Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 09, 2012

Ibope-SP: Serra empaca e atinge teto de votos abaixo de 1/3 do eleitorado

 

A pesquisa Ibope de intenção de voto para prefeito de São Paulo, mostrou que os candidatos mais conhecidos aparecem na frente, refletindo um efeito "recall" de eleições passadas, coisa de deve mudar quando a campanha começar para valer.

A situação mais preocupante é de José Serra (PSDB), apesar de aparecer na liderança com 31%, sua rejeição é maior (35%), ele é conhecido por 100% do eleitorado e está empacado praticamente nos 30% que pontuou no último Datafolha, o que indica parecer um teto de votos.

O tucano está na desconfortável situação de ser totalmente conhecido, não conseguir 1/3 de intenção de votos, e ter mais de 1/3 de rejeição.

Mesmo com Serra sendo beneficiado com inserções do PSDB na TV dias antes da pesquisa, não conseguiu convencer mais paulistanos a votar nele, desde a última pesquisa (do Datafolha).

O candidato do maior partido de oposição aos demotucanos paulistas, Fernando Haddad (PT) não teve horário eleitoral na TV neste semestre e permanece desconhecido do grande público, por isso tem muito potencial para crescer, pois na pesquisa espontânea, 60% disseram ainda não ter candidato.

Eis os números:

No cenário pesquisado, o resultado foi:
José Serra (PSDB): 31% das intenções de voto
Celso Russomanno (PRB): 16%
Netinho de Paula (PC do B): 8%
Soninha Francine (PPS): 7%
Gabriel Chalita (PMDB): 6%
Paulinho da Força (PDT): 5%
Fernando Haddad (PT): 3%
Carlos Giannazi (PSOL): 1%
Luiz Flávio Borges D’Urso (PTB): 1%
Levy Fidelix (PRTB): não pontuou
Branco/nulo: 11%
Não sabe/não respondeu: 10%


Rejeição:

Netinho, 38%; Serra, 35%; Levy Fidelix, 19%; Paulinho, 18%; Soninha, 17%; Russomanno, 13%; Haddad, 12%; Chalita, 11%; D’Urso, 11%; Giannazi, 9%; Poderia votar em todos, 6%; Não sabe/não respondeu, 11%.

Espontânea:

Não sabem: 60%
Branco ou nulo: 13%
Serra: 11%
Os demais nomes citados ultrapassam 2% cada um.
*osamigosdopresidentelula

Nenhum comentário:

Postar um comentário