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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 11, 2010

Quem gostava do Silvio era a grobo




    https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeEoJ0V8smwlNf5d3VYGVbqXFFjkZ_2pMpaRE6XVpJUJ1Izr04B3cD8uOhazWcwSMhx4_RYOGS_QAS0zpSo5t52fYehOLCLsOhU0H6VXGux9NuUb-9Oi2Wa-5LeJPeu4ybpSpZc-miFeg/s1600/silvio_santos.jpg
    A situação já esteve melhor para Globo, não é, Galvão ?

    Como se sabe, o Silvio fazia questão de dizer que estava muito feliz com o segundo lugar.

    Silvio transformou uma concessão pública de televisão num instrumento de venda de seus produtos fora da televisão.

    Clique aqui para ler “Política social do Lula quebrou o Silvio”.

    Silvio não estava preocupado em tirar o lugar da Globo.

    Ele não queria ser o primeiro.

    Não era o modelo de negócio dele.

    Por isso, Silvio nunca investiu muito dinheiro na televisão.

    Silvio não se notabilizou por novelas, minisséries, esporte, e muito menos por jornalismo.

    Dizem que Silvio tem pavor de jornalismo.

    Ou seja, Silvio gostava de programas baratos, de auditório, como os dele, da Hebe e do Gugu.

    Programas de custo reduzido, controlável e com muita mão-de-obra avulsa.

    Isso não dava uma rede de televisão que pudesse enfrentar a hegemonia da Globo.

    No Governo Figueiredo, quando a Tupi quebrou, Roberto Marinho foi tão esperto que conseguiu escolher até os concorrentes.

    E o Governo Figueiredo dividiu a Tupi em duas:

    Uma, a Manchete, quebrou.

    A outra, o SBT, vai ter que trocar de mãos.

    Roberto Marinho pretendia interromper o movimento da Terra em torno do Sol.

    Manter o Regime Militar e o Silvio no segundo lugar.

    Aí, apareceu a Record, que quer ser a primeira.

    Aí, apareceu o Lula, que reduziu de 90% no Governo FHC para 50% a participação da Globo na publicidade oficial.

    Aí, veio a Dilma, que, se não fizer a Ley de Medios, a Globo derruba ela.

    Agora, o Silvio sofreu esse baque irremediável.

    Como diria o Cala Boca Galvão, quando a Holanda empatou:

    A situação já esteve melhor para a Globo.


    Paulo Henrique Amorim

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