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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 09, 2011

Piovesan pode processar Gilmar, se for molestado

Diante da estarrecedora notícia de que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo Gilmar Dantas denunciou o bravo advogado Alberto Piovesan à Polícia Federal, este ansioso blogueiro procurou o ameaçado advogado.
Piovesan, por telefone, explicou que “a melhor coisa é deixar acontecer”.
Até agora, ele não sentiu os efeitos de qualquer ação da Polícia Federal contra ele.
(Este ansioso blogueiro ligou para a Polícia Federal para saber se já abriu processo de investigação. Fez o mesmo no Ministério da Justiça, ao qual, em teoria, a PF está subordinada. Aguarda resposta dos dois. Ou será que a PF, como nos bons tempos do Dr Corrêa, se subordina politicamente ao Gilmar Dantas?)
Caso Piovesan venha a sofrer algo de concreto, em função da denúncia de Gilmar Dantas, aí, então, ele pode vir a buscar uma reparação, tentar punir quem o ataca.
Piovesan acredita que o Ministro Gilmar talvez mereça estar onde está.
O que ele, Piovesan quer – clique aqui para ler o memorial que enviou aos ministros do Supremo que analisam o impeachment de Gilmar – é que Senado abra uma investigação para apurar se é verdade o que dizem sobre Gilmar, enquanto Ministro da Suprema Corte.
(Ou seja, sobre as relações indecorosas entre ele e poderosíssimo advogado, Dr Sergio Bermudes, um dos dois mais poderosos do Brasil - o outro é o Dr Thomaz Bastos.)
Como se sabe, o notável Presidente do Senado, José Sarney, mandou para a lata de lixo o pedido de Piovesan.
Piovesan insistiu e, por isso, recorreu ao Supremo.
Ou seja, o Brasil está diante de circunstâncias que envergonham o Supremo, Justiça brasileira e o Senado Federal.
Só o FHC seria capaz disso!
Amigo navegante, o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo pode sair por aí e mandar a Polícia Federal investigar quem ele bem entender?
E se ele, por exemplo, cismar com a cara do Fausto De Sanctis, de novo?
Ou do Mino Carta, a quem ele já processou?
Ou Cesare Battisti, que ele quer ver em cana, de qualquer maneira?
A Polícia Federal passou a ser um anexo do gabinete dele?
Ou ele pensa que o Brasil é uma grande de Diamantino?
Paulo Henrique Amorim
 Gilmar pediu que PF investigue advogado do impeachment

No dia 11 de julho, Gilmar Mendes enviou ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, um ofício em que pede a abertura de inquérito por calúnia, injúria e difamação contra o advogado Alberto Piovesan. Foi o advogado quem entrou no Senado com um pedido de impeachment contra Gilmar, cujo recurso contra o arquivamento de José Sarney não foi a julgamento do Supremo.
Nas quatro páginas da representação, Gilmar afirma que Piovesan atua “não sabe a mando de quem” para questionar a isenção do ministro. Ressalta que o “ilustre desconhecido” advogado só entrou com um processo no Supremo, justamente o recurso contra a decisão de Sarney. E que, mesmo no Espírito Santo, onde está registrado o registro profissional dele, só há notícia de duas ações patrocinadas por Piovesan.



Marco Aurélio e Gilmar
Se seguir o que ocorreu no impeachment do seu primo no Congresso, Fernando Collor, o que é bastante provável, Marco Aurélio Mello dará um voto esta tarde contrário à decisão de José Sarney de arquivar diretamente o pedido de impeachment do seu colega de Supremo Gilmar Mendes. No caso Collor, foram os deputados que decidiram, em votação no plenário, pela abertura do processo, conduzido posteriormente pelos senadores em plenário.
No caso de Gilmar, por analogia, os senadores, e não Sarney sozinho, é quem deveriam votar em plenário pela abertura ou arquivamento do processo contra Gilmar. Ele foi acusado de ter recebido benesses de advogados e, não fosse o pedido de vista de Marco Aurélio no dia 17 de agosto, o caso encaminharia para o arquivo sem uma análise mais acurada.
A propósito, se a provável tese de Marco Aurélio vingar, o Supremo não afastará Gilmar Mendes. Longe disso. A decisão, que é política, caberia aos senadores. O tribunal afirmaria apenas que o rito de processamento do caso não foi respeitado. Ricardo Lewandowski, relator do processo, já votou pelo arquivamento sumário do recurso.
No Lauro Jardim
*comtextolivre
 

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