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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 08, 2012

Exército reforça fronteira com a Bolívia

 

Por Francisco Nixon Frota
De Agência Notícias do Acre
Exército Brasileiro reforça fronteira com a Bolívia
Após a incursão do Exército Boliviano ao município de Capixaba, região de fronteira entre Brasil e Bolívia, o governo brasileiro acionou o Exército, a Polícia Federal e o Ministério das Relações Exteriores. Foi enviado para a região o ministro da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Sabóia.
Em ação complementar, o governo federal, por meio do 4ª Batalhão de Infantaria de Selva (4º BIS), unidade militar sob o Comando Militar da Amazônia, reforçou a presença do Brasil na região, em uma solenidade realizada no último fim de semana no lado brasileiro do vilarejo Maporro. Foi fixado um mastro com as bandeiras do Brasil, do Estado do Acre e do município Capixaba.
O comandante do 4º BIS, tenente-coronel Danilo Mota Alencar, o secretário de Segurança Pública do Acre, Ildor Reni Graebner (representando o governador Tião Viana), e o prefeito de Capixaba, Joais dos Santos, hastearam os pavilhões das respectivas unidades federadas que representam.
O tenente-coronel Danilo Mota esclareceu: “Estamos cumprindo o papel constitucional do Exército Brasileiro, que é garantir a segurança dos cidadãos assim como a nossa soberania”. O comandante militar afirmou ainda: “Esta não é uma missão de retaliação. Seguimos os princípios éticos que norteiam nosso código de conduta, que é manter a paz e o diálogo com nossos co-irmãos latino-americanos, especialmente com aqueles que dividimos nossas fronteiras”.
O secretário de Segurança Pública disse que o governador Tião Viana agiu como todo grande estadista, “acionando as autoridades afins, quando a segurança da população e nossa soberania se sentiram ameaçadas”. Graebner disse ainda que “um eventual excesso cometido por um oficial do Exército Boliviano não representa o sentimento da nação daquela nação, com a qual vivemos em clima de harmonia há muitos anos. A orientação do governador é a de cautela”
*Nassif

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