Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 28, 2011

Barbárie fascista cresce a cada dia em São Paulo


iG
Edmilson Alves, de 59 anos, teria sofrido mal súbito ao volante. Participantes de um baile funk espancaram condutor, que morreu no hospital.
Um motorista de ônibus foi espancado no domingo à noite (27), no Jardim Planalto, na zona leste de São Paulo. Edmilson dos Reis Alves, de 59 anos, foi agredido após perder o controle do veículo e bater em um carro. A polícia informou que ele teve um mal súbito ao volante, o que teria feito ele bater o ônibus. A agressão ocorreu na Rua Torres Florêncio e Rielli, altura do número 285.
Perto do local era realizado um baile funk, e cerca de 300 participantes da festa agrediram o motorista. Havia passageiros dentro do coletivo na hora da agressão. O freio de mão do veículo chegou a ser destravado durante o espancamento, o ônibus depredado desceu a rua e bateu em outros dois carros e três motos.
Cerca de 300 pessoas participaram da agressão. Foto: AE
Alves foi socorrido e encaminhado ao Hospital Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A polícia ainda não sabe se em consequência do mal súbito ou das agressões. O caso foi registrado no 69º Distrito Policial. Até o momento, ninguém foi preso.


*esquerdopata

Nenhum comentário:

Postar um comentário