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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 03, 2011

Aleida Guevara e os 27 anos do MST em Minas




Ao centro, Aleida Guevara

Por Cleber Sérgio de Seixas

O MST é, talvez, o movimento social brasileiro mais odiado pelas elites e pelo capital representado pelo agronegócio e, com certeza, o mais demonizado pela grande mídia nacional. O que pouco se fala é que o MST induz o governo a fazer o que deveria, mas não faz, ou seja, desapropriar propriedades improdutivas e que não cumprem função social para fins de reforma agrária.

Também não se divulga que o Brasil é um dos poucos países da América Latina que não realizou a reforma agrária, principal bandeira do movimento e condição sine qua non para acelerar o desenvolvimento capitalista, repito capitalista (não socialista), do país. O México, por exemplo, realizou sua reforma agrária nas duas primeiras décadas do século passado.

No dia 29 de junho, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, por ocasião dos 27 anos do MST em Minas, houve um evento comemorativo promovido por entidades promotoras do 3º Encontro dos Movimentos Sociais. A médica pediatra Aleida Guevara, filha do lendário Che Guevara, esteve presente e falou sobre o MST e sobre a situação de Cuba na atualidade dentro da conjuntura mundial e latino-americana. Também participaram deputados estaduais da bancada de oposição ao governo do estado, sindicalistas e lideranças de movimentos sociais populares.
*Observadoressociais

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