Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 28, 2011

O nazista Bolsonaro quer holofote

Por Altamiro Borges


O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) adora holofotes. Com suas posturas fascistóides, ele gosta de se exibir, de aparecer. Ele explora os instintos mais conservadores e preconceituosos da sociedade para se projetar, para ganhar votos – para ele e para a sua próspera família de “políticos”. Em discurso na tribuna da Câmara Federal na semana passada, ele voltou a manifestar a sua homofobia doentia.

Em novo ataque histérico ao projeto do Ministério da Educação de combate à violência contra homossexuais, que ele rotula de “kit gay”, Bolsonaro rosnou contra a presidenta da República. “Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assuma. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau”.

Valentão revela sua covardia

Desta vez, porém, o PT promete reagir. O partido pretende acionar a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara contra o fascistóide. A representação será apresentada no início desta semana pelo deputado Paulo Teixeira. Ela exigirá que Bolsonaro responda por comportamento "não condizente com a dignidade e a responsabilidade que se esperam dos homens públicos".

Diante do risco de perder o mandato, o valentão novamente revelou toda a sua covardia. Ele agora nega que tenha questionado a sexualidade da presidenta Dilma e culpa a “língua portuguesa” pela confusão. “No meu discurso, perguntei apenas se ela estava mentindo e pedi que ela explicasse sua relação com os homossexuais. A nossa língua portuguesa permite um montão de interpretação”.

Uma omissão criminosa

Esta não é a primeira vez – nem será a última – que Bolsonaro afronta as prerrogativas de parlamentar. Na sua mediocridade, ele rosna para atrair holofotes. Depois, o machão recua. Será que o Congresso Nacional vai novamente silenciar diante da insanidade deste fascistóide? Os assassinos que atacam os homossexuais, como nas últimas semanas em São Paulo, irão agradecer por esta omissão criminosa. 
 
 

Donos da mídia querem ganhar no grito

Por Sérgio Lirio, na CartaCapital:

Franklin Martins afasta o corpo da mesa, gira levemente a cabeça e contorce os lábios em um de seus gestos típicos, um misto de impaciência e desdém com um comentário que no primeiro momento lhe parece irrelevante ou fora de foco. Ele veste jeans e uma camisa social, e tem dedicado o “ano sabático” a escrever dois livros sobre a forma como a música brasileira retrata a política, projeto interrompido quando aceitou ingressar no governo Lula em 2007.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário