Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, junho 08, 2012
Quem é esse deputado Amauri Teixeira (PT-BA) que quer processar o Protógenes?
Um tal deputado Amauri Teixeira (PT-BA) apresentou hoje (6) parecer pela
admissibilidade de abertura de processo de quebra de decoro
parlamentar, no Conselho de Ética da Câmara, contra o deputado Delegado
Protógenes (PCdoB-SP).
Alguém aí conhece o tal deputado?
Qual a proposta dele?
Estaria ele ligado a Gilmar Dantas e Daniel Mendes?
O que está por trás dessa maracutaia?
*Brasilmostraatuacara
CartaCapital: Ex-sócio acusa Gilmar Mendes de desfalque e sonegação
A revista CartaCapital desta semana traz a seguinte matéria de capa:
Em um processo judicial conturbado, ex-sócio de Gilmar Mendes o acusa de desvio de dinheiro e sonegação.
O conteúdo está disponível na revista impressa, nas bancas.
*osamigosdopresidentelula
No documento com que oficializou a candidatura Fernando Haddad - “o novo contra o velho”
– a prefeito de São Paulo, o PT, segundo o Estadão, “usa escândalo
Cachoeira para criticar oposição e ’setor’ da imprensa e critica
‘descompasso’ com anseios da população”.
A “repórter” do Estadão
diz a certa altura que o PT, ” sem mencionar o mensalão que … dizimou a
cúpula do PT em 2005″, acusa a oposição de estar “envolvida em
escândalos e crimes” – como Robert(o) Civita com Carlinhos Cachoeira, segundo o senador Fernando Collor.
(Sobre a “repórter” do Estadão, diria o Mino Carta, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.)
De fato, o mensalão “dizimou” o PT.
Tanto assim que Alckmim se elegeu presidente em 2006 e Cerra, em 2010.
Foi um morticínio !
Imagine, amigo navegante, a carnificina que se sucederá à absolvição do Jose Dirceu.
Não ficará pedra sobre pedra no edifício do PT.
Agora, sobre o “remendão” do Bernardo.
Nem o PT vai engolir.
Enquanto os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – morrem de rir.
Sofreram tanto, fizeram tanto lobby, gastaram o Latim com o Michel Temer, casaram na Polícia com o Ribert(o) Civita – e tudo isso por causa de um “remendão” ?
Too much ado about nothing, diria um poeta inglês de segunda linha.
Paulo Henrique Amorim
Bernardo produz um remendão. Chama o Franklin, Bernardo !
Segundo a respeitada publicação Teletime, do jornalista Rubens Glasberg, o Paulo Bernardo vem aí com a sua Ley de Medios:
Esta semana, o Ministério das
Comunicações se esforçou para contextualizar uma reportagem publicada no
último domingo, dia 3 de junho, pelo jornal Folha de S. Paulo, sobre as
mudanças nas regras de radiodifusão previstas pelo Minicom. Entre as
mudanças antecipadas pelo jornal estavam a cessão de programação a
igrejas e a outorga a políticos. O ministério negou que estas mudanças
estivessem contempladas na proposta, ainda a ser submetida a consulta,
de um novo decreto de radiodifusão a ser editado para atualizar o
Regulamento de Radiodifusão (Decreto 52.795/63). Mas este noticiário
teve acesso à minuta do futuro decreto, que pode sim abrir espaço para
uma restrição a conteúdos religiosos na TV.
A íntegra do documento está
disponível para download na homepage do site TELA VIVA e neste link.
Pela proposta, o Minicom pretende estabelecer entre as infrações ao
serviço de radiodifusão “fazer proselitismo de qualquer natureza, quando
expressamente vedado por lei ou ato regulamentar”. Esta restrição é
encontrada hoje na legislação de radiodifusão comunitária e na lei que
estabeleceu as regras para a radiodifusão pública, mas não estava no
antigo Regulamento de Radiodifusão. Aliás, a proposta de novo
regulamento, conforme a minuta que deve ser publicada para consulta nos
próximos dias, estabelece novas obrigações e retira uma série de
infrações.
Entre aquelas que deixariam de
ficar expressas no regulamento de radiodifusão (ainda que algumas delas
permaneçam em outros dispositivos legais) estão infrações como “ultrajar
a honra nacional”, “insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas forças
armadas ou nos serviços de segurança pública”, “comprometer as relações
internacionais do País”, “ofender a moral familiar, pública, ou os bons
costumes” ou ainda “caluniar, injuriar ou difamar os Poderes
Legislativo, Executivo ou Judiciário ou os respectivos membros”,
“veicular notícias falsas, com perigo para a ordem pública, econômica e
social” e “criar situação que possa resultar em perigo de vida”, entre
outras.
Por outro lado, entram outras
infrações, como o proselitismo, já mencionado, ou ainda deixar de
“veicular programas educativos, culturais, artísticos e jornalísticos
produzidos no município de outorga ou por produtora independente, de
acordo com percentuais e limites previstos na legislação em vigor, nos
contratos de concessão e atos de outorga”. Isso porque o Minicom exige
das novas outorgas compromissos de veiculação de programação com estas
características. No caso de outorgas já existentes, a exigência teria
que vir por lei. A possibilidade destas exigências já está no Decreto
7.670 de janeiro deste ano, que mexeu nos procedimentos de licitação de
radiodifusão.
Entre as penas previstas para as infrações estão desde advertência até a cassação da outorga.
Demorou, demorou, e a montanha deu à luz um remendão.
Para atualizar a Lei de Radiodifusão, do Governo Goulart, quando não
havia rede nacional de televisão, cabo e apenas dois milhões de
espectadores, Paulo Bernardo despertou e saiu-se com isso.
É um remendo de regulamentos, que não trata da tevê de alta
definição, dos 20 milhões de espectadores que acessam a tevê aberta por
satélite, e não mete a mão no câncer.
A propriedade cruzada, por exemplo.
O monopólio.
A produção regional obrigatória.
A proibição de políticos e seus laranjas terem emissora de televisão.
E o Bernardo ?
Nada.
Faz essa tênue ameaça à Urubóloga: sim, porque ninguém mais faz proselitismo na televisão do que a Urubóloga.
Só assim se pode entender essa preocupação com o proselitismo.
O proselitismo deslavado: da Globo e seus colonistas (*), que
anunciam todo dia o desmanche da Economia (brasileira e Universal),
desde o fim do neolibelismo (**); a editoria “o Brasil é uma m…”, que
inscreve reportagens em todos os telejornais (sic) da Globo; e o
sequestro da informação, como a tentativa de esconder o livro A
Privataria Tucana.
Sem falar que a Globo é o “maior partido politico do Brasil”, dizia o Brizola.
E, todo dia, trabalha para derrubar presidentes trabalhistas – no
poder ou fora dele, como faz com o Nunca Dantes, perseguido, até no
hospital.
E o Bernardo ?
Nada.
O Bernardo se curvou diante do Gigante.
Sim, porque o vácuo institucional que prevalece desde 1963 só
beneficiou aquele que fez a aliança mais profunda com os governantes
militares: o Dr Roberto Marinho.
Os filhos do Roberto Marinho – porque não têm nome próprio – devem estar a rir desse remendão do Bernardo.
É isso ?
Ora, e nós com medo do pior …, dirão eles, aliviados, enquanto
assistem ao jornal nacional na suposição de que foi aquilo o que ocorreu
no Brasil e no mundo.
Chama o Franklin, Bernardo !
Só há uma explicação para o remendão: demonstrar de forma inequívoca que é necessário fazer uma Lei Eletrônica de Massa.
Como aquela que o Serjão deixou – foram três versões – de herança ao
Fernando Henrique e o Fernando Henrique mandou para a gaveta.
Com medo da Globo.
Como a do Franklin, que teve o mesmo destino.
Sobre o Bernardo, amigo navegante, diria o Barão de Itararé: de onde menos se espera daí mesmo é que não sai nada.
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do
PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e,
depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um
presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e,
não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar
do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
“Tucano foi ver a interação online entre prefeito e cidadão”
Ele
pretende, segundo a Folha, expandir o sistema de vigilância das ruas
por câmeras de segurança e criar um programa que monitore enchentes.
É um jênio.
Se o programa do Michael Bloomberg é online, online poderia ser observado.
Aliás, se fosse para levar a notícia a sério, bastava o Padim ir ao
Palácio Piratini, em Porto Alegre, e acompanhar o que Tarso Genro faz há
um ano para levar o conceito de “orçamento participativo” à relação
online com o riograndense.
Se fosse realmente para levar o jênio a sério, bastava ele visitar o
centro de operações da GeoRio, ali na Presidente Vargas, e ver como se
“monitora enchente” e previne desastres nas encostas.
O ansioso blogueiro tem uma outra hipótese.
O Padim Pade Cerra está com saudades do Café Bouloud, ali entre a Madison e a Quinta.
A Carta de Vinhos está online, mas nada como uma observação de corpo presente.
O ministro Luiz Fux, do Supremo
Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira, 6, que nunca
sofreu nenhum tipo de extorsão ou foi pressionado por petistas por causa
do julgamento do mensalão, que deve se iniciar em 1.º de agosto. Em
nota publicada na coluna Panorama Político, do jornal O Globo, Fux
atribuiu ao ministro Gilmar Mendes a informação sobre a extorsão.
“É coisa de canalha, de
gângster mesmo. Passar isso (conteúdo de escutas) para mídia é coisa de
fascistas. Eles (os petistas) estavam extorquindo o Toffoli e o Fux,
oprimindo os dois. Estou indignado com essa estória de Berlim. Não vamos
tratar como normal o que não é normal. Estamos lidando com bandidos”,
teria dito Mendes. Procurado pelo Estado, ele não quis se manifestar. O
ministro Dias Toffolli estava em viagem.
Reportagem da revista Veja
desta semana revelou a existência de um documento preparado pela
liderança do PT para orientar as ações dos parlamentares do partido na
CPI do Cachoeira no Congresso.
(…)
Lula desmentiu.
Johnbim desmentiu.
Ayres Britto desmentiu.
Lewandowski desmentiu.
E agora Fux desmente.
Mas o Merval acredita nEle.
Como diz o Mauro Santayana, “Supremo, aja!”.
Por falar nisso, quem é ” gângster” ?
E aqui para ler “E se o STF absolver o Dirceu antes da eleição?”.
E
não se esqueça, amigo navegante: quem levou Gilmar Dantas (*) ao
Supremo, para desonrar a Justiça brasileira - segundo Joaquim Barbosa –
, foi o Farol de Alexandria.
Foi seu maior legado (depois do Padim).
Em tempo: não
esquecer também, amigo navegante, que quando se aproximava da derrota
em 2010, o Padim precisou de uma decisão de Gilmar Dantas (*) no Supremo
e ligou pra ele: “Meu presidente !”, segundo relato insuspeito da
Folha. Inexplicavemente, naquele infausto episódio, Gilmar Dantas (*)
não denunciou a imprópria pressão à Veja nem a folhetins de mexerico
brasiliense. Como disse o ansioso blogueiro, “quem encosta no Dantas
degenera”.
Quebra da Espanha reabre debate sobre privatização
Nos anos 90, quando a América Latina estava no chão, os espanhóis
fizeram a feira por aqui; hoje, eles são alvo da desconfiança
internacional, pedem socorro e usam suas filiais, como no caso do
Santander e da Telefônica, para socorrer as matrizes; é hora de rever a
desestatização?
Alguns meses atrás, quando retomou o controle da petroleira Repsol, a
presidente argentina Cristina Kirchner foi alvo de uma avalanche de
críticas. Estaria quebrando contratos e arriscava levar seu país ao
precipício, diziam seus detratores. O governo argentino, por sua vez,
argumentava que a Repsol, agora YPF, havia perdido a capacidade de
investir num setor estratégico da economia, que é a energia.
Hoje, por mais que se tente atenuar ou maquiar a realidade espanhola,
não há meio termo. O país, simplesmente, quebrou. Nesta quinta-feira,
por exemplo, a agência de risco Fitch rebaixou o país em três níveis e
ainda o colocou em viés negativo – a classificação espanhola é próxima à
de países em condição de moratória.
Diante do caos, a Alemanha, de Ângela Merkel, prometeu agir, assim como o
Fundo Monetário Internacional, que estima em 90 bilhões de euros a
necessidade de capitalização dos bancos espanhóis, que sofrem com a
bolha imobiliária. Desempregados ou afetados pela crise, os espanhóis
simplesmente não conseguem honrar suas hipotecas.
Essa Espanha de hoje é completamente daquela que, nos anos 90, fez a
feira na América Latina. Nos processos de privatização do continente, os
espanhóis foram os grandes compradores. O Santander levou o Banespa, a
Telefônica adquiriu a Telesp e, mais recentemente, a Vivo, enquanto a
Iberdrola levou vários ativos na área de energia.
Esta última empresa, que era sócia da Neoenergia, já fez as malas e
anunciou sua intenção de ir embora do País. O Santander, que fez um IPO
no Brasil prometendo usar os recursos em investimentos na sua rede
nacional, drenou recursos para a Espanha e, na semana passada,
apresentou uma proposta indecente à presidente Dilma: a de que o Banco
do Brasil, controlado pelo Tesouro Nacional, compre 10% do banco e se
torne sócio da crise imobiliária espanhola.
Nada, no entanto, foi tão esdrúxulo quanto o pedido feito pela
Telefônica. Cesar Alierta, presidente mundial da companhia, quer que o
governo brasileiro facilite a entrada de espanhóis, uma vez que a
empresa precisa cortar 6 mil empregos em sua matriz. A alegação é de que
seria mão de obra qualificada, não encontrável no Brasil.
Erros da privatização?
Na privatização das telecomunicações, em 1998, havia uma corrente que
defendia o controle nacional do setor. Prevaleceu o argumento de que
isso não era “moderno” e o Brasil permitiu que ativos importantes
passassem a ser controlados por italianos, espanhóis e mexicanos. Hoje, o
Brasil tem um dos sistemas de telefonia mais caros e ineficientes do
mundo. Há monopólios privados na telefonia fixa, o sinal das empresas de
telefonia celular é cada vez pior e a chamada banda larga é de má
qualidade e não chega a toda a população.
Prova inconteste de que aqueles que fizeram a feira na privatização
talvez não estejam mais tão dispostos a investir. Não é chegada a hora
de buscar um novo modelo?
Aproveitando o título de um ciclo de seus filmes (Quanto Mais Quente
Melhor, O Pecado Mora ao lado, Os desajustados, etc.) em cartaz este mês
no Telecine Cult, aproveito para fazer um tributo a MM (1926-1962) que,
ao lado de James Dean (este um pouco menos, porque morreu cedo demais) e
Marlon Brando (e este ainda menos, porque entrou em decadência, isto é,
viveu demais), constituiu o último triunvirato de mitos hollywoodianos
produzidos no pós-segunda guerra e já prenunciando a revolução dos
costumes que ocorreria a partir dos anos 60, pacote que incluía sexo
livre, drogas e rockenroll.
Aliás, a morte de Marilyn aos 36 anos, em 5/8/1962, causada por uma
overdose de barbitúricos, foi caracterizada, segundo a versão oficial,
como “suicídio acidental”. Morte cujas circunstâncias causaram polêmica
na época pois, em virtude de seu relacionamento com os Kennedy (quem não
se recorda do “Happy Birthday, Mr.President” cantado por ela,
deliciosamente embriagada e em cadeia nacional?), cogitou-se ter sido
perpetrada pela própria CIA à guisa de queima de arquivo.
O fato é que MM abalou a América puritana e fundamentalista, apesar da
pungente vulgaridade com a qual a própria indústria cinematográfica a
revestia, a partir dos cabelos platinados, do falso rebolado (dizem que
ela cortava um dos saltos do sapato para simular o famoso andar), das
roupas provocantes, dos escândalos de sua vida pessoal cultivados até à
vertigem por todos os colunistas de cinema, a começar pelas lendárias
Hedda Hopper e Louella Parsons.
Enfim, Marilyn era uma espécie de monstro sagrado cercado de factóides por todos os lados.
Aos aficionados recomendo (se é que ainda existe nas livrarias) sua
biografia, Marilyn, escrita por Norman Mailer (Rio, Civilização
Brasileira, 1970), um livro de capa dura onde estão encartadas suas
fotos mais famosas – desde a do calendário onde pousou nua, “coberta
apenas com a música do rádio”, segundo ela mesma, até às últimas
clicadas por Richard Avedon, nas quais este consegue captar com extremo
requinte sua beleza sutil, rarefeita, inapreensível, de beija-flor, algo
que só poderia ser registrado pela câmera cinematográfica.
Mas isto não significa que, profissionalmente, ela não fosse dura de
roer: quando perguntaram a Tony Curtis, seu parceiro em Quanto mais
quente melhor, qual era a sensação de beijar Marilyn Monroe, este
desabafou: “Você já beijou Hitler?”. E estava sendo sincero. Porque ela
sabia como ninguém “catimbar” os outros atores para roubar a cena: seus
atrasos, os esquecimentos das falas, faziam com que as tomadas fossem
obrigatoriamente repetidas zilhões de vezes, de forma que, à medida em
que a interpretação de Marilyn melhorava, os demais iam a nocaute.
A propósito, Truman Capote escreveu dois contos – dois testemunhos
magistrais sobre MM –publicados em Os cães ladram (Rio, Civilização
Brasileira, 1977) e Música para Camaleões (Rio, Nova Fronteira, 1980).
Naturalmente, estas são primeiras edições que, em geral, somente
escritores conservam; não sei se foram reeditados, embora sejam obras
fundamentais.
TC diz: “Monroe? Uma desleixada, na verdade, uma divindade relaxada – no
sentido em que uma banana split ou um pudim de cerejas é esparramado
mas divino. Os lábios lúbricos, a exuberância loira, as contorções
rítmicas, os requebros caricaturais, supostamente deveriam torná-la
universalmente reconhecível. No entanto, na vida real, a Monroe não é
facilmente identificada. Ela anda pelas ruas de Nova York sem que
ninguém a perturbe, acena para taxis que não param, toma suco de laranja
à beira da calçada servida por um garçon que sequer desconfia ser a
freguesa o objeto de suas mais alucinadas fantasias.” (Bem. É preciso
não esquecer que se estava nos anos 50).
“Contudo, é preciso que nos digam que Marilyn é Marilyn, pois, vista de
relance, não passa duma beldade de cabaré cuja carreira progride de
cabelos oxigenados aos doze anos a um par de maridos confiscados aos
vinte e termina aos trinta no fundo dum vidro de Seconal”. (proféticas
palavras…)
TC ainda observa: “Mas por fiel que seja ao tipo, ela não pertence a
esse gênero, é frágil demais para isso. A personagem que representa, uma
figura de cão sem dono pateticamente atrevida, é perfeita e tem um
encanto convincente, pois sua imagem na tela e a impressão que ela passa
são idênticas: ela é uma órfã, em espírito como de fato, marcada e
iluminada pelo estigma da orfandade. Sem confiar em ninguém, ela se
esforça como um trabalhador braçal para agradar a todos”.
A sua profunda ansiedade – quem se atrasa nunca menos de uma hora para
um encontro é detido por incerteza e angústia, não por vaidade; e é
angústia também, a tensão criada pela contínua necessidade de agradar, a
responsável por suas dores de garganta, unhas roídas, palmas úmidas, e
risadinhas histéricas – induz a uma pena terrível que o fascínio de seus
trejeitos não disfarça: que encanto pode ser mais poderoso, mais
sedutor, mais desarmante, que o duma celebridade festejada que desperta
nossa compaixão?
A propósito, no título de um desses contos, Truman Capote a define como “Uma criança linda”.
Nem Machado de Assis escreveria roteiro tão insólito.
Um
Ministro do Supremo Tribunal Federal enlouquece. Passa a distribuir
declarações cada vez mais alucinadas, trasformando o Supremo em circo ou
hospício. O presidente do STF nada faz, porque é um poeta apartado das
coisas vãs do mundo real.
Os demais Ministros
percebem estar convivendo com um louco, mas não querem se meter na
questão, porque loucos são imprevisíveis. E se o louco se volta contra
eles? E se o louco convoca seu "personal aaponga"? Cada qual trata de se
debruçar sobre seus próprios processos e ignorar o Ministro louco.
Sem
saber o que fazer com o louco, o reino continua sua vida normal,
fingindo que não existe o Ministro louco que desmoraliza o Supremo. De
tempos em tempos, colunistas com dificuldade para preencher sua cota de
notas, entrevistam o Ministro louco. Ele dá uma declaração louca
envolvendo algum colega.
No dia seguinte, burocraticamente os jornais procuram o colega que desmente a nota.
E o reino vai tocando sua vida, procurando ignorar que existe um Ministro louco na mais alta corte.
Só no dia em que o surto se tornar irreversível e o Ministro sair carregado em camisa de força o Supremo tomará alguma atitude.
Paul Jay (TRNN, Washington): O Equador, aparentemente, não sofreu com o crash
de 2008-9 como outros países sofreram. Um novo relatório sugere que a
razão disso está em o país ter seguido modelo de política econômica
diferente das políticas neoliberais seguidas por outros países que foram
devastados pela crise das finanças globais. Para conversar conosco
sobre aquele relatório, temos hoje Rebecca Ray.
Rebecca Ray é pesquisadora associada do Center for Economic Research,
em Washington-DC, consultora da Parceria para o Desenvolvimento da
Indústria de Alimentos na Nicarágua e do Instituto para Educação e Ação
para a Sustentabilidade em Salt Spring Island, Canada. Obrigado por
estar conosco. Rebecca Ray: Obrigada a você. Paul Jay: Fale-nos, por favor da situação do Equador, crescimento, recessão e as políticas que, na sua opinião, fizeram a diferença. Rebecca Ray: O
que mais chama atenção no caso do Equador é que o país conseguiu sair
da recessão em apenas três trimestres, e só precisaram de mais dois
trimestres para voltar ao patamar de crescimento de antes. E os números
de pobreza e desemprego já são hoje mais baixos do que antes da
recessão. De fato, bem abaixo. O desemprego é o mais baixo da história,
um recorde. Paul Jay: Dê-nos alguns exemplos dos números. Rebecca Ray:
O desemprego, por exemplo, depois da crise, estava em 6,4% no segundo
trimestre de 2011. A melhoria no índice de pobreza foi ainda maior: é
hoje de apenas 6,4%. Caiu 28,6% em 2011. É realmente espantoso, se
comparado a outros países que não têm moeda própria, como o Equador, com
os países europeus, por exemplo, que estão em situação muito pior, sem
saída à vista. Paul Ray: O Equador usa o dólar norte-americano? Rebecca Ray: Sim, a economia está dolarizada já há cerca de 12 anos. Paul Ray: E quando, e como, isso aconteceu? Rebecca Ray:
Há vários aspectos interessantes. Primeiro de tudo, o Equador seguiu
várias passos que têm sido severamente criticados em Washington e pelos
bancos centrais europeus, por exemplo. Primeiro, envolveram o Estado no
mercado das exportações, em vez de privatizar, por exemplo, o sistema de
exportação de petróleo, como fizeram outros países. O Equador pôde
suportar os tempos difíceis, usando as reservas que o petróleo gera e
estavam sob controle do Banco Central e assim o governo pode financiar o
programa de estímulo. O Estado envolveu-se na economia e pôde usar
aquelas reservas. Assim o país pôde andar em direção a tempos melhores.
De fato, muito, muito melhores, mesmo sendo país exportador de commodities,
o que é muito difícil, sobretudo se o país não tem moeda própria e não
pode administrar a própria moeda nem pode alterar o valor da própria
moeda, como faz a China, para tornar mais atraentes as próprias
exportações. O Estado, no Equador, está envolvido na economia do setor
privado. E pode administrar as reservas do Banco Central. Durante a
recessão, o país usou aquelas reservas para voltar aos níveis anteriores
à crise. O Estado usou as reservas que tinha para financiar projetos,
grandes projetos, domésticos. Com isso fez crescer o mercado doméstico,
de modo a depender menos das importações norte-americanas e europeias,
que eram os grandes importadores, antes da crise e das quais o país
dependia antes. Paul Jay: Pode dar alguns exemplos desses grandes projetos? Rebecca Ray: Primeiro, foi um tremendo boom
de construção de moradia para famílias de baixa renda, que jamais antes
tiveram casas antes e são parte muito significativa da população do
Equador, e que receberam financiamento subsidiado para construir. Aí, de
fato, foi onde aconteceu tudo. Esse projeto puxou para cima o
crescimento nacional. Mas sem criar qualquer tipo de ‘bolha’
imobiliária, como se viu acontecer nos EUA, porque no Equador só os mais
pobres tiveram acesso ao crédito subsidiado. Por isso não houve
hipotecas podres, subprimes etc.. E, sim, o setor bancário também foi regulado com vistas ao projeto geral dos empréstimos aos mais pobres.
Não
houve financiamentos predatórios, nem boatos sobre se os tomadores de
financiamentos poderiam continuar a pagar, a lei não permitia que as
casas fossem retomadas pelos credores no caso de inadimplência e outras
estritas regulações para a tomada de empréstimos subsidiados.
O
projeto foi construído explicitamente para oferecer moradia a setores
muito carentes. E também provocou crescimento muito rápido na oferta de
empregos e empurrou também o setor privado de construções, porque o
Estado não constrói, mas pôde ajudar o setor privado de construção.
Além
disso, o Estado dobrou os investimentos na educação no país. Em cinco
anos, os fundos estatais dirigidos à educação foram multiplicados por
dois, dobraram. A educação secundária, em apenas dois anos, cresceu 10
pontos percentuais. Em dois anos, foram de 69% para 80%, entre 2007 e
2009. É crescimento imenso.
Também investiram em seu principal
programa de assistência social. Os índices de desenvolvimento humano são
quase inacreditáveis, obtidos porque o Estado saiu à procura das
famílias necessitadas, para definir quem era realmente elegível para
receber os benefícios.
Não é projeto fácil de executar, porque
as famílias realmente necessitadas permanecem praticamente fora dos
sistemas e das estatísticas, se o índice de moradias é muito baixo.
As famílias têm de ser buscadas e encontradas. De fato, o que se viu ali são soluções inusitadas, mais criativas. Paul Jay:
Vamos voltar ao programa de construções, porque em outros países,
inclusive nos EUA, a construção civil é muitas vezes o caminho padrão
para introduzir estímulos na economia, mas geram-se distorções, porque
os mais pobres ganham empregos na construção, mas não podem comprar nem
morar nas casas. Como conseguiram evitar isso no Equador? Rebbeca Ray:
O programa de estímulo, do qual os empréstimos financiados são apenas
uma parte, e há muitos casos em que a transferência é feita por
bolsas-salário. Houve muito trabalho de planejamento, para chegar a uma
distribuição eficiente de empréstimos e bolsas-salário, a situação
financeira das famílias foi analisada. Não foi questão simplesmente de
“injetar” dinheiro no setor da construção civil, porque é setor que
“gera empregos”. Por mais que o setor “gere” empregos, o que sempre
acompanha esses picos de geração de empregos são picos subsequentes de
falências em massa, porque nenhum setor de construção civil pode ser
tratado como se fosse a espinha dorsal de uma economia.
O que se viu no Equador foi o Estado estabelecendo relação mais inteligente com o setor privado da construção civil. Paul Jay:
E como você compara a via pela qual o Equador saiu da recessão e que,
como você disse foi muito mais rápida, com outros países
latino-americanos. Porque, pelo que sei, poucos países latino-americanos
estão em situação muito melhor que seus vizinhos do norte. O
crescimento em outros países que não seguiram as mesmas políticas que o
Equador. Como se podem comparar essas coisas? Rebbeca Ray:
O aspecto a considerar em todos os casos dessas crises é o quanto e
como uma ou outra economia nacional está conectada ao norte global,
porque a crise começou por lá. Países que estavam muito profundamente
conectados com o norte, e eram muito dependentes do norte global, pelas
exportações ou pelo dinheiro que emigrados enviam às famílias no país,
entraram na crise numa posição particularmente desvantajosa. O Equador,
de fato, estava em situação ainda mais desvantajosa que outros da
região, porque ainda usa a moeda norte-americana.
Mas, dentre
os países mais altamente dependentes do norte global, pelas exportações
ou pela remessa de dinheiro pelos emigrados ou pelas duas vias, a
recessão no Equador foi a mais curta.
O Equador foi o país que
mais depressa voltou aos patamares de crescimento de antes da crise.
Isso aconteceu porque o país deu total atenção ao desenvolvimento do
mercado interno, atendendo às carências internas, da própria população,
antes de cuidar de manter alguma posição nas ondas internacionais de commodities. Paul Jay: Que outros países você está considerando, nessa comparação? Rebbeca Ray: Estou
pensando no México, Argentina, Chile, países que são exportadores
pesados e também dependem muito da remessa de dinheiro de fora, pelos
emigrados. Esses resultados serão publicados em breve pelo NACLA[1]. E a divisão corresponde à divisão com a qual trabalham os pesquisadores do NACLA. No quadro traçado pelo NACLA,
o Equador é o país mais bem sucedido nas políticas para arrancar-se da
crise, porque ali o Estado construiu um “colchão” de reservas e operou
sobre o setor privado, para promover uma saída bem-sucedida da crise. Paul Jay: É há outros exemplos das políticas do Equador, além de regular bancos e racionalizar o contato com o mercado internacional de commodities? Há outras políticas que tenham contribuído também para o mesmo resultado? Rebbeca Ray: Há outras, também importantes. Você lembra como estava a inflação em 2008, que gerou altas enormes nos preços dos alimentos.
Nos
países em desenvolvimento, os aumentos foram os maiores num longo
período de tempo. E o aumento dos alimentos foi o fator que mais pesou
sobre a inflação em 2008. Aconteceu em vários países latino-americanos. E
vários países latino-americanos, ante o aumento da inflação,
imediatamente subiram as taxas dos juros, porque é o que ensinam os
manuais: se a inflação sobe, é indispensável aumentar a taxa de juros,
em tempos de alta internacionalização. Mas nesse caso, porque se tratava
de inflação “importada”, que crescia no mercado internacional de
alimentos, o aumento das taxas de juros não bastaria para controlar os
preços internos dos alimentos e só geraria recessão mais rápida e mais
profunda. E foi o que se viu acontecer em vários países.
O México, por exemplo, aumentou a taxa de juros em 2008, ante os aumentos na inflação. E a recessão veio.
O
aumento nos juros não foi benéfico. Depois baixaram a taxa de juros, e
continuaram a baixá-la ao longo de 2008 e 2009, porque reconheceram que
não estava funcionando para controlar a inflação e não controlaria. Paul Jay:
E o que fez o Equador? A Venezuela adotou soluções semelhantes, de
investir os lucros do petróleo em programas e investimentos sociais, mas
enfrentaram problemas terríveis de inflação. Qual a situação no
Equador? Rebbeca Ray: A situação é diferente, porque a
economia do Equador é dolarizada e, portanto, não tem vários dos
problemas de inflação que a Venezuela está tendo. Comparar os dois casos
é mais ou menos como comparar laranjas e maçãs. O Equador está
protegido de vários problemas de inflação em vários itens que importa.
Essa é uma das razões pelas quais pode seguir o projeto de manter baixas
as taxas de juro.
O que se vê na Europa, por exemplo, é a
esperança de ver os juros reagirem exclusivamente à inflação mantida
baixa, ignorando a queda nas taxas de crescimento e emprego.
Os resultados muito problemáticos dessa esperança estão lá, à vista de todos.
Dito
de outro modo: o Equador pôde ter a “liberdade” de manter baixos os
juros (porque a economia é dolarizada), sem que atraísse,
simultaneamente, os efeitos danosos desse movimento, que se veem na
Europa. Porque a Europa, para manter baixos os juros em euros de que
todos precisam, teve de sacrificar o emprego e o crescimento.
A
Venezuela, para não sacrificar o emprego e o crescimento, não tem meios
para manter baixa a inflação. Por isso a inflação sobe na Venezuela,
mas não o desemprego nem o crescimento. Paul Jay: O que o
Equador está fazendo para diversificar a economia? Porque, não se pode
adivinhar, mas, se houver mais quedas no mercado das commodities,
e se o preço do petróleo cair... É preciso ter mais, para exportar. Não
se pode contar só com recursos da venda de petróleo, para pagar pelos
programas sociais. O que é que o Equador está fazendo nessa direção?
Rebbeca Ray: Você tem toda a razão. É muito importante
diversificar. Mas infelizmente não é fácil, quando um país não manda na
própria moeda, porque o controle da moeda é excelente caminho para
diversificar.
A China é o grande exemplo de país que controla a
moeda, para tornar mais competitivos os próprios produtos, em outros
mercados. Mas o que o Equador pode fazer e já começou a fazer é
diversificar os mercados importadores [ininteligível], exportar para
mais países.
O Equador exportava para os EUA mais da metade do
que produzia, em 2006. Em 2010, já era um terço. Quando é difícil
diversificar os produtos exportados, podem-se diversificar os
compradores.
Esse procedimento, permite estimular, do lado da
oferta, os produtos a exportar, com programas de treinamento, subsídios,
programas de assistência, há vários meios. Mas diversificar, sim, é
algo que o Equador têm de fazer e já está fazendo. Paul Jay: Temos
ouvido, na Grécia e em outros países, clamores para que deixem o euro e
voltem à velha moeda, recuperando o controle soberano sobre a própria
economia. O que pensa o Equador sobre isso, sobre permanecer ou não na
zona do dólar norte-americano? Rebbeca Ray: O Equador,
que se saiba, não tem planos para deixar o dólar nos próximos tempos. A
principal razão é que, não importa o que se faça para implantar medida
tão dramática, sempre é um choque imenso na economia.
Mesmo que
venha a ter consequências positivas no longo prazo, é enorme choque no
curto prazo. Por isso, essa é medida que só se considera se se está
obrigado a considerá-la.
Veja a situação em que estão a Espanha
e a Grécia. Em situação mais normal, pode-se até desistir da
estabilidade econômica, se houver qualquer mínima chance de crescimento.
Na Grécia, na Espanha, já não há estabilidade econômica hoje.
Portanto, não estariam trocando a independência monetária por
estabilidade. O Equador, por sua vez, sim, tem estabilidade econômica e
altas taxas de crescimento, quer dizer, não há necessidade alguma de
produzir um choque tão gigantesco na economia. Essa talvez tenha sido a
razão pela qual o presidente Correa tem dito e repetido que separar-se
da moeda norte-americana não interessa ao Equador nessa momento. Paul Jay:
Quais são as fraquezas da política econômica no Equador? Outra
pergunta, dentro dessa, seria: o que está acontecendo com os salários.
Pode-se falar muito de estímulos aos crescimento, mas... e os salários? Rebbeca Ray:
Os salários estão altos, acima da inflação já há bastante tempo, o que é
bom. As pessoas estão com perspectivas, olhando à frente.
Sobre
fraquezas, pode-se falar do risco de voltar tudo ao ponto em que o país
estava antes, as dificuldades para diversificar a economia e exportar
outros produtos, para sair da economia dependente do petróleo.
Claro
que os estímulos baseados na construção é coisa de curto prazo. E foram
previstos como medida de curto prazo, uma tática que o país adota para o
curto prazo. Tudo que possa ser feito para diversificar a economia cada
vez mais, ajudar outros ramos da indústria, são todas, medidas que
seriam muito bem-vindas. Paul Jay: Obrigado pela entrevista.
*GilsonSampaio
Israel ha matado a tiros a un niño palestino cada tres días desde el año 2000
Coincidiendo
con el Día Internacional del Niño que se celebró el 1ro. de junio, las
cifras publicadas por el Ministerio palestino de Información muestran
que los israelíes han matado a tiros a 1 456 niños palestinos desde que
empezó la Intifada de al Aqsa a finales del 2000, como promedio uno cada
tres días en estos casi once años.
El
ministerio señaló que en los territorios palestinos ocupados todos los
niños siguen estando sometidos a los constantes ataques y abusos por
parte tanto de las fuerzas de ocupación israelíes como de los ilegales
colonos. Israel ha detenido a decenas de niños en el marco de una
campaña de acoso en la ocupada Cisjordania.
El 52 % de la
población palestina son niños. Además de los casi 1 500 niños asesinados
desde el 2000, unos 5 000 niños han resultado heridos y 215 están
encarcelados en prisiones israelíes. Desde principios del 2012 han sido
detenidos 175 niños palestinos.
En el 2010 las fuerzas de
ocupación israelíes detuvieron a unos 1 000 niños palestinos de edades
comprendidas entre los 15 y 17 años, 500 de los cuales en el ocupado
Jerusalén. La mayoría de los cargos tienen que ver con "arrojar piedras"
a los coches de los ilegales colonos.
Los datos del ministerio
también revelan que 65 mil palestinos de edades comprendidas entre los 5
y 14 hacen algún tipo de trabajo, remunerado o no, en Cisjordania y
Gaza.(Middle East Monitor)