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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 24, 2012
Gurgel se contradiz e confirma paralisação das investigações sobre Cachoeira por 1 ano
http://goo.gl/Xw6c1 |
O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, respondeu ao ofício da
CPI do Cachoeira que cobrava explicações sobre o engavetamento da
Operação Vegas da Polícia Federal em setembro de 2009 e, infelizmente,
confirmou que entre este engavetamento e o início da Operação Monte
Carlo "cair do céu", um ano depois, a organização criminosa de Carlinhos
Cachoeira atuou sem ser importunada por qualquer investigação federal.
A resposta do Procurador-Geral está mais para uma peça em sua
defesa jurídica e de sua mulher subprocuradora, invocando fundamentos
legais para justificar o engavetamento, do que uma explicação
convincente à nação, e mesmo assim apresenta contradições do ponto de
vista jurídico.
Gurgel alega (no item 7) que o sobrestamento (engavetamento no
popular), foi para fazer uma ação controlada, ou seja, algo como deixar a
quadrilha atuar para pegá-la com boca na botija, na hora certa.
Mas o problema é que não havia ação controlada nenhuma, nem em curso, nem solicitada.
A cronologia dos fatos não deixa dúvidas de que houve, no mínimo, erro,
quando ele diz que só em março de 2011 teve a confirmação de que havia
outra investigação, sem mostrar nenhuma "ação controlada" desde 2009.
Lamentavelmente a suposta organização criminosa operou livre de
investigações durante a campanha eleitoral de 2010, época em que o
bicheiro reinou em Goiás para eleger políticos de seu esquema e, quem
sabe tentar influir no resultado da própria eleição presidencial, já que
há a suspeita sobre qual o real papel do ex-sargento Dadá no episódio
do "dossiê no comitê de Dilma", inventado pela revista Veja.
A íntegra da resposta está no site do MPF.
ZéAugustoNo Blog do Saraiva
*comtextolivre
Nos EUA, vítimas de esterilização forçada lutam para receber indenizações
Via Ópera Mundi
Leis estaduais permitiam a prática da eugenia até 1979 nos EUA; só Carolina do Norte planeja reparar vítimas
Southernstudies.org
Mulheres protestam contra política de esterilização nos anos 70 nos EUA; principais alvos eram negros e outras minorias
Durante
74 anos, leis que autorizavam a esterilização compulsória de pessoas
consideradas "incapazes" vigoraram nos Estados Unidos. Como resultado
dessas políticas de eugenia, que miravam principalmente mulheres, negros
e pessoas consideradas mentalmente incapacitadas, aproximadamente 60
mil norte-americanos foram privados do direito à reprodução. Amaparados
por suas famílias, os sobreviventes dessas ações lutam agora pelo
direito de serem indenizadas.
Embora muitos
desses Estados tenham pedido formalmente desculpas por esse capítulo de
suas histórias, até hoje, apenas a Carolina do Norte tem dado passos
para compensar as vítimas financeiramente. Em janeiro, um grupo de
trabalho do governo estadual recomendou um valor de 50 mil dólares para
cada pessoa atingida, e o governador Bev Perdue separou 10,3 milhões de
dólares para cobrir o custo. Cerca de 2 mil afetados que continuam vivos
podem ser beneficiados.
Ironicamente, esse
Estado foi um dos principais aplicadores dessa política (cerca de 7.600
habitantes foram esterilizados entre 1929 e 1974 – muitos nem tiveram
ciência de que estavam sendo submetidos a essas operações). Essas
pessoas eram consideradas “deficientes mentais” e “impróprias para a
reprodução”. Dentre eles, 48% eram mulheres e 40% eram negros ou índios.
A prática já era aplicada e tolrada desde o
século XIX, mas foi legalizada pela primeira vez na Pensilvânia em 1905 e
abolida definitivamente em 1979, com a última revogação decretada no
Estado da Virgínia. A Califórnia foi, de longe, o Estado que mais
executou essa medida, em 20.108 habitantes, cerca de um terço das
esterilizações em todo o país. No total, 32 Estados norte-americanos
adotaram essa prática durante o século XX.
Vítimas
Um dos casos mais dramáticos é o de Elaine Riddick, uma mulher negra com 60 anos. Ela testemunhou ao site Mother Jones
que, em 1968, quando era apenas uma adolescente de 14, foi estuprada e
engravidada por um vizinho. A comissão estadual de eugenia a declarou
“intelectualmente débil” e “promíscua”. E, assim que deu à luz a seu
único filho, foi esterilizada pelos médicos. Por ser menor de idade, era
necessária uma permissão dos parentes. Coube à sua avó analfabeta
assinar a permissão com um “X”. Para Tony, filho de Elaine, é como se
ela tivesse sofrido um segundo estupro, só que cometido pelo Estado.
Uma
das últimas vítimas foi Janice Black, também negra, e residente de
Charlotte. Quando ela era adolescente, sua família decidiu que ela não
deveria ter filhos, e assistentes sociais ligados a ela a classificaram
como “intelectualmente débil”. Em 1971, Janice só sabia assinar seu
nome, e aceitou ser operada. Atualmente, ela trabalha na limpeza de
equipamentos no mesmo hospital em que sua meio-irmã a levou para ser
esterilizada, há 40 anos. “Sinto que não fui tratada honestamente, como
se não fosse um ser humano”, protesta ao site.
Charles
Holt, branco, recebeu contra sua vontade uma vasectomia em 1968,
enquanto vivia, ainda adolescente, em um abrigo do Estado para pessoas
com problemas emocionais – devido ao julgamento feito por um assistente
social. A comissão de eugenia o liberou quando ele fez 19 anos, logo
depois que ele foi esterilizado. Seus pais concordaram como
procedimento, mas Holt só soube anos depois que foi submetido à
operação. “O médico disse que eu poderia voltar para a casa se eu
fizesse uma operação”, afirmou, sem que tenham dito a verdadeira
finalidade.
Um ano depois, ele se apaixonou e
começou a ter planos para formar uma família, quando descobriu que era
estéril. Entrou em depressão e sofreu de alcoolismo. Só se recuperou
após ajudar a criar três crianças. Anos depois, ganhou deles oito netos.
“Ele teria sido um pai (biológico) formidável, seus filhos teriam
disciplina e educação. Ele sabe e sempre soube tomar conta de crianças:
troca fraldas, cozinha, limpa e, mais importante, sabe amar”, diz
Melissa Hyatt, uma de suas filhas adotadas.
Para
ela, cada vítima mereceria pelo menos um milhão de dólares, já que cada
um recebeu uma sentença perpétua. “Não ficaram 20 anos atrás das
grades, mas sofreram cicatrizes mentais e emocionais pagando por algo
que eles nunca fizeram”, protesta.
*Com informações do site Mother Jones.
*GilsonSampaio
Postado por Cláudio Camargo
Postado por
EDUARDO BUERES
às
A GUERRA CONTRA OS FRACOS NASCEU NOS EUA
Os Estados Unidos são tidos como um dos
países onde a democracia nasceu e criou raízes. Isso é verdade, mas
frequentemente se esquece que essa mesma democracia, que garantiu as liberdades
individuais e civis, tinha aspectos oligárquicos. Tanto que o país conviveu com
a escravidão por quase cem anos e depois disso com uma política de apartheid
nos estados sulistas que duraria até os anos 1960 do século passado.
Mas há uma
coisa que poucos sabem: durante 74 anos, a democracia americana tinha leis que
autorizavam a esterilização compulsória de pessoas consideradas “incapazes” ou
“inferiores” – fossem negros, deficientes mentais ou mulheres. A isso se dá o
nome de eugenia, prática de “purificação racial” hoje condenada e que
normalmente é associada ao nazismo, mas que nasceu na Inglaterra e foi aplicada
nos EUA e – pasmem! – na Suécia. Nos EUA, cerca de 60 mil cidadãos americanos
foram esterilizados entre 1929 e 1979 e muitos sequer foram informados de que
estavam sendo submetidos a essas operações. Entre eles, 48% eram mulheres e 40%
negros ou indígenas. A progressista Califórnia foi o estado que mais adotou
essa medida, esterilizando cerca de 20 mil – um terço do total.
Em 2004 fiz uma resenha para a IstoÉ de um
livro, A Guerra contra os Fracos, de Edwin Black, que retrata essa tragédia
As raízes do Holocausto
Adolf Hitler copiou de eugenistas americanos
política que eliminava "raças inferiores"
Cláudio
Camargo
Algumas
palavras ficaram tão associadas a crimes aberrantes que simplesmente
desapareceram do vocabulário corrente. É o caso da “eugenia” ou “higiene racial”,
um movimento racista e pseudocientífico surgido no início do século XX que
classificava as pessoas segundo a hereditariedade, esterilizando os “incapazes”
(doentes mentais, epilépticos, alcoólatras, criminosos comuns, deficientes
visuais, pobres, mas também negros, judeus, poloneses...) com o objetivo de
preservar e ampliar a “raça superior”, branca e nórdica. Embora tenha sido
aplicada em escala industrial e genocida apenas na Alemanha nazista, a eugenia
tomou corpo e ganhou forma e robustez nos EUA. Os epígonos de Hitler apenas
copiaram e universalizaram o modelo. Essa incrível história, pouco conhecida, é
contada agora, num minucioso relato, em A
guerra contra os fracos – a eugenia e a campanha norte-americana para criar uma
raça superior, do jornalista americano Edwin Black.
Nos
domínios de Tio Sam, berço da democracia moderna, a eliminação de grupos
étnicos indesejáveis não foi perpetrada por sinistras tropas de assalto, como
no III Reich, mas por “respeitados professores, universidades de elite, ricos
industriais e funcionários do governo”. Criada na Inglaterra no século XIX pelo
matemático Francis J. Galton, a eugenia (composta do grego “bem nascido”)
atravessou o oceano e encontrou campo fértil em terras americanas. Sob a batuta
do zoólogo Charles Davenport, o movimento eugenista obteve apoio de
instituições renomadas, como a Carnagie Institution – que montou a primeira
empresa de eugenia em Long
Island –, da Fundação Rockefeller e de uma plêiade de
acadêmicos, políticos e intelectuais.
O movimento cativou tanto a elite americana da época que, a partir de 1924,
leis que impunham a esterilização compulsória foram promulgadas em 27 Estados
americanos, para impedir que determinados grupos tivessem descendentes. Uma
vasta legislação proibindo ou restringindo casamentos também foi criada para
barrar a miscigenação. Confrontada com tamanha violação dos princípios da
Constituição americana, a Suprema Corte deu sua bênção à eliminação dos mais
fracos. “Em vez de esperar para executar descendentes degenerados por crimes, a
sociedade deve se prevenir contra aqueles que são manifestadamente incapazes de
procriar sua espécie”, disse o juiz Oliver Wendell. Entre os anos 1920 e 1960
pelo menos 70 mil americanos foram esterilizados compulsoriamente – a maioria
mulheres.
Edwin Black, que ficou famoso em 2001 com o best-seller A IBM e o Holocausto, lembra que a cruzada eugenista de Tio Sam não
foi apenas um crime doméstico. “Os esforços americanos para criar uma superraça
nórdica chamaram a atenção de Hitler.” Antes da guerra, os nazistas praticaram
a eugenia com total aprovação dos cruzados eugenistas americanos. Não sem uma
ponta de inveja, claro: “Hitler está nos vencendo em nosso próprio jogo”,
declarou em 1934 Joseph DeJarnette, superintendente do Western State Hospital,
da Virgínia.
Desmascarado
pelo genocídio hitlerista, o antes arrogante movimento eugenista baixou a
guarda. Mesmo assim, entre 1972 e 1976, hospitais de quatro cidades
esterilizaram 3.406 mulheres e 142 homens. Muitas mulheres pobres foram
ameaçadas com a perda de benefícios sociais ou mesmo a guarda dos filhos.
Condenada
pela comunidade acadêmica em 1977,
a eugenia escondeu o rosto e buscou refúgio nos
cromossomos da engenharia genética. Mas, assim como no passado a eugenia
contaminou causas sociais, médicas e educacionais importantes, hoje ela pode
inocular o vírus da intolerância em projetos científicos fundamentais, como o
genoma e o processo de clonagem para fins terapêuticos. Afinal, é sabido que,
ao brincar de Deus, o homem costuma fazer a obra do diabo.
Os Estados Unidos são tidos como um dos
países onde a democracia nasceu e criou raízes. Isso é verdade, mas
frequentemente se esquece que essa mesma democracia, que garantiu as liberdades
individuais e civis, tinha aspectos oligárquicos. Tanto que o país conviveu com
a escravidão por quase cem anos e depois disso com uma política de apartheid
nos estados sulistas que duraria até os anos 1960 do século passado.
Mas há uma
coisa que poucos sabem: durante 74 anos, a democracia americana tinha leis que
autorizavam a esterilização compulsória de pessoas consideradas “incapazes” ou
“inferiores” – fossem negros, deficientes mentais ou mulheres. A isso se dá o
nome de eugenia, prática de “purificação racial” hoje condenada e que
normalmente é associada ao nazismo, mas que nasceu na Inglaterra e foi aplicada
nos EUA e – pasmem! – na Suécia. Nos EUA, cerca de 60 mil cidadãos americanos
foram esterilizados entre 1929 e 1979 e muitos sequer foram informados de que
estavam sendo submetidos a essas operações. Entre eles, 48% eram mulheres e 40%
negros ou indígenas. A progressista Califórnia foi o estado que mais adotou
essa medida, esterilizando cerca de 20 mil – um terço do total.
Adolf Hitler copiou de eugenistas americanos política que eliminava "raças inferiores"
Algumas palavras ficaram tão associadas a crimes aberrantes que simplesmente desapareceram do vocabulário corrente. É o caso da “eugenia” ou “higiene racial”, um movimento racista e pseudocientífico surgido no início do século XX que classificava as pessoas segundo a hereditariedade, esterilizando os “incapazes” (doentes mentais, epilépticos, alcoólatras, criminosos comuns, deficientes visuais, pobres, mas também negros, judeus, poloneses...) com o objetivo de preservar e ampliar a “raça superior”, branca e nórdica. Embora tenha sido aplicada em escala industrial e genocida apenas na Alemanha nazista, a eugenia tomou corpo e ganhou forma e robustez nos EUA. Os epígonos de Hitler apenas copiaram e universalizaram o modelo. Essa incrível história, pouco conhecida, é contada agora, num minucioso relato, em A guerra contra os fracos – a eugenia e a campanha norte-americana para criar uma raça superior, do jornalista americano Edwin Black.
O movimento cativou tanto a elite americana da época que, a partir de 1924, leis que impunham a esterilização compulsória foram promulgadas em 27 Estados americanos, para impedir que determinados grupos tivessem descendentes. Uma vasta legislação proibindo ou restringindo casamentos também foi criada para barrar a miscigenação. Confrontada com tamanha violação dos princípios da Constituição americana, a Suprema Corte deu sua bênção à eliminação dos mais fracos. “Em vez de esperar para executar descendentes degenerados por crimes, a sociedade deve se prevenir contra aqueles que são manifestadamente incapazes de procriar sua espécie”, disse o juiz Oliver Wendell. Entre os anos 1920 e 1960 pelo menos 70 mil americanos foram esterilizados compulsoriamente – a maioria mulheres.
Edwin Black, que ficou famoso em 2001 com o best-seller A IBM e o Holocausto, lembra que a cruzada eugenista de Tio Sam não foi apenas um crime doméstico. “Os esforços americanos para criar uma superraça nórdica chamaram a atenção de Hitler.” Antes da guerra, os nazistas praticaram a eugenia com total aprovação dos cruzados eugenistas americanos. Não sem uma ponta de inveja, claro: “Hitler está nos vencendo em nosso próprio jogo”, declarou em 1934 Joseph DeJarnette, superintendente do Western State Hospital, da Virgínia.
Postado por Cláudio Camargo
*MilitânciaViva
Nunca esqueça: a questão é Bradley Manning, não o casamento gay
Via Resistir.info
John Pilger
Na semana em que Barack Obama recebeu o Prémio Nobel da Paz, em 2009,
ele ordenou ataques de bombardeamento sobre o Iémen, matando um número
confirmado de 63 pessoas, 28 das quais crianças. Quando Obama anunciou
recentemente que apoiava o casamento do mesmo sexo, aviões americanos
estraçalhavam 14 civis afegãos. Em ambos os casos, o assassínio em massa
não era novidade. O que importava eram as cínicas vacuidades de uma
celebridade política, produto de um espírito de época conduzido pelas
forças do consumismo e dos media com o objectivo de desviar a luta pela
justiça social e económica.
A concessão do
Prémio Nobel ao primeiro presidente negro por ele "oferecer esperança"
era tanto absurda como uma expressão autêntica do estilo liberal que
controla grande parte do debate político no ocidente. O casamento entre o
mesmo sexo é uma de tais distracções. Nenhuma "questão" desvia a
atenção com tanto êxito como esta: não o voto livre no Parlamento sobre a
redução de idade de consentimento gay promovido pelo conhecido
libertário e criminoso de guerra Tony Blair; nem as fendas em "telhados
de vidro" que em nada contribuem para a libertação das mulheres e
simplesmente ampliam as exigências do privilégio burguês.
Obstáculos
legais não deveriam impedir pessoas de se casarem umas com as outras,
pouco importando o género. Mas isto é um assunto civil e privado; a
aceitabilidade burguesa ainda não é um direito humano. Os direitos
associados historicamente com o casamento são os da propriedade: o
próprio capitalismo. Elevar o "direito" de casamento acima do direito à
vida e à justiça real é tão sacrílego como procurar aliados entre
aqueles que negam a vida e a justiça a muitos, desde o Afeganistão até a
Palestina.
CONVERSÃO DAMASCENA
Em
9 de Maio, horas antes da sua damascena declaração sobre casamento do
mesmo sexo, Obama enviou mensagens a doadores da campanha tornando clara
a sua nova posição. Ele pedia dinheiro. Em resposta, segundo o Washington Post, sua
campanha recebeu um "fluxo maciço de contribuições". Na noite seguinte,
com os noticiários agora dominados pela sua "conversão", ele compareceu
a uma festa de levantamento de fundos na casa de Los Angeles do actor
George Clooney. "Hollywood", relatou a Associated Press, "é o lar para
alguns dos mais famosos apoiantes do casamento gay e os 150 doadores que
estavam a pagar US$40 mil para comparecer ao jantar de Cloooney sem
dúvida sentir-se-ão estimulados pelo anúncio decisivo de Obama no dia
anterior". Espera-se que a festa de Clooney arrecade um recorde de US$15
milhões para a reeleição de Obama e será seguida por "mais outra festa
para levantamento de fundos em Nova York patrocinada pelos apoiantes gay
e latinos de Obama".
A espessura de um papel
de cigarro separa os partidos Democrata e Republicano sobre políticas
económica e externa. Ambos representam os super ricos e o empobrecimento
de uma nação da qual milhões de milhões de dólares do fisco foram
transferidos para uma indústria de guerra permanente e para bancos que
são pouco mais do que empresas criminosas. Obama é tão reaccionário e
violento quanto George W. Bush e sob certos aspectos é até pior. A sua
especialidade pessoal é utilizar os drones Hellfire armados com mísseis
contra pessoas indefesas. Sob a cobertura de uma retirada parcial de
tropas do Afeganistão, ele enviou forças especiais dos EUA para 120
países onde são treinados esquadrões da morte. Ele ressuscitou a velha
guerra fria em duas frentes: contra a China na Ásia e com um "escudo" de
mísseis destinados à Rússia. O primeiro presidente negro presidiu o
encarceramento e vigilância do maior número de pessoas negras do que os
que estavam escravizados em 1850. Ele tem perseguido mais denunciantes –
que contavam a verdade – do que qualquer dos seus antecessores. O seu
vice-presidente, Joe Biden, um ardente belicista, chamou o editor da
WikiLeaks, Julian Assange, de "terrorista hi-tech". Biden também se
converteu à causa do casamento gay.
BRADLEY MANNING
Um dos verdadeiros heróis da América é o soldado gay Bradley Manning
, o denunciante que alegadamente proporcionou à WikiLeaks gigantesca
quantidade de provas da carnificina americana no Iraque e no
Afeganistão. Foi a administração Obama que caluniou a sua
homossexualidade como anormal e foi o próprio Obama quem declarou como
culpado um homem não condenado por qualquer crime.
Quem
entre os bajuladores e actores na festa do dinheiro de Clooney, em
Hollywood, gritou: "Recordem Bradley Manning"? Que eu saiba, nenhum
eminente porta-voz dos direitos dos gay manifestou-se contra a
hipocrisia de Obama e Biden que afirmam apoiar o casamento do mesmo sexo
enquanto aterrorizam um homem gay cuja coragem deveria ser uma
inspiração para todos, pouco importando as preferências sexuais.
O
feito histórico de Obama como presidente dos Estados Unidos foi
silenciar o movimento anti-guerra por justiça social associado ao
Partido Democrata. Tal deferência para com um extremismo oculto e
corporificado num astuto operador amoral trai a rica tradição de
protesto popular nos EUA. Talvez o movimento Occupy siga, como dizem,
esta tradição, talvez não.
A verdade é que
aquilo que importa para os que aspiram controlar nossas vidas não é o
pigmento da pelo ou o género, ou se somos gay ou não, mas a classe a que
servimos. Os objectivos são assegurar que olhemos para dentro de nós
mesmos, não para fora, os outros, e que colaboremos no isolamento
daqueles que resistem. Este desgaste de criminalizar, brutalizar e banir
o protesto também pode facilmente transformar as democracias ocidentais
em estados de terror.
Dia 12 de Maio, em
Sydney, Austrália, terra da Terça-feira Gorda de Carnaval dos Gay e
Lésbicas, um desfile de protesto em apoio do casamento gay encheu o
centro da cidade. A polícia olhou-o benevolentemente. Era uma vitrina de
liberalismo. Três dias depois, houve uma marcha para assinalar a Nakba
("A Catástrofe"), o dia de luto em que Israel expulsou palestinos da
sua terra. Mas uma proibição policial tinha de ser anulada pelo Tribunal
Supremo.
Esta é a razão porque o povo da
Grécia deve ser a nossa inspiração. Pela sua própria experiência penosa
eles sabem que a sua liberdade só pode ser recuperada enfrentando, o
Banco Central alemão, o Fundo Monetário Internacional e os seus próprios
quislings
em Atenas. Povos por toda a América Latina alcançaram isto: os
indignados da Bolívia que despediram os privatizadores da água e os
argentinos que disseram ao FMI o que fazer com a sua dívida. A coragem
de desobedecer foi a sua arma. Recordem Bradley Manning.
16/Maio/2012
O original encontra-se em johnpilger.com/...
*GilsonSampaio
Defensoria apura situação de jovem entrevistado por repórter da Band
Por Cathy Rodrigues/Jornalista
Estiveram presentes hoje (quarta-feira), na 12ª Delegacia
Circunscricional de Polícia de Itapuã, em Salvador, os defensores
públicos Fabiana Miranda e Rodrigo Assis para acompanhar o caso do
acusado de assalto e estupro Paulo Sérgio Silva Sousa, de 18 anos. O
fato está sendo apurado em ação penal que tramita na 8ª Vara Crime. Ao
ser entrevistado por uma repórter do programa “Brasil Urgente Bahia”, da
Rede de TV Bandeirantes, o jovem nega o estupro. No entanto, a
reportagem, a jornalista afirma que ele “não estuprou, mas queria
estuprar”, em seguida, o ridiculariza por confundir exame de corpo de
delito com exame de próstata, ele chora e ela o chama de estuprador.
O caso ganhou repercussão nacional desde ontem (terça-feira), contudo, o
acusado foi preso no dia 31 de março e, desde então, está preso na
Delegacia de Itapuã. A entrevista em questão foi realizada dois dias
após sua prisão. De acordo com a defensora pública e subcoordenadora da
Especializada de Proteção aos Direitos Humanos da Defensoria Pública do
Estado da Bahia, Fabiana Miranda, os direitos da personalidade são
essenciais à vida humana e visam a preservação de sua dignidade, bem
jurídico inerente ao ser humano. “A honra e a imagem são direitos da
personalidade, sendo inatos, inseparáveis da pessoa, não podendo o ser
humano se privar deles”, declarou.
Ainda de acordo com a defensora pública, a reportagem utilizou a imagem
do acusado para humilhá-lo, achincalhá-lo, expô-lo ao ridículo, apenas
com o intuito de utilizá-lo em uma tentativa de angariar audiência, de
forma sensacionalista, às custas da violação da sua dignidade: “A
repórter não se limitou ao dever de informar, atingiu cabalmente a
honra, a dignidade e a imagem do detido”.
O detido já conta com a assistência jurídica, o que deslegitima a
Defensoria Pública da Bahia a adotar qualquer medida. “Viemos aqui para
ver as condições em que se encontra Paulo Sérgio e oferecer nossos
serviços, pois a Defensoria é uma instituição que está a disposição de
todo cidadão em situação de vulnerabilidade. Outra questão importante é
que não é possível conceber a devida justiça neste caso sem uma ação por
danos morais. As imagens confirmam o abuso no exercício da informação e
da manifestação do pensamento da repórter. A reportagem violou a
Constituição Federal em seu inciso artigo 5º, inciso X”, afirmou o
defensor público Rodrigo Assis.
Paulo Sérgio é réu primário, vive nas ruas desde criança, apesar de ter
residência em Cajazeiras 11. Tem seis irmãos, é analfabeto e já vendeu
doces e balas dentro de ônibus. Ao ser questionado sobre como se sentiu
durante a entrevista, ele diz: “Eu me senti humilhado, porque ela ficou
rindo de mim o tempo todo. Eu chorei porque sabia que ali, eu iria pagar
por algo que não fiz, e que minha mãe, meus parentes e amigos iriam me
ver na TV como estuprador, e eu sou inocente”.
*GerivaldoAlvesNeiva
quarta-feira, maio 23, 2012
Banco é condenado por discriminar empregado paraplégico
Horror!: Banco é condenado por discriminar empregado paraplégico
Houve
um tempo em que os bebês que nasciam defeituosos e não poderiam, no
caso dos meninos, tornar-se guerreiros, ou, no caso das meninas, gerar
novos guerreiros, eram jogados no penhasco, por não atenderem aos fins
da sociedade. Não se trata aqui de estória, ficção e, sim, da história
dos povos da Grécia antiga. Atravessamos a Idade Média, quando os
leprosos eram apedrejados, e a Segunda Guerra Mundial, quando o nazismo
disseminou a crença na pureza de uma raça, para chegar à era atual com
duas certezas: a de que muita coisa mudou e a de que muito ainda tem que
ser mudado. Bebês não são mais jogados de penhascos, é certo, mas há
muito o que se fazer para incluir os desiguais.
Foi
com base nessa análise histórica que o juiz Paulo Emilio Vilhena da
Silva, à época, atuando como juiz substituto na Vara do Trabalho de
Guaxupé, julgou um processo envolvendo um trabalhador paraplégico, que
se dizia discriminado no banco onde prestou serviços por dois anos.
Embora o reclamado tenha negado os fatos narrados pelo empregado, o
magistrado constatou que o reclamante é quem tem razão.
Contraditoriamente, o Brasil é um dos países mais avançados do mundo na
elaboração de leis de proteção à pessoa portadora de deficiência, mas
também é o que possui mais leis sem resultado efetivo nessa matéria.
Ou
seja, não basta editar novas leis de proteção, frisou o julgador. É
preciso conscientizar as pessoas e, sobretudo, os empresários, de que a
pessoa portadora de deficiência é capaz de prover a sua própria
manutenção e de contribuir para o desenvolvimento do país e do progresso
social. O juiz lembrou o exemplo de Stephen Hawkins, na sua visão o
maior físico do planeta desde Einstein, em sua cadeira de rodas
eletrônica, equipada com sintetizador de voz para que pudesse se
comunicar. Vivendo praticamente toda a vida adulta com uma doença
degenerativa do sistema nervoso que foi diminuindo seus movimentos,
conseguiu ser autor de dois best-sellers, formou família e alcançou
enorme sucesso profissional.
A
Constituição da República de 1988 proíbe qualquer tipo de discriminação
ao trabalhador portador de necessidades especiais. A Lei nº 8.213/91
estabelece que as empresas com cem ou mais empregados preencham de 2 a
5% dos seus cargos com profissionais reabilitados ou portadores de
deficiência. Essa mesma Lei restringe o poder do empregador ao rescindir
o contrato de trabalho da pessoa portadora de deficiência. Já a Lei nº
7.855/89 criminalizou a conduta de quem, sem justo motivo, negar emprego
ao deficiente, por causa de sua deficiência. Isso sem falar nas
diversas convenções internacionais sobre o tema ratificadas pelo Brasil.
Mesmo
com todas essas normas de proteção ao deficiente, a discriminação no
ambiente de trabalho ainda acontece, como no caso do processo. Uma das
testemunhas ouvidas assegurou que a agência bancária tinha
dois andares e o reclamante não tinha acesso à parte superior, onde
havia local reservado para lanches e refeições. Por isso, o trabalhador
se alimentava em estabelecimentos próximos do banco, muitas vezes na
calçada e até dentro do banheiro do andar térreo, para ter mais
privacidade. A própria testemunha indicada pelo banco confirmou que, no
primeiro andar, não havia um lugar destinado às refeições e que o
refeitório ficava no segundo piso, onde ele não tinha como chegar. Além
disso, o laudo pericial concluiu que o banco não oferece condições
adequadas de trabalho para os portadores de necessidades especiais,
havendo descumprimento à Norma Regulamentadora 17 e ao Decreto nº
5.296/2004.
Esses
fatos demonstram que o reclamante foi tratado de maneira vexatória e
discriminatória em seu ambiente de trabalho exatamente porque não lhe
foram proporcionadas condições de trabalho adequadas à sua necessidade
físico-motora, frisou o juiz. A impossibilidade de o trabalhador fazer
as refeições no mesmo local onde os outros empregados lanchavam já deixa
clara a conduta do empregador em desacordo com toda a legislação de
proteção ao portador de necessidades especiais. O empregado foi exposto à
situação de extremo constrangimento ao ter que se alimentar na calçada
ou no banheiro.
Considerando
a gravidade da lesão causada ao trabalhador por ato ilícito do
empregador, o magistrado condenou o banco ao pagamento de indenização
por danos morais no valor de R$100.000,00. O reclamado apresentou
recurso, mas o TRT da 3ª Região manteve a indenização, apenas reduzindo o
valor para R$50.000,00.
( 0000408-50.2011.5.03.0081 AIRR )
Fonte: TRT-3
*Mariadapenhaneles
Dr. Roberto já depôs.
Por que não depor de novo ?
O Conversa Afiada reproduz artigo do professor Venício Lima, extraído do Observatorio da Imprensa:
Jornalistas na CPMI, por que não?
Por Venício A. de Lima
A possibilidade de convocação de
jornalistas e/ou empresários de mídia para depor na CPMI do Cachoeira
provocou uma unânime reação contrária da grande mídia brasileira. O
argumento principal é de que jornalistas e/ou empresários de mídia não
poderiam se submeter ao constrangimento de serem questionados
publicamente por deputados e senadores. Afinal, políticos constituem
alvo permanente do “jornalismo investigativo”. E, claro, a convocação
representaria uma perigosa ameaça às liberdades de expressão e da
imprensa.
Da relação inicial de pessoas
convocadas a depor na CPMI, aprovada na reunião do dia 17 de maio, não
constam jornalistas nem empresários de mídia.
Há relatos de que ações de
bastidores foram realizadas por altos executivos dos grupos Globo e
Abril junto a partidos políticos e parlamentares, inclusive com ameaças
de retaliação política, caso fossem convocados os suspeitos de relações
promíscuas com o esquema criminoso. Dois dos principais grupos de mídia
brasileiros considerariam inaceitável a convocação de jornalistas e/ou
empresários – independente das comprometedoras conversas telefônicas já
conhecidas – entendida como “um precedente perigoso para o futuro” e
“uma verdadeira humilhação para toda a classe” (ver aqui).
Estarão corretos os argumentos e será que os temores alegados se justificam?
Última Hora e TV Globo
Em países de tradição democrática
consolidada, a convocação de jornalistas e/ou empresários de mídia para
esclarecer suspeitas relativas a atividades empresariais e ao exercício
profissional, em comissões no parlamento e em inquéritos policiais, não
só tem sido feita como não é considerada constrangimento ou ameaça. Ao
contrário, a convocação é entendida como servindo ao interesse público e
à democracia e é aplaudida, inclusive, pela mídia tradicional.
O melhor exemplo disso é o que está
acontecendo na Inglaterra em relação à investigação do grupo News
Corporation, tanto na Câmara dos Comuns, quanto no Inquérito Levinson
(ver “As diferenças entre Brasil e Inglaterra”).
Aqui mesmo na Terra de Santa Cruz,
ao contrário do que alega a grande mídia, há pelo menos dois precedentes
importantes: a CPI da Última Hora, em 1953 e a CPI Globo x Time-Life,
em 1966.
Na CPI da Última Hora, sugerida ao
presidente Getúlio Vargas pelo próprio Samuel Wainer com o objetivo de
investigar as operações de crédito realizadas entre o Grupo Wainer e o
Banco do Brasil, foram convocados os jornalistas Samuel Wainer e Carlos
Lacerda, que prestaram dois depoimentos transformados, respectivamente,
nas publicações Livro branco contra a imprensa amarela e Preto e branco
(ver aqui).
Na CPI Globo x Time-Life, criada
“para apurar os fatos relacionados com a organização Rádio e TV e jornal
O Globo com as empresas estrangeiras dirigentes das revistas Time e
Life”, foram convocados, dentre outros, Rubens Amaral, ex-diretor geral
da TV Globo; Joseph Wallach, assessor técnico de grupo Time-Life junto a
TV Globo; Robert Stone, correspondente do grupo Time-Life no Brasil;
Walter Clark, diretor-geral da TV Globo; João Calmon, dos Diários
Associados e presidente da Abert; e o diretor presidente da TV Globo,
“doutor” Roberto Marinho, que além de prestar depoimento por duas horas
ininterruptas, submeteu-se ainda a longuíssimo questionamento (cf.
Projeto de Resolução nº 190 de 1966 [Relatório Final], publicado no
Diário do Congresso Nacional I, Suplemento B, em 12/1/1967, pp. 1-79;
ver ainda, neste Observatório, “Para ver a TV Globo”).
Interesse público e democracia
É verdade que lá se vão várias
décadas, as circunstâncias políticas, a composição da Câmara dos
Deputados, a identidade doutrinária dos partidos e as motivações eram
outras. De qualquer maneira, não se justifica o argumento do
“precedente” alegado pelos executivos da grande mídia: no passado, o
Congresso Nacional convocou e tomou depoimentos de jornalistas e
empresários de mídia em Comissões Parlamentares de Inquérito.
Quando se trata de esclarecer
práticas, identificar autores e propor medidas de proteção para
salvaguardar o interesse público e a democracia, os únicos critérios que
devem prevalecer para a convocação ou não de qualquer cidadão para
depor em uma CPI são a existência fundada de suspeitas de atividades
criminosas.
A observância desses critérios é o
que se espera dos membros da CPMI do Cachoeira na medida em que o
trabalho avance e que, eventualmente, surjam informações complementares
confirmando a necessidade de convocação de jornalistas e/ou de seus
patrões. Por que não?
***
[Venício A. de Lima é professor
titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor,
entre outros livros, de Regulação das Comunicações – História, Poder e
Direitos; Paulus, 2011]
Deputados que votaram contra acabar com o trabalho escravo
Partido | Parlamentar | UF | Voto | |||||||
DEM | Abelardo Lupion | PR | Não | |||||||
DEM | Jairo Ataide | MG | Abstenção | |||||||
DEM | Lira Maia | PA | Não | |||||||
DEM | Luiz Carlos Setim | PR | Não | |||||||
DEM | Paulo Cesar Quartiero | RR | Não | |||||||
DEM | Ronaldo Caiado | GO | Não | |||||||
PDT | Giovanni Queiroz | PA | Não | |||||||
PDT | Marcos Rogério | RO | Obstrução | |||||||
PHS | José Humberto | MG | Não | |||||||
PMDB | Alceu Moreira | RS | Não | |||||||
PMDB | André Zacharow | PR | Não | |||||||
PMDB | Antônio Andrade | MG | Não | |||||||
PMDB | Asdrubal Bentes | PA | Abstenção | |||||||
PMDB | Carlos Bezerra | MT | Abstenção | |||||||
PMDB | Edio Lopes | RR | Não | |||||||
PMDB | Eduardo Cunha | RJ | Abstenção | |||||||
PMDB | Genecias Noronha | CE | Abstenção | |||||||
PMDB | João Magalhães | MG | Abstenção | |||||||
PMDB | Joaquim Beltrão | AL | Abstenção | |||||||
PMDB | Júnior Coimbra | TO | Não | |||||||
PMDB | Marinha Raupp | RO | Não | |||||||
PMDB | Valdir Colatto | SC | Não | |||||||
PMDB | Washington Reis | RJ | Abstenção | |||||||
PMDB | Wilson Filho | PB | Abstenção | |||||||
PP | Beto Mansur | SP | Não | |||||||
PP | Carlos Magno | RO | Não | |||||||
PP | Lázaro Botelho | TO | Abstenção | |||||||
PP | Luis Carlos Heinze | RS | Não | |||||||
PP | Nelson Meurer | PR | Não | |||||||
PR | Aelton Freitas | MG | Abstenção | |||||||
PR | Bernardo Santana de Vasconcellos | MG | Não | |||||||
PR | João Carlos Bacelar | BA | Abstenção | |||||||
PR | Wellington Fagundes | MT | Abstenção | |||||||
PSC | Nelson Padovani | PR | Não | |||||||
PSC | Zequinha Marinho | PA | Abstenção | |||||||
PSD | Diego Andrade | MG | Abstenção | |||||||
PSD | Eduardo Sciarra | PR | Não | |||||||
PSD | Eliene Lima | MT | Abstenção | |||||||
PSD | Francisco Araújo | RR | Não | |||||||
PSD | Guilherme Campos | SP | Não | |||||||
PSD | Hélio Santos | MA | Abstenção | |||||||
PSD | Homero Pereira | MT | Não | |||||||
PSD | Irajá Abreu | TO | Não | |||||||
PSD | Júlio Cesar | PI | Abstenção | |||||||
PSD | Junji Abe | SP | Abstenção | |||||||
PSD | Marcos Montes | MG | Não | |||||||
PSD | Moreira Mendes | RO | Abstenção | |||||||
PSD | Onofre Santo Agostini | SC | Abstenção | |||||||
PSD | Raul Lima | RR | Não | |||||||
PSD | Ricardo Izar | SP | Abstenção | |||||||
PSDB | Berinho Bantim | RR | Não | |||||||
PSDB | Carlos Brandão | MA | Abstenção | |||||||
PTB | Jovair Arantes | GO | Abstenção | |||||||
PTB | Magda Mofatto | GO | Abstenção | |||||||
PTB | Nelson Marquezelli | SP | Não |
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