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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 10, 2010

As barrigas das gaivotas Terra esquisita os estados unidos.


Podem acontecer coisas como esta: um míssil é lançado e ninguém sabe nada.

Enquanto Barack Obama está empenhado numa  viagem que por número de efectivos envolvidos parece um êxodo bíblico, em frente das costas da Califórnia aparece um rasto de fumo.

"O que é isso?" perguntam os habitantes de Los Angeles.
"Oh, nada de especial, fiquem descansados, é só um míssil e nem é dos nossos" responde o Pentágono.

Assim, uma notícia que em qualquer lugar do mundo seria motivo de séria preocupação, já no dia a seguir quase desaparece das primeiras páginas dos jornais.

E parte a campanha "Descontração Controlada".

No Washington Post podemos ler as opiniões dos especialistas.
Afirma John Pike, que tudo sabe de defesa e de assuntos aeroespaciais:
Esta coisa é tão obviamente um rasto de avião e, no entanto, aparentemente, ninguém pode dizer isso.[...] O objecto estava a mover-se muito lentamente para ser um míssil.

Parecia o lançamento de um míssil por causa duma ilusão óptica que tornaram o rasto aparecer como se tivesse começado no mar. 
Ilusão óptica...onde é que já vimos isso?

Assim, quando o embaixador da Nato e ex deputado secretário da Defesa Robert Ellsworth afirma "É um grande míssil", bom, está enganado.


Da mesma forma estão enganados o Pentágono, a Air Force, a Marinha, o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, o U.S. Northern Command e a Federal Aviation Administration quando afirmar não conhecer a natureza do objecto. Nem o NORAD escapa.

A resposta correcta deveria ser: "Não é um míssil".


A seguir o vídeo, numa reportagem da CBS:





Definitivamente não é um míssil.
Podemos avançar com outras explicações?

Segundo o especialista Leonardo, colaborador fixo deste blog, as imagens relatam o voo dum grupo de gaivotas, cujas barrigas reflectiram a luz do sol, criando o conhecido "efeito míssil".

Mas também não podemos afastar a hipótese dum raio globular ou a dum efeito criado pelo trânsito do planeta Vénus (um trânsito bastante acelerado, típico do planeta).

Uma última nota.

É enviado um toner com pó explosivo para uma sinagoga de Chicago?
Horror, tragédia, é preciso atacar o Yemen e o Irão.

Aparece um míssil em frente de Los Angeles?
Paciência.

Estados Unidos, terra esquisita mesmo.

Nota: reparei agora que a mesma notícia é relatada por Prova Final. Como as fontes são diferentes, se o assunto interessa pode ser uma boa ideia ler esta versão também. Aqui vai o link: Misterioso Míssil filmado em Los Angeles.

Ipse dixit.
*informincorre

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