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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 23, 2011

Abdelmassih continua foragido, estará no Líbano?

Condenado há um ano: o médico está foragido da justiça
Há 1 ano, completado hoje, o médico especializado em reprodução in vitro, Roger Abdelmassih, acusado de abusar sexualmente de 37 mulheres, era condenado a 278 anos de prisão.

Desde janeiro, no entanto, ele está foragido. Os crimes ocorreram entre 1995 e 2008 e todas as vítimas eram pacientes ou funcionárias de sua clínica de reprodução. O médico teve o registro profissional (CRM) cassado.

A história pitoresca do médico assusta. Além dos abusos sexuais, segundo a revista Época, "parte dos cerca de 8.000 bebês gerados na clínica de Abdelmassih não são filhos biológicos de seus país".

Em matéria da Folha de S. Paulo a Polícia disse que suspeita que "o foragido embarcou para o Líbano usando um passaporte falso conseguido no Uruguai."

Mesmo se lá estiver, o País não possui um tratado de extradição firmado o que dificultaria bastante traze-lo de volta.

Segundo o site Consultor Jurídico, a prisão do médico havia sido decretada em 17 de agosto de 2009 pelo juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal paulista.

"No mesmo ano, em 24 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, concedeu Habeas Corpus para revogar a prisão preventiva. Em fevereiro deste ano, a 2ª Turma do STF suspendeu a liminar dada por Gilmar Mendes, por 3 votos a 2.

A prisão do médico já tinha sido decretada novamente no final de 2010, pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal paulista."

Nesse meio tempo, entre o Habeas Corpus de Gilmar e sua condenação, o médico casou com  a procuradora Larissa Maria Sacco, 32, que o acompanha na fuga e está grávida de gêmeos, também segundo informações da Folha de S. Paulo. 

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