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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 10, 2012

Em côro Gilmar, Gurgel, Alvaro Dias, Aécio, Veja, Folha, Globo gritam "mensalão" para abafar Cachoeira

Só faltava a abalizada opinião do excelentíssimo ministro Gilmar Mendes do STF, sobre as declarações do PGR. Não falta mais.


Para ele também, tudo se explica com o "mensalão" que virou a resposta padrão, pau para toda obra, quando gente graúda de todos poderes da República alinhadas com a, digamos, ideologia demotucana, se vêem metidos em escândalos.

Semanas atrás essa pauta foi lançada pela revista Veja, que produziu uma capa dizendo que a CPI do Cachoeira era cortina de fumaça contra o "mensalão".

Ontem foi o Procurador-Geral da República que disse não dever explicações à nação pelo engavetamento da operação Vegas da Polícia Federal por quase 3 anos, dizendo que é tudo culpa do "mensalão".

Gurgel foi um pauteiro de primeira para o Jornal Nacional, que levou suas declarações ao ar como destaque, fazendo a alegria dos políticos e maqueteiros demotucanos, gratos pela campanha eleitoral extemporânea, gratuita e negativa contra seus adversários.

O líder do PSDB no senado, Álvaro disse, disse a mesma coisa, ao dar em entrevista coletiva.

A previsível revista Veja, fugindo da Cachoeira, obviamente aplaudiu o que chamou de "coragem" do Procurador-geral.

Hoje, a manchete do jornal "Folha de São Paulo" foi:


Mais uma peça de propaganda política para os arquivos dos marqueteiros de campanha de José Serra (PSDB) e demais demotucanos.

O senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), que já apareceu nos autos da operação Monte Carlo nomeando um sobrinha de Cachoeira, também repetiu o mesmo bordão e acusou o PT de usar a CPI do Cachoeira para desviar o foco do julgamento do "mensalão".

Tá tudo dominado. Tem água de Cachoeira vazando para tudo quanto é lado, e haja "mensalão" para tampar os vazamentos.
*osamigosdopresidentelula

Globo ama a Veja: o pacto mafioso

Por Altamiro Borges
O editorial do jornal O Globo desta terça-feira (8) confirma que os barões da mídia fizeram um pacto, não explícito, em defesa da revista Veja. Como já ensinou o intelectual italiano Antonio Gramsci, apesar da cruel concorrência no mercado, o capital se “funde como aço” quando os seus interesses políticos e ideológicos estão em jogo. O conluio da máfia midiática confirma esta tese.

Nassif obtém direito
de resposta contra Veja

 






Autor: Luis Nassif


Acabo de receber de meu advogado Marcel Leonardi cópia da sentença do juiz Gustavo Dall’olio, da Vara Civel de Pinheiros, condenando a Editora Abril a me conceder Direito de Resposta na revista Veja, em vista do ataque sofrido na coluna de Diogo Mainardi.


No desabafo de ontem, mencionei as enormes dificuldades de ver o caso julgado pela juiza Luciana Novakoski Ferreira, da vara criminal de Pinheiros. Com o fim da Lei de Imprensa, a demanda passou para a Vara Civel e obteve julgamento rápido e uma sentença objetiva do juiz Dall’olio.


Caso não publique a resposta, a Abril se sujeitará a multa de R$ 500.000,00. É certeza que a Editora recorra e postergue por mais alguma tempo. Mas pelo menos mostrou que há juízes e juízes, assim como advogados e advogados.


Foram quatro anos de luta. Neste momento meus agradecimentos profundos à competência e coragem do advogado Marcel Leonardi, jovem e talentoso advogado que honrou seu diploma. Em outras ações, fui praticamente abandonado pelo escritório McDowell, Barbosa, Gasparian, temeroso de perder espaço junto à mídia.


Agradecimento também a todos vocês que, na fase mais dura dessa luta, apoiaram com um carinho comovente. E, lógico, à minha família.



Clique aqui para ler o documento na íntegra no Blog do Nassif.

É o mensalão, estúpido.
O brindeiro tem razão

O brindeiro Gurgel é assim: ele acerta o diagnóstico e erra na terapia.

Ao sentar em cima da Operação Vegas ele “acertou” o diagnóstico.

Lá dentro estava o poderoso Senador Demóstenes, o Catão do Cerrado, importante eleitor na hora de escolher ou reconduzir um Procurador Geral da República.

O Catão era o queridinho do PiG (*).

Diagnóstico perfeito.

No Palocci, no Orlando Silva, na licitação da Copa, o brindeiro esteve sintonizado com o PiG (*) de forma quase automática.

O problema do brindeiro é a terapia.

No caso da Operação Vegas, a terapia pode levar à suspeita de “prevaricação”.

Nesta quarta-feira, na extravagante entrevista – clique aqui para ler “Brindeiro desafia o Congresso e se protege com o mensalão” -, brindeiro, de novo, errou na hora de aplicar o tratamento.

Desafiar o Congresso e dizer que o Senador Fernando Collor tem medo do mensalão equivale a dizer que o Cerra tem medo do PiG (*).

Como se sabe, Collor tomou a dianteira na CPI e quer ter uma conversinha com o Gurgel e o Robert(o).

Não há notícia de um Procurador Geral da República que se tornasse suspeito de prevaricação e desafiasse o Congresso para se salvar.

Viva o  Brasil !

Mas, no diagnóstico, o brindeiro acertou em cheio.

É o mensalão, mesmo, o que está em jogo, amigo navegante.

Porque, lá dentro, nas vísceras dessa CPI, está a revelação de que foram Demóstenes e Cachoeira que armaram para derrubar o José Dirceu e criar o mensalão, como demonstrou a TV Record, ao melar o mensalão.

(Depois, com os áudios do Cachoeira, a Record incriminou o Robert(o) Civita de forma inequívoca.)

O brindeiro tem razão, sim, porque dentro da CPI se perceberá com nitidez o que, aqui, se mostrou: “Demóstenes, Robert(o) e Cachoeira se uniram para derrubar o Lula e dar o Governo ao Cerra”.

A oposição e seu braço armado, o PiG (*), não podem viver dessa “crise inflacionária” que, hoje, inflama os Urubólogos.

Isso é “nuvem passageira”.

A última linha de resistência do PiG (e sua risível expressão no Congresso) é o mensalão.

(Aqui pra nós, amigo navegante, o Álvaro Dias como porta-voz da Moralidade é, no mínimo, uma agressão ao bom senso. Ele tem o “gravitas” de uma pena de pardal.)

Logo, condenar o José Dirceu.

Se o Supremo não condenar o Dirceu, o Merval corta os pulsos e vai sujar o fardão.

Diga, aí, amigo navegante, uma única ideia que possa mover a Oposição em 2014.

Um único sopro de inovação.

Uma alternativa ao programa trabalhista do Nunca Dantes e da JK de Saias.

Zero.

Nada.

Da usina da Oposição não sai fumaça.

O que mantem a Oposição viva é o PiG.

E o PiG tem a faca nos dentes: quer a cabeça do Dirceu.

Levar o Dirceu para os debates de 2014, como o Padim Pade Cerra, por fora, levou o Dirceu em 2010.

Por dentro, os Brucutus tratavam do aborto (no Chile, pode).

O Conversa Afiada concorda com o Vander, e gostaria de ver o Supremo votar logo o mensalão.

E quer ver o Supremo condenar o Dirceu.

Em tempo: o Conversa Afiada reproduz comentário que recebeu (via iphone) de observador do PiG (*), do mensalão e agora do brindeiro Gurgel:

Mais grave (do que a entrevista ao jornal nacional) são suas declaracoes chamando os reus de “mensaleiros”. Falando em fato notorio, que não precisa de provas. Escondendo que foi o delegado da PF que relatou que ele e a mulher (não investigaram a Vegas). E o nepotismo ? Ao contrario do que ele (o brindeiro) afirmava, relatou ao delegado que não via indicios para investigar Carlinhos Cachoeira e Demostenes. O JN escondeu esse fato. e (escondeu) as cobrancas do procurador licenciado Pedro Taques, hoje senador PDT, independente do governo. Assinado: Vasco2


Em tempo 2: o Palocci também começou a cair assim: numa trepidante entrevista ao jornal nacional. PHA

Em tempo 3: o deputado Cândido Vacarezza parece dar ao PT uma voz mais firme. Ele também quer ter uma conversinha com o Gurgel. Vamos ver se ele engrossa a voz com o Robert(o) e na CPI da Privataria.

Em tempo 4: o PiG (*) está felicíssimo porque o STF conferiu cinco horas ao brindeiro Gurgel para acusar o Dirceu no julgamento do mensalão. Como se sabe, o discurso de Gettysburg, que entrou para a História da Civilização e ajudou Lincoln a ganhar a Guerra Civil, durou dois minutos. Se duração de discurso ganhasse a guerra, o Fidel tinha conquistado a Flórida.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Crise capitalista provoca aumento da exploração depredadora de minérios na África

Via Diário Liberdade
090512 mina
O aumento dos preços das commodities tem levado as principais mineradoras a investir em torno de US$ 74 bilhões na África, segundo o Banco Barclays, em 15 projetos que deverão entrar em produção nos próximos 10 anos.
A Vale, desde do começo de abril vem sofrendo vários protesto em Moçambique por moradores que a acusam de construir "casas de tipo caixotes", para famílias que foram despejadas das suas terras para dar lugar à mineração. Acusações desse tipo estão em todos os lugares que a Vale atua. No dia 18/04, foi lançado o Relatório de Insustentabilidade da Vale 2012, da autoria da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, veja aqui, que detalha o forte impacto que sofrem os trabalhadores e as comunidades, assim como a depredação do meio ambiente, dentre elas o aumento em 70% das emissões de carbono e as 726 milhões de toneladas de resíduos que foram gerados apenas em 2010.
As atividades depredatórias das mineradoras, tanto a céu aberto quanto subterrâneas, é responsável por grande volumes de resíduos que são despejados de qualquer maneira.
A mineração consome volumes extraordinários de água: desde pesquisa mineral (sondas rotativas e amostragens), na lavra (desmonte hidráulico, bombeamento de água de minas subterrâneas), no beneficiamento (britagem, moagem, flotação, lixiviação), no transporte por mineroduto e na infraestrutura (pessoal, laboratórios e etc). Muitas vezes o lençol freático tem sido rebaixado para desenvolver a lavra, degradando todo o lençol e dificultando o acesso das populações pobres ao líquido vital. Um dos maiores exemplos disso se dá nas montanhas florestadas de Papua Nova Guiné, onde um consórcio internacional de companhias, despeja diariamente 80.000 toneladas diárias de refugos não tratados no rios. Considerando ainda o solo e rocha carreados para a água, essa massa ultrapassa 200 mil toneladas, provocando a destruição de boa parte da vida aquática, alterando a vazão do rio e impactando milhares de moradores locais.
Os recursos hídricos utilizados pelas mineradoras sofrem vários impactos, como o aumento da turbidez e consequente variação na qualidade da água, alteração do pH da água, derrame de óleos, graxas e metais pesados (altamente tóxicos, com sérios danos aos seres vivos do meio receptor), redução do oxigênio matando assim o ecossistema aquático, assoreamento de rios, poluição do ar.
A título de exemplo, a descarga de cádmio no Rio Jinzu, no Japão, feita por uma mina de chumbo e zinco, desencadeou uma onda de casos de doenças ósseas.
O colapso capitalista de 2008 provocou a corrida dos especuladores financeiros para salvar os seus lucros a qualquer custo. O esgotamento da especulação imobiliária nos países central levou à disparada especulativa nos mercados futuros de commodities, onde títulos que referenciam os produtos reais são vendidos dezena de vezes antes de chegar aos consumidores. A perda de lucros na indústria, devido ao estancamento econômico moveu o foco da economia produtiva para a construção civil, tanto imobiliária quanto de grandes obras de infraestrutura, nos principais países atrasados, fundamentalmente na China.
A pressão pelos maiores lucros e de maneira rápida minimizaram os investimentos em recuperação ambiental e em segurança.
*GilsonSampaio

Ruralistas conseguem adiar de novo votação da PEC do Trabalho Escravo

Bancada do agronegócio na Câmara manobra para ameaçar derrota proposta e força partidos a aceitar adiamento para o dia 22 de maio
 João Peres
Apressados na hora de votar o Código Florestal, os ruralistas têm calma na hora de combater o trabalho escravo (Foto: Saulo Cruz. Câmara)
São Paulo – Com ajuda do PMDB, os deputados que representam o agronegócio na Câmara conseguiram postergar novamente a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438, de 2001, a chamada PEC do Trabalho Escravo. Os ruralistas mantiveram propositalmente baixo o quórum da sessão da noite desta quarta-feira (9) para que o governo corresse o risco de derrota após oito anos de espera.
Com esta manobra, o líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), apareceu em plenário para propor que a votação fosse adiada para 22 de maio. Para ele, é o intervalo necessário para construir um consenso em torno da proposta, que destina para reforma agrária a terra na qual seja flagrada escravidão. Com isso, seguirá sendo costurado o acordo debatido durante o dia para tentar garantir a apreciação do texto.
Os ruralistas consideram que a lei brasileira não é suficientemente clara sobre o conceito de trabalho escravo, o que força a apresentação de um projeto em separado para garantir que a aplicação não fique submetida a interpretações – ainda que o Código Penal brasileiro defina o que é trabalho escravo. “Isso é enrolação. Vai votar daqui a 15 dias a mesma coisa”, criticou o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ). “A princesa Isabel, quando aboliu a escravidão, enfrentou alguma resistência, mas ninguém chegou ao cúmulo de pedir que ela definisse de que se trata o trabalho escravo. O que mais vai ser definido?”
Temendo a derrota para a bancada ruralista, de atuação suprapartidária, PT e PSB aceitaram adiar para o dia 22 a votação. “Lamentamos que um tema do século 19 estamos discutindo no século 21, e com esta dificuldade de votar”, afirmou o líder do PT, Jilmar Tatto (SP). “Vamos remeter para 22 de maio, vamos colocar em pauta, vamos fazer todos os acordos possíveis, sem no entanto rebaixar de forma alguma o tema principal.”
Foi o segundo dia seguido em que os ruralistas conseguiram impor o adiamento da votação com o argumento de que a PEC é perigosa para a propriedade. Na véspera, estiveram no Congresso ministros e ex-ministros, artistas e representantes de centrais sindicais. Entre 1995 e 2012, 42 mil pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A exemplo do dia anterior, houve discursos que colocaram a propriedade acima da dignidade humana – e mesmo da vida humana. Na terça-feira (8), Luis Carlos Heinze (PP-RS) chegou a relativizar o crime da escravidão afirmando que também eles, deputados, estão submetidos a condições degradantes.
Na quarta-feira, coube a Nelson Marquezelli (PTB-SP) a tarefa de dizer que se trata de um “crime” colocar em votação a PEC 438. “Se eu, na minha propriedade, matar alguém, tenho direito a defesa. Se tiver bom advogado, não vou nem preso. Mas se der a um funcionário um trabalho que será visto como trabalho escravo, minha esposa e meus herdeiros vão ficar sem um imóvel. É uma penalidade muito maior do que tirar a vida de alguém. A espinha dorsal da Constituição brasileira é o direito à propriedade.”
Pérolas à parte, transpareceu a preocupação de que a proposta do PMDB se trate de manobra para protelar ao infinito a votação da PEC, aprovada em primeiro turno pela Casa em 2004. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), assumiu com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a função de negociar o texto. Agora, reafirmou sua disposição de submeter a questão ao plenário – na véspera, havia prometido votar a proposta, com ou sem acordo. “Esta matéria de fato precisa ser discutida, debatida e esclarecida entre nós, mas ela precisa ser votada porque não podemos e não devemos compactuar com a existência de qualquer prática, qualquer analogia de atividade realizada por qualquer cidadão no Brasil que leve à condição de trabalho escravo.”
Para Ivan Valente (PSOL-SP), é preciso desconfiar da proposta de deixar para daqui a 15 dias a votação final. “Nós podemos fazê-lo já, a não ser que exista a intenção de uma vez indo para o Senado se queira negociar um projeto de lei que vai regulamentar não a aplicação da pena, mas rediscutir o conceito de trabalho degradante. Isso é inaceitável. Isso é negar o que está na Constituição e na lei.”
*GilsonSampaio

Um ambientalista quer saber: como ficar ainda mais verde?

do Viomundo

Luiz Carlos Azenha

Sou deputado federal mineiro, produtor rural e ambientalista. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ)  andou me atacando, ao divulgar a lista acima, daqueles que contribuiram com a minha mais recente campanha eleitoral. Mas o que ele esqueceu de contar aos internautas é que sou todo verde, como vocês podem constatar aqui:
Viram só? Recorro ao divã deste prestigioso veículo para perguntar aos leitores: o que posso fazer para ficar mais verde?

quarta-feira, maio 09, 2012

Ibope-SP: Serra empaca e atinge teto de votos abaixo de 1/3 do eleitorado

 

A pesquisa Ibope de intenção de voto para prefeito de São Paulo, mostrou que os candidatos mais conhecidos aparecem na frente, refletindo um efeito "recall" de eleições passadas, coisa de deve mudar quando a campanha começar para valer.

A situação mais preocupante é de José Serra (PSDB), apesar de aparecer na liderança com 31%, sua rejeição é maior (35%), ele é conhecido por 100% do eleitorado e está empacado praticamente nos 30% que pontuou no último Datafolha, o que indica parecer um teto de votos.

O tucano está na desconfortável situação de ser totalmente conhecido, não conseguir 1/3 de intenção de votos, e ter mais de 1/3 de rejeição.

Mesmo com Serra sendo beneficiado com inserções do PSDB na TV dias antes da pesquisa, não conseguiu convencer mais paulistanos a votar nele, desde a última pesquisa (do Datafolha).

O candidato do maior partido de oposição aos demotucanos paulistas, Fernando Haddad (PT) não teve horário eleitoral na TV neste semestre e permanece desconhecido do grande público, por isso tem muito potencial para crescer, pois na pesquisa espontânea, 60% disseram ainda não ter candidato.

Eis os números:

No cenário pesquisado, o resultado foi:
José Serra (PSDB): 31% das intenções de voto
Celso Russomanno (PRB): 16%
Netinho de Paula (PC do B): 8%
Soninha Francine (PPS): 7%
Gabriel Chalita (PMDB): 6%
Paulinho da Força (PDT): 5%
Fernando Haddad (PT): 3%
Carlos Giannazi (PSOL): 1%
Luiz Flávio Borges D’Urso (PTB): 1%
Levy Fidelix (PRTB): não pontuou
Branco/nulo: 11%
Não sabe/não respondeu: 10%


Rejeição:

Netinho, 38%; Serra, 35%; Levy Fidelix, 19%; Paulinho, 18%; Soninha, 17%; Russomanno, 13%; Haddad, 12%; Chalita, 11%; D’Urso, 11%; Giannazi, 9%; Poderia votar em todos, 6%; Não sabe/não respondeu, 11%.

Espontânea:

Não sabem: 60%
Branco ou nulo: 13%
Serra: 11%
Os demais nomes citados ultrapassam 2% cada um.
*osamigosdopresidentelula

Caros Amigos lança edição especial sobre a Comissão da Verdade

Prezados (as),
Saudações.
Até hoje a sociedade brasileira não tem informações precisas sobre o que aconteceu com centenas de perseguidos políticos durante a Ditadura Militar (1964-1985), mortos sob tortura e desaparecidos depois de capturados pelos órgãos da repressão vinculados à Segurança Pública e às Forças Armadas.
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Há muitos anos – desde antes da Lei da Anistia de 1979 – que ex-presos políticos, familiares de mortos e desaparecidos, entidades de direitos humanos e movimentos sociais diversos exigem o esclarecimento da verdade, que se conheçam os nomes dos carcereiros e torturadores e que se possam localizar os restos mortais dos brasileiros assassinados sob a tutela do Estado.
Sem a elucidação de tais crimes, sem a identificação e a punição dos autores, o Brasil seguirá com a mácula de um país sem memória, com passado nebuloso, com lacunas históricas, sem compromisso com os valores da Verdade e da Justiça. Pior: um país que não enfrenta suas mazelas tende a reproduzi-las eternamente – como acontece com a tortura e demais violências praticadas sistematicamente por funcionários públicos.
Seria ingênuo imaginar que o Estado brasileiro, depois de mais de vinte anos desde o fim dos governos militares e da Constituição de 1988, tenha sofrido mudanças tão profundas a ponto de levar a julgamento e condenar todos os que praticaram crimes de lesa-humanidade, que promoveram a barbárie sob o pretexto de combater o “inimigo interno”.
Mesmo porque as classes que derrubaram o presidente constitucional João Goulart, em 1964, e deram sustentação ao terrorismo de Estado, são as mesmas que respaldam o atual estado democrático de direito, que promovem a exclusão social e que aprovam a contínua violação dos direitos humanos no campo e na cidade. Resta, portanto, aos que não pactuam com o esquecimento e a impunidade, lutar o tempo todo – sem trégua – para que a Verdade e a Justiça venham a prevalecer.
É com esse espírito que a revista Caros Amigos, empenhada em fazer o jornalismo independente e crítico, oferece esta edição especial sobre a Comissão da Verdade, na expectativa de que a pressão da sociedade seja forte o suficiente para exigir o mais amplo e completo resgate histórico de tudo o que aconteceu nos porões da Ditadura.
Você vai encontrar matérias sobre quem esconde os mortos do Araguaia, os rastros da Operação Condor no Brasil, os herdeiros do Esquadrão da Morte, as empresas que financiaram a tortura, os torturadores que continuam impunes, onde estão os arquivos da ditadura, por que o Judiciário impede a realização da Justiça, a cumplicidade da imprensa empresarial, as 50 testemunhas que precisam ser ouvidas pela Comissão da Verdade, além de outras reportagens.
Uma edição histórica e imperdível.
Procure nas bancas: Caros Amigos.
Abraços.
Hamilton Octavio de Souza
Editor.
Participaram: Ana Carolina Andrade, Cecília Luedemann, Débora Prado, Flávia Piovesan, Gabriela Moncau, Gilberto de Breyne, Hamilton Octavio de Souza, Jesus Carlos, Julio Delmanto, Leonardo Dalla Valle, Luciana Araújo, Marcelo Zelic, Otávio Nagoya, Paula Sacchetta, Paula Salati, Paula Sambo, Pedro Ribeiro Nogueira, Rodrigo Cruz, Tatiana Merlino.
*GilsonSampaio

O INSUSTENTÁVEL PESO DA DEMOCRACIA PARA A MÍDIA CARTELIZADA ESTÁ NO EDITORIAL DO JORNAL O GLOBO

O difícil aprendizado do diálogo quando se tem o microfone

O editorial do jornal O Globo de ontem foi muito mais significativo do que uma aparente defesa corporativa de uma outra empresa de mídia. O editorial  revela representações importantes para a democracia brasileira e, por incrível que pareça, estamos avançando. Isso se não for uma defesa da própria pele, visto que muita coisa pode aparecer na CPI.

A primeira delas é a própria exposição do grupo de mídia diante de uma posição inegável.  Desde o início da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito),  do Carlinhos Cachoeira, as organizações Globo se postaram de uma forma bastante comum aos meios de comunicação e o que é um pouco natural, ou seja: dá como notícia o que interessa e oculta o que não interessa. Mas isso parece não ter bastado. A Globo, por meio do jornal, teve de se posicionar e o fez em defesa das práticas mais abomináveis do jornalismo, que é a associação ao crime organizado.

Uma segunda é o reconhecimento da blogosfera e de outras empresas de comunicação. O Globo faz o editorial para o leitor, mas reconhece, mesmo criticando, a existência da blogosfera e de outros concorrentes. Bons tempos aqueles em que era fácil ignorar totalmente o que não interessava. O que não saía nas organizações Globo não era notícia ou, simplesmente, não era um acontecimento, então não havia a necessidade nem de se posicionar.

Agora está um pouco diferente. Se a Globo não deu, algum motivo tem e aí a necessidade de um editorial, porque todo mundo tá sabendo e a Globo não deu uma linha. Na verdade, o editorial é uma forma de poder continuar omitindo as informações que não interessa ao grupo.

Nesse sentido, surge uma terceira representação, que é colocar a Globo e outras empresas que cartelizam a informação, denominadas de PIG (Partido da Imprensa Golpista) pela blogosfera, em uma defensiva muito semelhante às situações vividas por essa mídia durante o processo eleitoral nos últimos anos. Tem havido uma contra-informação muito forte nos períodos eleitorais sobre a manipulação ou a partidarização da informação promovida pelos grandes grupos de mídia, de modo que são até forçados a manifestar explicitamente uma preferência partidária, como fez o Estadão nas últimas eleições presidenciais.  A CPMI de Carlinhos Cachoeira parece eternizar esse período de contra-informação, tornando a mídia cartelizada em uma situação desconfortável fora do período eleitoral também. Essa talvez seja a mais interessante representação do editorial.

Uma última representação é o que tudo isso nos indica, ou seja, parece que já vivemos uma relativa democracia da comunicação, ainda que muito favorável à mídia cartelizada. No entanto, não é tão fácil como antigamente ignorar solenemente algumas informações ou outros meios de comunicação.

Há muito ainda que se fazer para se avançar na democracia da comunicação brasileira, mas o peso da democracia pluripartidária torna-se a cada dia mais insustentável para a mídia cartelizada.

Leia mais em Educação Política:
CORPORATIVISMO OU MÁFIA? ESTADÃO DIZ QUE FALA TUDO SOBRE O CASO CACHOEIRA, MAS OMITE A RELAÇÃO COM REVISTA VEJA, DIVULGADA PELO DOMINGO ESPETACULAR DA RECORD
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SERÁ QUE O SENADOR DEMÓSTENES TORRES FALAVA EM NOME DE CARLINHOS CACHOEIRA NESTE TÍTULO DA REVISTA VEJA?
AULA DE JORNALISMO: ESTADÃO MANIPULA REPORTAGEM PARA LIVRAR A CARA DO MINISTRO DO SUPREMO, GILMAR MENDES

*Educaçãopolítica

As desculpas de Gurgel

 

Autor: 

Ao não encaminhar as denúncias contra o senador Demóstenes Torres ao STF, o Procurador geral Roberto Gurgel permitiu a eleição de Demóstenes, de Marconi Perillo, atrapalhou as investigações na Operação Monte Carlo e deu uma sobrevida à organização criminosa.
Entre os seus críticos encontram-se:
1. Petistas, indignados com seu empenho contra Antonio Palocci e sua benevolência para com Demóstenes e que pretendem intimidá-lo no julgamento do mensalão.
2. Policiais experientes, sem nenhuma relação com o petismo, como Paulo Lacerda, que não aceitaram as explicações do procurador - de que não encaminhou as denúncias para permitir maiores investigações. Tivesse encaminhado a denúncia, as investigações sobre Demóstenes e outros intocáveis teriam sido aprofundadas.
3. Setores que se indignaram com as armações na Satiagraha - e que se colocaram contra estrelas do petismo que também torpedeavam a operação.
Ao tomar a parte pelo todo, atribuindo as críticas exclusivamente ao primeiro grupo, Gurgel falseia os fatos.
Que Merval Pereira recorra a esses argumentos falseadores, entende-se. Que o próprio Gurgel os encampe, é vergonhoso para o MPF.


Pede pra sair, Gurgel

O Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, precisaria dar alguma explicação objetiva e bem fundamentada sobre o motivo pelo qual não pediu investigação ao STF sobre o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), quando recebeu o relatório da Operação Vegas, em 2009.

Ele não pode admitir que teria sido motivado por falta de confiança no ministro do STF Gilmar Mendes (devido a proximidade com Demóstenes, verificada no episódio do "grampo sem áudio"), pois isso geraria uma crise institucional com o Supremo. Mas poderia explicar melhor o que foi feito em conjunto com os Ministérios Públicos Federais do DF e de Goiás, e o que havia de frágil do ponto de vista jurídico na operação Vegas, para ainda não abrir investigação sobre o senador eleito pelo DEM.

O que ele jamais poderia fazer é politizar o caso, misturando coisas distintas que nada tem a ver na sua área de atuação, a jurídica. E ele politizou de forma escandalosa e inaceitável quando declarou:

"Eu tenho dito que na verdade o que nós temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. São pessoas que na verdade estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, com os fatos de desvio de recursos e corrupção, e ficam muito preocupados com a opção que o procurador-geral tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida. Não fosse essa opção, nós não teríamos Monte Carlo, nós não teríamos todos estes fatos que acabaram vindo à tona".

Ora, a revista Veja pode não ter compromisso público e recorrer a malandragem de usar o surrado "mensalão" como cortina de fumaça para esconder Carlinhos Cachoeira de sua capa, mas um Procurador-Geral da República jamais pode recorrer a este tipo de malandragem, devido a seu cargo e a seu notório saber jurídico, que sequer permite esse tipo de discurso rastaquera de políticos e jornalistas de oposição.

Se Gurgel não queria causar uma crise institucional com o STF, ele causou outra crise com outro poder tão legítimo quanto o STF, que é o Congresso Nacional.

Assim, Gurgel comporta-se como quem perdeu a sua capacidade de discernimento e de conseguir fundamentar explicações para seus atos, e é hora de pedir a aposentadoria e deixar o cargo para quem tenha mais gás e mais tenacidade para administrar situações delicadas como a possível resistência de ministros do STF em autorizar investigar Demóstenes a partir da Operação Vegas.

E não me venham falar que a troca de um Procurador-Geral prejudica o julgamento do "mensalão", porque se assim fosse, o ex-procurador Antonio Fernando de Souza, que formulou a ação, não poderia deixar o cargo antes do julgamento. Rei morto, rei posto. Outro Procurador-Geral fará  o mesmo papel de Gurgel. O processo do "mensalão" não depende de quem esteja no cargo, nem de CPI do Cachoeira, nem da quantidade de testes de hipóteses que já foi publicado na velha imprensa demotucana, depende apenas de provas objetivas. Qualquer nome que ocupar o cargo de Procurador-Geral se tem provas, exibirá (aliás já teria que ter exibido nos autos), se não tem, não há nada a fazer a não ser acatar a sentença inocentando aqueles que foram acusados por atos que não praticaram. 
*osamigosdopresidentelula