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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 08, 2012

Absurdo: no Maranhão escola Paulo Freire vira Roseana Sarney

Esta gente não se emenda, além de fazer do Maranhão, um dos estados mais pobres do País, sua capitania hereditária, a família do patrono do fisiologismo pátrio, José Sarney, batiza 161 escolas com o sobrenome de sua raça ruim. Não satisfeitos trocaram o nome de uma escola que homenageava o grande educador Paulo Freire para o da deseducadora e atual mandatária da capitania, Roseana Sarney.
Isto no ano que Paulo Freire foi proclamado patrono da educação brasileira e o Brasil é governado por um governo de esquerda, que por um troço que chamam de governabilidade é aliado do imortal e dono do Maranhão, o crápula José Sarney.
Paulo Freire, gostando-se ou não de suas propostas, foi um dos grandes brasileiros do século passado, um homem que passou sua vida dedicando-se a construir um mundo mais justo e solidário e não merecia uma desfeita deste porte realizada por gentinha que acha que batizando prédios públicos com seus nomes ficarão para a História. Ficarão, sim, no lixo que ela reserva a este tipo de gentalha!
A diferença entre Paulo Freire e José Sarney é que um foi cassado, preso e depois exilado pela ditadura militar por não se vergar perante os coturnos da opressão; já o outro se verga perante qualquer poder ou ideologia desde que se mantenha ao lado dos poderosos da vez!

Quem quiser conhecer um pouco sobre a vida e  a obra de Freire vá no Instituto Paulo Freire
A notícia da mudança do nome da escola está no Yahoo Notícias

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