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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 05, 2012

Pepe Mujica é o presidente mais pobre do mundo

 


Como prometido antes da eleição, o presidente do Uruguai José Pepe Mujica ainda mora em sua pequena fazenda em Rincon del Cerro, nos arredores de Montevidéu. A moradia não poderia deixar de ser modesta, já que o dirigente acaba de ser apontado como o presidente mais pobre do mundo.


Mujica Mujica com seu fusca; presidente doa 90% de seu salário
Pepe recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, 1.250 dólares ou 2.538 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios. O restante do dinheiro é distribuído entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.

“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos”, diz o presidente.

Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando a companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.

Além de sua casa, seu único patrimônio é um velho Volkswagen cor celeste avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa. Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky também doa a maior parte de seus rendimentos.

Sem contas bancárias ou dívidas, Mujica disse ao jornal El Mundo, da Espanha, que espera concluir seu mandato para descansar sossegado em Rincon del Cerro.

Com El Guia Latino
*Vermelho

Os padres gostam muito de falar no plural. “Nós” (os ricos), “estamos também sofrendo…”, isto e aquilo…


 

 

O Cardeal espanhol Rouco Varela tenta aproveitar-se do momento de crise financeira em alguns países europeus para ludibriar e criar falsas ideias e saídas da conjuntura. Disse ele: “Não sairemos da crise se não nos convertermos” e que a crise actual “não é só económica e financeira; estamos também sofrendo uma profunda crise moral e de valores”.
Este discurso é do tipo “chapa 5″. Ele repete o mesmo que já temos ouvido há décadas e se procurarmos mais longe o encontraremos também. Nada de novo. Apenas repete o que não foi ele que inventou.
Os padres gostam muito de falar no plural. “Nós” (os ricos), “estamos também sofrendo…”, isto e aquilo…
Em primeiro lugar diria que estarão a colher o que semearam e que “Deus” lhe deu, se existisse; o Espírito Santo inexistente faltou no apoio à Igreja, esta foi abandonada pelos deuses inexistentes, caíram na crise! Dão razão aos ateus que dizem que os deuses não existem. Se existissem deuses seriam pouco solidários ou nada com a Igreja Católica. Não colaboram em nada nesta crise!
Em segundo lugar, o Clero gosta de confundir a Sociedade como um todo, como se tivesse interesses unidireccionais, onde incluem a entidade pública, o Estado, e a Igreja Católica, entidade privada que pertence a um Estado estrangeiro (o Vaticano, essa multinacional). As pessoas têm dificuldade em perceber esta diferença abismal da realidade e o discurso falacioso dos padres. Os interesses públicos e privados são frequentemente contraditórios (veja-se a questão da Igreja não pagar IMI ao Estado espanhol, como exemplo, mostrando uma falta de solidariedade com os espanhóis e as necessidades do Estado em superar os seus défices financeiros).
É sabido que a Igreja Católica presta serviços religiosos e quanto mais clientes tiver, mais rendimentos conseguirá. Então, o Cardeal espanhol tenta passar a ideia de que com a “conversão” tudo ficará bom. Sabemos que os espanhóis têm sido durante muitos anos maioritariamente ligados ao catolicismo. Isto não os livrou da ditadura, nem da guerra civil, nem da actual crise financeira.
Assim, uma vida normal e com bem-estar nada tem a ver com “conversão”. É uma Mentira religiosa do cardeal Rouco Varela. E a Igreja Católica não transformará a vida dos espanhóis. Ela vive dela. É o seu negócio!
*DiarioAteista

A morte dos imortais

José Roberto Torero

Era a festa anual dos deuses, que este ano aconteceu em Asgard, onde o arco-íris é ponte.

Odin, o anfitrião, desfilava com todo seu garbo, usando tapa-olho na vista direita e piscando para os amigos com o olho esquerdo. Já seu filho Thor, por conta do filme Os Vingadores, distribuía autógrafos aos outros convidados.

Num canto, Xangô, Zeus e Tupã comparavam seus raios para ver quem tinha o maior. Noutro, Ganesha, com sua cabeça de elefante, conversava com Rá, com sua cabeça de falcão. Na varanda, Ceci e Diana falavam sobre a Lua, enquanto Quetzacoatl tomava um chocolate.

No jardim, Itzamna, o deus maia, trocava ideias sobre sacrifícios humanos com Viracocha, o deus inca. E Ahura Mazda, o deus do zoroastrismo, cochichava no ouvido de Deus (ou Javé, ou Alá, dependendo de sua preferência):

- Sabe?, sem mim você não seria nada. Antes era uma tremenda bagunça.

- É verdade, mas eu fui muito mais longe. Enquanto você ficou ali pela Pérsia, eu me espalhei pelo mundo.

- Ok, mas não esqueça que graças a mim é que começaram a pensar num deus único. E num paraíso, no juízo final e num messias.

- Pode ser. Mas eu é que entendo de mercado. Tenho o judaísmo, o cristianismo, o islamismo e o espiritismo. Dividi para conquistar.

- Não se gabe muito. O ateísmo está crescendo. Até no Brasil. Lembra daquele país?

- Claro. Diziam que eu era de lá.

- Pois é, no Brasil o time dos sem-religião vem aumentando muito. Mais que o grupo dos evangélicos.

- Mesmo sem aquelas músicas ruins e as ex-atrizes pornôs?

- Mesmo. Na década de 1960, os sem-religião representavam 0,5% da população. Em 2003 este grupo já havia alcançado 5,1% e, em 2009, 6,1%. E agora chegaram a 7,8%.

- Se os brasileiros continuarem assim...

- Podem ficar como os nórdicos. Você sabia que 72% da população da Noruega é de ateus ou agnósticos? Na Dinamarca é pior: 80%. ,E na Suécia, um horror: 85%!

- Os números são altos, mas as populações destes países são pequenas.

- Pois na China só cerca de 20% das pessoas crê num deus. Quando eles dominarem o mundo de vez...

- Isso me dá um pouco de medo. Eu me dei bem com o império romano, não me saí mal com o inglês e me mantive por cima com o norte-americano. Mas com o império chinês..., não sei, não...

Com certo ar sádico, Mazda começa a cantar, apontando os indicadores para cima:

-Ai, ai, ai, ai, ai-ai-ai, tá chegando a hora... A China já vem, chegando meu bem, é hora de ir embora...

-Ir embora? Não seja radical.

-Mas é isso mesmo, meu chapa. Se não acreditam em nós, desaparecemos. Lembra de Nammu, Dagon, Anath e Molech?

-Lembro, claro.

- Pois eles desapareceram como fumaça. E também Marduk, Damona, Ésus, Dervones e Nebo; e Yau, Drunemeton, Inanna e Enlil; e Deva, Borvo, Grannos, Mogons e Sutekh, o deus do vale do Nilo.

- É mesmo...

- Mesmo os deuses desta festa estão quase transparentes. É que pouca gente crê neles. Zeus e Toth, por exemplo, são mais folclore que religião. E eu só sobrevivo por conta de uns duzentos mil adeptos. Uma mixaria. Meus dias estão contados...

A esta altura, todos os outros deuses já cercavam os dois deuses únicos. E tinham semblantes preocupados. Então todos deram as mãos e Deus (ou Javé, ou Alá, dependendo de sua preferência), para levantar o moral da turma, puxou uma oração que era assim:

“Homem nosso que estais na terra,
santificado seja o nosso Nome,
chegue a vós o nosso Reino,
e seja feita a nossa vontade
assim no céu como na Terra.
A oração de cada dia nos dai hoje,
e perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem desprezado.
Não nos deixeis cair em esquecimento
mas livrai-nos do limbo,
Amém.”

José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

*esquerdopata

As contradições do capitalismo atual

Por Wladimir Pomar, no Correio da Cidadania:
Uma das dificuldades na discussão sobre o desenvolvimento econômico e social brasileiro, tendo por base uma indústria de cadeias produtivas adensadas, consiste em entender as contradições do capitalismo atual.

Alguns supõem que o bloqueio à industrialização teria se acentuado. As economias nacionais teriam perdido força e os mercados teriam deixado de ser nacionais, passando a ser globais, e crescentemente liberalizados. Com a fragmentação ou segmentação das cadeias produtivas, o padrão de concorrência teria mudado radicalmente. O núcleo tecnológico da produção teria permanecido nas empresas e países centrais, enquanto os sistemas produtivos menos relevantes teriam sido transferidos para os países periféricos.

Justiça coloca “freio” em Kassab

Por: Eliseu
KassabSó a justiça tem conseguido conter um pouco o desvairado prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ex-DEMo e atual PSD em sua saga de higienismo e sua insaciável sede de violência contra os menos favorecidos pela sorte.
Depois de o Tribunal de Justiça de São Paulo impedir Kassab de despejar sem-teto que moram em um prédio no centro da cidade, com respaldo na argumentação do Ministério Público Estadual no sentido de indicar que a moradia é um direito fundamental, e não pode ser ignorado pelo poder público, agora novamente a justiça impede – pelo menos por enquanto – que Kassab casse mais de 4.000 licenças de trabalho.
Informações na Rede Brasil Atual dão conta que a juíza Carmen Cristina Teijeiro e Oliveira concedeu ontem (4) liminar determinando que a prefeitura de São Paulo dê fim aos atos administrativos de cassação e revogação das permissões de trabalho para vendedores ambulantes. A decisão foi tomada com base em ação da Defensoria Pública de São Paulo em parceria com o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos em virtude da decisão da administração de Gilberto Kassab (PSD) de extinguir até 4 mil licenças de trabalho.
A Justiça aceitou o argumento de que a gestão municipal desrespeitou o princípio de ouvir todos os envolvidos antes de tomar a decisão. “No caso em exame, há fortes indícios de que os comandos constitucionais e legais referidos restaram ignorados pela requerida. Não há notícias de que a extinção dos TPUs (Termo de Permissão de Uso) vigentes na cidade, seja por meio de revogação ou cassação, bem como de todos os bolsões do comércio, tenha sido precedida desta indispensável participação popular. Não há sequer indícios, aliás, de que exista alguma espécie de planejamento nestas ações da administração municipal”, aponta a juíza. Ela lembra também que os ambulantes não foram notificados sobre os processos administrativos, tendo sido desrespeitados em seus direitos resultantes do cumprimento de seus deveres, como o pagamento de taxas.
Além disso, a magistrada entende que falta por parte da prefeitura uma proposta de realocação dos trabalhadores. “A única medida adotada para o atendimento dos mais de 4 mil ambulantes que, a partir de então, passariam a ostentar a condição de ‘desempregados’, era o encaminhamento ao Centro de Apoio ao Trabalhador, que funciona como uma espécie de agência de empregos, e cuja utilidade se mostra duvidosa.”
Parece que os paulistanos precisam mesmo repensar os seus votos, que nas últimas duas décadas tem sido um verdadeiro desastre.
*OCarcará

ARQUIVO VIVO É SOLTO PELA JUSTIÇA BRASILEIRA - Á QUEM INTERESSA QUE ESSE HOMEM ESTEJA SOLTO?

O ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, em sessão da CPI do Cachoeira (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)A justiça brasileira manda soltar Dadá, apontado como o araponga que mais sabe sobre a vida e tramoias do maior corruptor  e manipulador em toda a história da república, Carlinho Cachoeira. Quanto vale a vida desse homem que pode incriminar o Al Capone brasileiro do bicho, como nenhum outro?.

Confira a matéria abaixo do G1.

Ex-sargento da Aeronáutica foi preso no fim de fevereiro em ação da PF.
Tribunal condicionou soltura à não existência de outro mandado de prisão.


A terceira turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu nesta segunda-feira (4) pela soltura do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, preso durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal e acusado de ser um espião que atuava com grampos ilegais a serviço do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A terceira turma do TRF, no entanto, fez a ressalva de que Dadá está impedido de manter contato com outros denunciados e também não pode deixar a comarca de seu domicílio sem autorização judicial. O araponga reside com sua família em Brasília. O TRF também determinou que Dadá não poderá ser solto caso haja outro processo com pedido de prisão em vigor contra ele.

Na outra operação relacionada ao esquema de Cachoeira, a Saint-Mitchel – coordenada pela Polícia Civil do DF –, não há mandado de prisão para Dadá, segundo o Ministério Público do Distrito Federal.
Segundo o desembargador Cândido Ribeiro, a decisão será encaminhada ao presídio e deve ser cumprida de imediato. Dadá, segundo os magistrados, foi beneficiado com uma medida cautelar. Esse dispositivo o impede de manter contato com os outros denunciados envolvidos na Operação Monte Carlo. Se Ministério Público ou Polícia Federal comprovarem que Dadá voltou a fazer contato com outros integrantes da organização, ele pode voltar a ser preso.

Na semana passada, o relator do processo, desembargador Tourinho Neto, havia votado a favor da soltura, mas um pedido de vista do desembargador Cândido Ribeiro adiou a decisão. Nesta segunda, Cândido acompanhou o relator. Para ele, não há sentido no argumento do Ministério Público de que Dadá era  "cabeça pensante" da organização.

"Como um sujeito que é cabeça pensante de uma organização como a de Cachoeira, recebe somente R$ 5 mil?", disse Cândido Ribeiro.

Em depoimento na semana passada à CPI do Cachoeira, criada no Congresso para apurar a relação do bicheiro com agentes públicos e privados, Dadá ficou em silêncio e não respondeu perguntas dos parlamentares da comissão. Segundo a PF, além de atuar no esquema de arapongagem, Dadá também ajudava o contraventor a procurar servidores de órgãos federais para tentar se beneficiar.
  • TRF da 1ª região manda soltar Dadá, ‘araponga’ de Cachoeira
    O assustado ex-sargento da Aeronáutica é considerado o principal informante do bicheiro-empresário investigado em Comissão.
'Lamentável'

Integrante da CPI do Cachoeira, o senador Pedro Taques (PDT-MT) classificou como “lamentável” a decisão de soltar Dadá. "Eu vejo essa decisão como lamentável. Com que cara ficaremos agora?", afirmou Taques.
O senador destacou, contudo, que o tribunal cumpriu a legislação penal. Ele defendeu que o Congresso aprove projeto que torne mais rigorosa a pena prevista para crime de formação de quadrilha.

"Com todo respeito à Justiça, nós estamos diante de uma organização criminosa, e mais uma vez nós temos um juiz cumprindo o que diz a lei. Nós temos que mudar a lei. O Código Penal fala em quadrilha ou bando pensando na quadrilha de Lampião. Nosso Código é de 1940", afirmou.
*MilitânciaViva

EUA: Sistema de Injustiça Criminal para negros pobres

 


O  modelo de sociedade da direita brasileira capitaneada pelo PIG 

Só num estado, na Louisiana, a taxa de encarceramento, em relação à população, é 13 vezes maior que a da China e cinco vezes maior que a do Irã
Há tantas coisas erradas nos EUA, que nem se sabe por onde começar. Mas, de todas as calamidades que os norte-americanos enfrentam, a mais cruel é o sistema de justiça criminal. 

Os EUA são a capital mundial das prisões. Só num estado, na Louisiana, a taxa de encarceramento, em relação à população do estado, é 13 vezes maior que a da China e cinco vezes maior que a do Irã.

O encarceramento em massa não é acaso, mas reação coordenada e aperfeiçoada contra o sucesso do movimento pelos direitos civis. As leis de segregação racial foram tornadas ilegais. E imediatamente criaram-se novos meios legais para segregar e destruir a comunidade negra nos EUA.

A obsessão dos EUA com o castigo sempre foi cause célèbre que chamou a atenção de parte da mídia, quando é muito flagrantemente injusta, ou evidencia vícios processuais ou mostra muito evidente racismo. Mas esses detalhes perdem importância, se se considera o terror sem fim que é o sistema judicial nos EUA.

O calvário de Brian Banks é exemplo disso.

Banks tinha 16 anos e era aluno e jogador destacado da equipe de futebol americano de uma escola em Long Beach, Califórnia, quando foi falsamente denunciado por estupro, por uma colega de classe, em 2002. Banks foi formalmente acusado, não só por estupro, mas também por sequestro. Preferiria ter-se declarado inocente, mas estava ameaçado, se condenado, por uma sentença de 41 anos de prisão. Como Banks relembra, seu advogado lhe disse que era “negro alto e forte” e que os jurados o considerariam culpado, dissesse o que dissesse; e que a confissão reduziria a sentença. Seguindo conselho do advogado, Banks declarou-se culpado.

Foi condenado a cinco anos de prisão, depois dos quais passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica e identificado como “agressor sexual”. Quem seja identificado como  “agressor sexual” é condenado, de fato, a prisão perpétua; fica proibido de frequentar determinados espaços, ou recebe a tornozeleira eletrônica várias vezes ao longo da vida,  por diferentes períodos. 

As sentenças draconianas não reduziram o número de ataques sexuais, nem aumentaram a segurança de ninguém. São apenas mais um item acrescentado à longa lista de instrumentos criados para infligir cada vez mais sofrimento.

Acontece assim com milhares de norte-americanos que, por um motivo ou outro, acabam colhidos nas malhas do sistema, mesmo quando são praticaram nenhum tipo de crime. No caso de Banks, a suposta vítima arrependeu-se, confessou que mentira, e a história de Banks afinal chegou às manchetes. Mas ainda não se cogita de levar a julgamento todo o sistema de justiça criminal nos EUA.

Não é raro que os procuradores ampliem a lista de acusação contra os réus, o que força muitos a declarar-se culpados, na tentativa de escapar de décadas de encarceramento. É como se os procuradores do estado da Florida tivessem decidido que não seria necessário seguir todas as etapas do justo processo legal. Basta aumentar os crimes de que os réus sejam acusados, pedir sentenças gigantescas, cinco, dez, às vezes 20 vezes mais longas do que as sentenças previstas para o caso de o acusado declarar-se culpado, vale dizer, para o caso de o acusado ‘confessar’ –, e o trabalho de todo o sistema judicial fica muito facilitado. 

 Marissa Alexander foi acusada de ter dado um tiro no marido. Se se declarasse culpada, seria condenada,  no máximo, a três anos de prisão. Mas recusou-se. O caso portanto teve de ir a júri, e ela, apesar de não ter dado tiro algum em marido algum, cumpre hoje pena de 20 anos atrás das grades.

O que se vê nas cortes norte-americanas nada tem a ver com sistema de justiça que, por definição, sempre daria aos acusados o direito de ser julgado por juiz legal, assistido por advogado legal, sem medo de, por razão nenhuma, acabar condenado a prisão perpétua. O sistema de justiça nos EUA castiga, sempre mais,  os inocentes que se declarem inocentes. 

Em muitos estados dos EUA, quem se declare inocente expõe-se a penas mais curtas, mas, automaticamente, perde o direito às audiências preliminares de defesa. Assim, os inocentes que se declarem inocentes se autocondenam a permanecer presos por longos períodos, sem serem ouvidos por nenhum juiz... até que confessem ter feito o que não fizeram, quando, então, vão a julgamento, já condenados.

O sistema judicial criminal e de correição dos EUA não passa de ninho de corruptos e corruptores, e tem de ser desmontado até a raiz. 

Prisões e carceragens nos EUA são instituições que geram negócios e criam empregos para a fechada comunidade dos carcereiros, para empresas privadas que vivem do negócio de construir e administrar prisões, e que impedem os negros norte-americanos de efetivamente questionar todo o sistema, como faziam há 40 ou 50 anos. 

Procuradores e políticos beneficiam-se e lucram com o número sempre crescente de condenados a sentenças cada vez mais longas, além de ganharem tempo de exposição na mídia, nos casos mais espetacularizados, o que muito os interessa no caso de serem candidatos a ‘promoção’,  seja no sistema judicial-policial seja no sistema político.

Pouco têm a perder com as condenações a prisão perpétua que resultaram das leis de “três acusações [de crime menor] equivalem a uma [de crime maior], inventada para prender pequenos traficantes de drogas. A “tolerância zero” nunca passou de metáfora para manter negros pobres – e pobres em geral – sob controle. 

O discurso codificado e enunciado pela mídia e o lucro que advém da falácia segundo a qual “se há sangue, é notícia” alimentam o medo e ajudam também a obter o apoio de muitos negros e de muitos pobres, para essas medidas judiciais, que são apresentadas como justas e legais, quando são legais, mas são racistas.

Para meter negros e pobres nas cadeias, nenhum crime é pequeno crime. Até abandono dos filhos é crime que mete negros pobres nas prisões dos EUA, negros pobres que, metidos nas cadeias por décadas, se não abandonaram antes, fatalmente abandonarão os filhos depois de ‘justiçados’. Mas, evidentemente, não há no mundo quantidades de pais e mães espancadores de filhos, ou de predadores sexuais ou de assassinos psicopatas, para encher prisões cujos proprietários privados são remunerados ‘por cabeça’. 

Esses crimes-espetáculo, que são os únicos que são midiatizados, só são midiatizados para manter operante o sistema judicial de distribuir e perpetuar injustiças, aumentar o lucro das prisões-empresa, atrair votos para candidatos financiados pelas mesmas prisões-empresas e pela mídia, e para manter satisfeitos os norte-americanos racistas, “em uniforme” ou sem uniforme.

O caso de Brian Banks atraiu a atenção das televisões, jornais e jornalistas, porque uma mentirosa o mandou para a cadeia. E as televisões, os jornais e os jornalistas repisam sempre esse aspecto desse caso. Mas essa explicação pouco explica dos outros muitos casos em que o único mentiroso foi o sistema judicial norte-americano. 

Temos de considerar, isso sim, o que disse aquele advogado, para convencer Banks a confessar crime que não cometera: que “negro alto e forte”, nos EUA, é pressuposto culpado e é pré-condenado a longas sentenças e castigo eterno.

Sempre haverá casos cujas histórias atraem mais simpatias, ou cujos personagens atraem apoiadores mais bem organizados. Ainda que nós também sejamos atraídos para esses casos mais espetacularizados pelas televisões, jornais e jornalistas, temos de lembrar que há muitos outros negros e pobres que enchem as prisões nos EUA. O caso ‘do dia’ deve ser ocasião para desentocar a besta e cortar-lhe a cabeça de uma vez por todas. É a única notícia que realmente vale a nossa atenção.

Sobre a autora:

A coluna “Freedom Rider”, de Margaret Kimberley, é publicada semanalmente em Black Agenda Report, BAR (http://www.blackagendareport.com) e reproduzida em muitos jornais nos EUA. Mantém também um blog em http://freedomrider.blogspot.com. Recebe e-mails em 
*Cappacete

As bombas que Israel finge esconder

 

Via PCB
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Foi furado o “silêncio ensurdecedor” que o governo e a mídia nos Estados Unidos – assim como governos e mídias que olham baixo para Washington mundo afora – guardam a respeito das bombas atômicas de Israel. The New Yorker, um dos mais conceituados jornais estadunidenses, publicou um artigo de seu colunista John Cassidy que escancara o problema. Estima entre 100 e 300 o número de bombas estocadas e (mal) escondidas pelo Estado de Israel, que dispõe igualmente dos aviões e mísseis capazes de levá-las até alvos no Irã, possivelmente num bombardeio que ele diariamente ameaça cometer. Pouco antes, Pat Buchanan, renomado político conservador e conselheiro de vários presidentes, de Nixon a Reagan, fez denuncia semelhante. “São as 300 ogivas nucleares de Israel que ameaçam o mundo, não o Irã”, disse ele, entre outras advertências alarmantes. Mas sua denúncia veio num site alternativo da internet, visto por relativamente poucos. Já, no New Yorker, é outra coisa. Nada vai mudar por isso na política hipócrita de Washington, mas já fica difícil para alguém medianamente informado nos EE.UU. dizer que não sabia dessa faceta sinistra da política externa dos sucessivos governos de seu país, há 50 anos.
Clique aqui para ler a entrevista com Buchanan e aqui para ler o artigo no de John Cassidy no New Yorker. Abaixo, compartilhamos a tradução, oferecida em email por Sergio Caldieri.
E sobre as bombas atômicas de Israel?
5/3/2012, John Cassidy, The New Yorker, New York
Caso você tenha esquecido – e não seria difícil, dado que ninguém jamais fala delas em debates públicos – Israel tem cerca de cem bombas atômicas, talvez o dobro ou o triplo, e a capacidade técnica e os equipamentos necessários para dispará-las de silos subterrâneos, de submarinos e de jatos bombardeiros F-16.
Além do ministro da Defesa de Israel, pouca gente sabe precisamente quantos mísseis armados com ogivas nucleares o país tem. Segundo estimativa não secreta divulgada em 1999 pela Agência de Inteligência da Defesa dos EUA, citada num boletim da Federação dos Cientistas Norte-americanos de 2007, Israel tinha então entre 60 e 80 ogivas nucleares. Estimativas mais recentes dizem que o número é consideravelmente maior.
O Instituto de Estudos Estratégicos com sede em Londres diz que Israel tem “cerca de 200” ogivas nucleares carregadas em mísseis terra-ar Jericho 1 e Jericho 2 de curto e médio alcance. Jane, a empresa da Defesa-informação, estima que, no total, o número de ogivas nucleares esteja entre 100 e 300, o que põe o arsenal nuclear de Israel lado a lado com a capacidade nuclear de britânicos e franceses. E muitos acreditam que essas ogivas já estejam carregadas nos novos mísseis balísticos intercontinentais Jericho 3, que têm alcance de mais de 7.200km – o que significa que, em teoria, podem atingir alvos na Europa e na Ásia.
Desde os anos 1960s, quando Israel construiu sua primeira bomba atômica, governos sucessivos têm-se recusado a reconhecer a existência do programa israelense de armas atômicas – posição oficial designada por uma palavra em hebraico, amimut, que significa “opacidade”, “transparência-zero”. E não se trata só de Israel reconhecer ou não reconhecer. Israelense que revele detalhes sobre o programa nacional de bombas atômicas comete crime, pelo qual pode ser condenado a longas penas de prisão. Em 1986, Mordechai Vanunu, ex-técnico nuclear, entregou ao Sunday Times de Londres, fotografias que havia tirado do Centro de Pesquisa Nuclear do Negev, próximo à cidade de Dimona. Depois de publicada a história de Vanunu, agentes do Mossad sequestraram-no em Roma, onde passava férias, e o levaram de volta a Israel. Cumpriu pena de 18 anos de prisão, 11 dos quais em confinamento (solitária).
Avner Cohen, o historiados israelense-estadunidense que, em 1998, publicou livro-tese acadêmica sobre o programa nuclear israelense, Israel and the Bomb [Israel e a Bomba] teve melhor sorte. Mas, quando voltou a Israel em 2001, para uma conferência, foi preso e submetido a 50 horas de interrogatório por agentes de segurança do Ministério da Defesa, que queriam saber sobre suas fontes e motivações para escrever o livro. E em 2002, Yitzhak Yaakov, ex-chefe do programa de pesquisa de armas do exército de Israel recebeu pena de dois anos de suspensão depois de escrever suas memórias[1]. “Para mim, tudo isso é um pesadelo” – disse  Yaakov, durante seu julgamento. “Acordo pela manhã e lembro que fui interrogado, acusado de espionagem. Disseram-me que eu era pior que Vanunu e que minha esposa é Mata Hari.”
Agora que Israel ameaça bombardear o programa de pesquisas nucleares para finalidades pacíficas do Irã – porque nem os serviços de inteligência dos EUA acreditam que tenha evoluído até o estágio de poder tentar construir bombas atômicas, segundo o Times[2] – a encenação continua. Considerem a entrevista que Benjamin Netanyahu concedeu em 2010 a meu ex-colega Jeffrey Goldberg, publicada em The Atlantic:
Netanyahu não poria a questão em temos de paridade nuclear – a política israelense do amimut (opacidade, transparência zero) proíbe reconhecer a existência do arsenal nuclear israelense, de mais de 100 bombas atômicas, bombas termonucleares de dois estágios, que podem ser disparadas por mísseis, aviões bombardeiros ou submarinos (dois dos quais, segundo fontes da inteligência estão atualmente posicionados no Golfo Persa). Em vez disso, preferiu falar sobre o programa iraniano como uma ameaça não só a Israel, mas a toda a civilização ocidental.[3]
Evidentemente, o governo de Israel tem pleno direito de formular como lhe apraza suas políticas, considerados os interesses do país. E, também evidentemente, os EUA devem fazer o mesmo. Em seu discurso ao AIPAC, ontem, o presidente Obama disse o seguinte:
Um Irã nuclear é completamente contrário aos interesses da segurança de Israel. Mas também é contrário aos interesses da segurança nacional dos EUA. Na verdade, todo o mundo tem interesse em impedir que o Irã chegue a uma arma nuclear. Um Irã armado com arma nuclear poria abaixo todo o regime de não proliferação que tanto nos custou construir. Há riscos de que uma arma nuclear iraniana caia em mãos de alguma organização terrorista. É quase certo que outros, na região, sentir-se-ão obrigados a ter sua própria arma nuclear, o que dispararia uma corrida armamentista numa das regiões mais voláteis do mundo.[4]
E em todo aquele longo discurso, nem uma vez houve qualquer menção às bombas atômicas israelenses, nem à persistente recusa, por Israel, a assinar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (do qual o Irã é signatário). Algum presidente dos EUA algum dia reconheceu publicamente a existência das bombas atômicas de Israel?
Em seu livro mais recente, The Worse Kept Secret: Israel’s Bargain with the Bomb [O segredo mais mal guardado: a barganha de Israel com a bomba],[5] Avner Cohen refere-se a um encontro, em setembro de 1969, entre o presidente Richard Nixon e Golda Meir sobre as bombas atômicas clandestinas de Israel.
Nenhum registro escrito ou testemunho oral sobre o que se disse naquele encontro sobreviveu, que se conheça; e o que os líderes disseram naquela reunião permanece cercado do mais denso mistério. Em retrospectiva, pode-se dizer que naquele encontro foi instituído o amimut como posição estratégica apoiada mútua e simultaneamente por Israel e EUA. O encontro Nixon-Meir marca o local e data do nascimento da barganha.
Num momento em que o lobby nos EUA, com a cooperação dos candidatos Republicanos, pressiona o governo estadunidense para que apoie a linha dura de Netanyahu contra o Irã, talvez seja hora de reavaliar aquela barganha. Nem é preciso mudar muito. O regime de Teerã é profundamente antipático, e muitos de nossos outros aliados, incluídos a Grã-Bretanha, França e Arábia Saudita, também estão decididos a impedir que se una ao clube atômico. Mas reconhecer publicamente o que todos sabem sobre Israel – que, sim, é uma das potências nucleares do planeta – teria a grande vantagem de salvar os EUA, tirando-o da posição vulnerável em que está, repetidamente acusado de servir-se de dois pesos e duas medidas, no relacionamento com o Irã.
[4] Ver “ ‘Bibi’ continua a sacudir o cachorro americano?”, Pepe Escobar, 5/3/2012, Asia Times Online, traduzido emhttp://redecastorphoto.blogspot.com/2012/03/pepe-escobar-bibi-continua-sacudir-o.html
*GilsonSampaio

Aldir Blanc: Em busca da Justiça

do QTMD?
Por Aldir Blanc*
Não sou historiador nem sociólogo. Não consultei nenhum livro para escrever o texto abaixo. Minha memória está se movendo como estilhaços do amado caleidoscópio que perdi, menino, em Vila Isabel.
Viva a Comissão da Verdade para que nunca mais coloquem uma grávida nua sobre um tijolo, atingida por jatos d’água, com ameaça: “Se cair vai ser pior”;
Para que senhoras que fazem seu honrado trabalho não sejam despedaçadas por cartas bombas;
Para que um covarde que bote a boca de um homem torturado no escapamento de uma viatura militar não passe por homem de bem onde mora;
Para que orangotangos que se tornaram políticos asquerosos não babem sua raiva na internet: “Nosso erro foi torturar demais e matar de menos”;
Para que presos em pânico não sofram ataques de jacarés açulados por antropóides;
Para que nunca mais teatros e livrarias sejam vandalizados e queimados;
Para que um estudante de psiquiatria não seja obrigado a passar por sentinelas de baioneta calada para ouvir um coronel médico dizer que “histeria é preguiça”;
Para que os brasileiros possam homenagear um autêntico herói nacional, João Cândido, com um monumento, sem que surjam energúmenos prometendo “voltar a explodir tudo se isso apontar para o Colégio Naval”;
Para que a nossa Força Aérea, que nos deu tanto orgulho na Itália, com seus valentes pilotos de caça, não atire pessoas, como se fossem sacos de lixo, no mar;
Para que um pai, ao se recusar a cumprir a ordem de manter o caixão lacrado, não se depare com o corpo destruído do filho, jogado lá dentro feito um animal;
Para que militares honrados não sintam “constrangimento” na busca de Justiça; para que cavalos ( aqueles de quatro patas, montados por outros) não pisoteiem um garoto com a camisa pegando fogo por estilhaço de bomba, na Lapa;
Para que torturadores não recebam como “prêmio” cargos em embaixada no exterior;
Para que uma estudante não desmaie num consultório médico ao falar sobre as queimaduras do pai, feitas com tocha de acetileno;
Para que esquartejadores não substituam Tiradentes por Silvério dos Reis;
Para que inúmeros Pilatos ainda trambicando naquela casa de tolerância do Planalto vejam que suas mãos continuam cheias de sangue e excremento;
Para que nunca mais na vida de uma jovem idealista -o queixo firme, olhos faiscantes de revolta, com a expressão da minha Suburbana no 3X4 que guardo na carteira – seja ceifada por encapuzados. Uma delas, quem sabe?, pode chegar a Presidência da Republica e enquadrar a récua de canalhas.
*Aldir Blanc é compositor.
*GilsonSampaio