíram no domingo; e estes ajudariam as ruas a formular, além de protestos, alternativas concretas para novas relações sociais.
A série de manifestações que começa em diversas partes do mundo, neste 12 de Maio, pode ser o primeiro teste desta hipótese.
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1. Compõem a Troika a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Desde 2009, as três instituições têm agido em conjunto para pressionar os Estados a adotar políticas que, diante da crise, penalizam as sociedades, preservam os privilégios do mundo financeiro-corporativo e esvaziam a democracia, transformando-a num regime de fachada. O nome é referência aos grupos de três burocratas que dirigiram a União Soviética em distintas ocasiões, a partir de 1954.
*GilsonSampaio

União Europeia perto dos 25 milhões de desempregados
Posted: 08 May 2012 08:23 PM PDT
Leia em nosso site: União Europeia perto dos 25 milhões de desempregados
União Europeia perto dos 25 milhões de desempregadosA Zona do Euro está à beira dos 11 por cento de desemprego (10,9 por cento) e a União Europeia aproxima-se dos 25 milhões de desempregados, segundo os dados oficiais da UE divulgados na última quarta-feira pelo Eurostat. Portugal é agora o terceiro país com a mais elevada taxa de desemprego na União e na Zona do Euro – 15,3 por cento. A Grécia está com 21,7 e a Espanha com 24,1, números relativos a janeiro deste ano. Em termos absolutos, o número de pessoas desempregadas na União Europeia aumentou 2,1 milhões entre março do ano passado e deste ano, 1,7 milhões das quais na Zona do Euro. Estes são os efeitos da austeridade enquanto as instituições europeias e os governos continuam a considerar que tal política é compatível com a criação de emprego.
A Espanha e a Grécia são os países mais afetados pelo flagelo do desemprego. A taxa subiu na Espanha de 20,8 para 24,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012, calculando-se que se situe atualmente nos 24,4 e ultrapasse os 25 por cento no final do ano. Na Grécia cresceu de 14,7 para 21,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012 – a elevação mais rápida em termos absolutos no país onde as políticas de austeridade correspondem a dois processos de resgate em condições impostas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI).
O desemprego em Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, está atualmente em 15,3 por cento, o terceiro mais elevado na União e na Zona do Euro, contra 12,4 por cento há um ano. Em apenas um mês, de fevereiro para março deste ano, subiu 0,3 pontos – ritmo idêntico ao dos países com taxas mais elevadas.
Mais da metade dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados na Grécia (51,2 por cento) e na Espanha (51,1 por cento), mas em Portugal a taxa já atingiu os 35,4 por cento, uma elevação de 7,8 pontos percentuais em apenas um ano. O desemprego feminino em Portugal cresceu de 12,9 para 15,1 num ano e o masculino aumentou de 12 para 15,5 por cento.
Ao nível da União Europeia a taxa de desemprego entre os jovens atingiu os 22,6 por cento, com 22,1 por cento na Zona Euro. Há 5,5 milhões de jovens com menos de 25 anos desempregados na União Europeia, 3,35 milhões dos quais na Zona do Euro.
O desemprego na União Europeia está em progressão constante desde o segundo trimestre de 2008, coincidindo com o período de lançamento das políticas de austeridade e de reformas das leis trabalhistas em vários países, registrando-se apenas uma ligeira inflexão conjuntural no primeiro trimestre de 2011.
Fonte: BE Internacional
*Averdade

terça-feira, maio 08, 2012

Absurdo: no Maranhão escola Paulo Freire vira Roseana Sarney

Esta gente não se emenda, além de fazer do Maranhão, um dos estados mais pobres do País, sua capitania hereditária, a família do patrono do fisiologismo pátrio, José Sarney, batiza 161 escolas com o sobrenome de sua raça ruim. Não satisfeitos trocaram o nome de uma escola que homenageava o grande educador Paulo Freire para o da deseducadora e atual mandatária da capitania, Roseana Sarney.
Isto no ano que Paulo Freire foi proclamado patrono da educação brasileira e o Brasil é governado por um governo de esquerda, que por um troço que chamam de governabilidade é aliado do imortal e dono do Maranhão, o crápula José Sarney.
Paulo Freire, gostando-se ou não de suas propostas, foi um dos grandes brasileiros do século passado, um homem que passou sua vida dedicando-se a construir um mundo mais justo e solidário e não merecia uma desfeita deste porte realizada por gentinha que acha que batizando prédios públicos com seus nomes ficarão para a História. Ficarão, sim, no lixo que ela reserva a este tipo de gentalha!
A diferença entre Paulo Freire e José Sarney é que um foi cassado, preso e depois exilado pela ditadura militar por não se vergar perante os coturnos da opressão; já o outro se verga perante qualquer poder ou ideologia desde que se mantenha ao lado dos poderosos da vez!

Quem quiser conhecer um pouco sobre a vida e  a obra de Freire vá no Instituto Paulo Freire
A notícia da mudança do nome da escola está no Yahoo Notícias

Globo defende liberdade de corrupção da imprensa ao pedir blindagem da Veja

 



Se não estivéssemos falando de organizações criminosas, seria motivo de comédia o editorial do jornal "O Globo" (se quiser ler clique na imagem acima para ampliar ou no link aqui).

O jornalão não defende liberdade de expressão, nem liberdade de imprensa, o que o jornalão defende, de forma indecente, é a liberdade de corrupção para empresas jornalísticas, blindando-as de investigações, onde a revista aparece porque se meteu com a organização criminosa por conta própria.

É piada ver "O Globo" escrever que, contra a Veja, existem "fragmentos" de conversas, quando o próprio "Jornal Nacional" já pinçou frases soltas, omitindo trecho de diálogos que inocentavam o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), para fazer "reporcagens" direcionadas a derrubar um governo eleito do Distrito Federal, recorrendo não a provas e fatos, mas a mera difamação e discursos de uma oposição comandada por gente com a folha corrida de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (ex-DEMos-DF).

Nenhum membro da CPI, nem ninguém do PT, inventou um grampo sem aúdio para investigar a Veja. Foi a Justiça quem autorizou gravar os telefones de Cachoeira, inclusive habilitados em Miami, e foi Policarpo quem tramou com Cachoeira durante anos por conta própria.

Agora "O Globo" invoca a presunção de inocência da revista Veja para que ela não seja INVESTIGADA por uma CPI.

Ora, ninguém está pré-condenando criminalmente a revista nem jornalistas, e justamente por isso quer investigar o verdadeiro papel de cada um, durante a CPI. Se inocentes forem, inocentes sairão. Se culpados forem, culpados sairão, espera-se.

O que toda Nação está querendo esclarecer são as diversas evidências, que existem de sobra, sobre os seguintes supostos crimes praticados nos bastidores da redação de uma grande revista:

- associação para o crime, ao estabelecer relação de toma-lá-dá-cá com organização criminosa;
- favorecimento a uma organização criminosa;
- auferir vantagens comerciais através de acordos informais com organização criminosa;
- formação de quadrilha;
- corrupção ativa e passiva;
- incitação a crimes de violação de domicílios, sigilos, segredos de justiça;
- crimes eleitorais, fazendo campanha eleitoral "subliminar", através da ocultação planejada de notícias desfavoráveis para uns e superdimensionamento de notícias desfavoráveis para outros;
- crimes planejados de calúnia, injúria ou difamação;
- conspiração contra instituições democráticas;

Liberdade de imprensa e de expressão é uma coisa. Corrupção em conluio com organizações criminosas com fins lucrativos e de poder é outra.

A Editora Abril, dona Veja, é uma empresa com fins lucrativos, tanto quanto a empreiteira Delta. Se licitações combinadas, aparelhamento de cargos com fins de corrupção são crimes quando envolvem empreiteiras, matérias jornalísticas combinadas com organizações criminosas com objetivos planejados para atingir lucros de ambos os lados, também é.

A pergunta que fica no ar é, do que a Globo tem medo? Será que se a CPI abrir a caixa preta da revista Veja, pegará também a Globo?

Quantas vezes a Globo repercutiu no "Jornal Nacional" matérias da revista Veja sem fazer apuração própria?

Tudo isso deixa as empresas da organizações Globo em situação bastante delicada, exposta tanto a eventuais processos criminais em massa, como também a processos civis pedindo polpudas indenizações para quem foi ofendido, caso apareçam confidências nos telefonemas provando que reportagens foram feitas de má-fé. 
*osamigosdopresidentelula

Exército reforça fronteira com a Bolívia

 

Por Francisco Nixon Frota
De Agência Notícias do Acre
Exército Brasileiro reforça fronteira com a Bolívia
Após a incursão do Exército Boliviano ao município de Capixaba, região de fronteira entre Brasil e Bolívia, o governo brasileiro acionou o Exército, a Polícia Federal e o Ministério das Relações Exteriores. Foi enviado para a região o ministro da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Sabóia.
Em ação complementar, o governo federal, por meio do 4ª Batalhão de Infantaria de Selva (4º BIS), unidade militar sob o Comando Militar da Amazônia, reforçou a presença do Brasil na região, em uma solenidade realizada no último fim de semana no lado brasileiro do vilarejo Maporro. Foi fixado um mastro com as bandeiras do Brasil, do Estado do Acre e do município Capixaba.
O comandante do 4º BIS, tenente-coronel Danilo Mota Alencar, o secretário de Segurança Pública do Acre, Ildor Reni Graebner (representando o governador Tião Viana), e o prefeito de Capixaba, Joais dos Santos, hastearam os pavilhões das respectivas unidades federadas que representam.
O tenente-coronel Danilo Mota esclareceu: “Estamos cumprindo o papel constitucional do Exército Brasileiro, que é garantir a segurança dos cidadãos assim como a nossa soberania”. O comandante militar afirmou ainda: “Esta não é uma missão de retaliação. Seguimos os princípios éticos que norteiam nosso código de conduta, que é manter a paz e o diálogo com nossos co-irmãos latino-americanos, especialmente com aqueles que dividimos nossas fronteiras”.
O secretário de Segurança Pública disse que o governador Tião Viana agiu como todo grande estadista, “acionando as autoridades afins, quando a segurança da população e nossa soberania se sentiram ameaçadas”. Graebner disse ainda que “um eventual excesso cometido por um oficial do Exército Boliviano não representa o sentimento da nação daquela nação, com a qual vivemos em clima de harmonia há muitos anos. A orientação do governador é a de cautela”
*Nassif