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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 01, 2010

Macho que é Macho não se rende ainda mais pra Mulher

PiG começa ofender a Dilma:
ela não passa de um fantoche


Serra ou Jefferson? Ou os dois ?


Diz a manchete do Estadão: A vitória de Lula.

Diz a manchete do Globo: Lula elege Dilma e aliados já articulam sua volta em 2014.

Ou seja, a Dilma não é nada.

Não passa de um fantoche.

A Bachelet, presidente do Chile, entende disso.

Bachelet, como Lula, tinha uma popularidade acima dos 80%.

Só que o candidato à sucessão dela, o Eduardo Frei, não prestava.

E ganhou a oposição.

Ou seja, se a Dilma não prestasse, o Piñera seria o presidente do Brasil, um legítimo descendente do neoliberalismo de Pinochet – como Serra.

Acontece que a Dilma não é o Frei.

Acontece que a Dilma teve a oportunidade, no segundo turno, de ganhar a eleição, por conta própria.

Demonstrou que não era, apenas, herdeira do Governo Lula.

Já no primeiro debate do segundo turno, na Band, a Dilma foi para cima do Serra com o Paulo Preto.

E denunciou a Monica Serra, como agente da calhordice do aborto, na qualificação sempre precisa do Ciro, que conhece a alma do Serra como ninguém.

A Dilma foi para cima.

E tão importante quanto ser a herdeira do Lula, Dilma representa um projeto político – clique aqui para ler sobre o combate ao apartheid.

É ser líder de uma coalizão majoritária no Congresso.

Dilma não é o Frei.

Mas, como prometeu o grande aliado do Serra, o notável Thomas Jefferson, numa entrevista ao jornal O Globo, em 29 de setembro de 2010:

“Nós vamos incendiar o país. Esse Governo (Dilma Rousseff) vai dar manchete todos os dias”.

Já começou o incêndio.

O processo vai se radicalizar com a Dilma.

Primeiro, porque ela é mulher.

E muito machista brasileiro acha que mulher gosta de apanhar.

Segundo, porque, como ela mesma diz, ela “tem lado: o esquerdo”.

A Dilma é mais definida ideologicamente do que o Lula.

Lula é um trabalhista derivado da Igreja de João XXIII, do Concílio Vaticano, quando a Igreja ainda não tinha sido tomada pela extrema direita.

E, terceiro, porque o PiG (*) e seus colonistas (**) já, já vão dizer que a Dilma foi eleita pelos pobres nordestinos.

Os “migrantes”, diria o presidente eleito José Serra.

Só que a Dilma ganhou nas regiões proletárias de todo o país.

A Dilma ganhou no Sudeste.

A Dilma ganhou em Minas e no Rio.

Já, já o PiG (*) vai dizer, como nos Estados Unidos, por exemplo, que o eleitor dos trabalhistas vive do Bolsa Família.

Nos Estados Unidos é  a “Cadillac lady”, do Ronald Reagan.

Aqui, é a Bolsa Esmola da Mônica Serra.

Não vai haver trégua.

Não vai haver lua de mel.

O PiG (*) vai pro pau.

O Serra vai querer “incendiar” o país, segundo Jefferson.

E é bom não esquecer: o Serra é o presidente eleito de 2014.

Como foi o presidente eleito de 2002.

Ele não perde.

Quando é obrigado a recuar, ele se joga prá frente.

Com a tocha na mão, para jogar na poça de gasolina.


Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.


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