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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 28, 2011

Será que vão controlar o caso “Controlar”?

João Faustino (1° à esquerda), José Agripino Maia, José Serra e Rosalba Ciarlini juntos, na campanha de 2010. Ligações perigosas
As notas publicadas hoje na coluna de Renata Lo Prete na Folha de São Paulo, dando conta de que existem ligações entre o caso “Controlar-Kassab” e  João Faustino, ex-secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e subchefe da Casa Civil do então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), dão a esperança de que o assunto saia das páginas locais dos jornais paulistas.
Ninguém está dando nada. O site NoMinuto, do Rio Grande do Norte, publicou as acusações do Ministério Público contra Faustino, chefe da campanha de Serra no Estado, num  direcionamento de licitação para a inspeção veicular no Rio Grande do Norte nos mesmos moldes do feito  no Município de São Paulo.
Neste arranjo, teria participado a mesma empresa Controlar, acusada de fraude em São Paulo.
A Controlar, depois de abiscoitar a concessão milionária em São Paulo, foi parcialmente vendida para um consórcio de empreiteiras. Seus donos, o casal Carlos e Abigail Suárez teriam ganho R$ 170 milhões na transação.
A informação é a de que há documentos provando que o casa distribuiu – e oficialmente, através de doações registradas – mais de R$ 2 milhões de seu patrimônio pessoal para diversos partidos e candidatos em 2010.
Isso, oficialmente. A caixa 2 ainda está por ser aberta.
*Tijolaço

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