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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Aos que morreram lutando no ano em que nasci.




Acho de uma importância tão grande filmes que retratam a ditadura militar no Brasil, na Argentina, Chile e Uruguai. É importantíssimo o depoimentos das pessoas que fizeram parte dessa triste história e a luta de uma geração e a vontade de transformação num período nebuloso e sangrento. 

Qualquer pessoa que critica com veemência os anos de chumbo tem o meu respeito e a minha admiração, pois não entra na minha cabeça alguém ficar do lado dos militares e dos políticos de direita daquela época. 

Fiz uma pesquisa no site http://www.acervoditadura.rs.gov.br/mortos.htm  e encontrei uma lista de jovens que morreram em 1973, ano em que nasci. Postei abaixo o nome das pessoas que morreram ou desapareceram.

Lamento demais cada homem e mulher que morreu lutando contra um governo militar que torturava e matava, que proibia o nosso direito de se expressar, de existir, de questionar, nossos direitos sociais e civis.  

Esse post é uma forma de dizer que não esquecei jamais todos que morreram nos porões da ditadura. 

Alguns tem fotos, outros infelizmente não consegui encontrar... 

(sem fotos)
Alexandre Vannucchi Leme
Evaldo Luís Ferreira Sousa
Francisco Emanoel Penteado
Henrique Ornelas Ferreira Cintra
José Manoel da Silva
José Mendes de Sá Roriz
Luis Guilhardini
Merival Araújo
Ranúsia Alves Rodrigues
Ronaldo Mouth Queiroz

(com fotos)

Almir Custódio de Lima

Anatália de Souza Alves de Mello

Antônio Carlos Bicalho Lama

Emanoel Bezerra dos Santos

Arnaldo Cardoso Rocha

Eudaldo Gomes da Silva


Francisco Seiko Okama

Gildo Macedo Lacerda


Helber José Gomes Goulart


Jarbas Pereira Marques


José Carlos Novaes da Mata Machado


Lincoln Bicalho Roque


Lúcia Maria de Souza


Luís José da Cunha



Manoel Aleixo da Silva



Manoel Lisboa de Moura


Maria Augusta Thomas


Pauline Philipe Reichstul

Ranúsia Alves Rodrigues


Soledad Barret Viedma



Sônia Maria Lopes Morais



E vou ficar esperando a estréia do documentário "Diário de uma busca" aque fala da morte misteriosa do jornalista Celso Castro.


"Outubro, 1984. Celso Castro, jornalista com uma longa história de militância de esquerda, é encontrado morto no apartamento de um ex-oficial nazista, onde entrou a força.
A polícia sustenta que se trata de um suicídio. O episódio, digno de um filme de suspense, é o ponto de partida de Flavia, filha de Celso e diretora do filme que decide reconstruir a história da vida e da morte do homem singular que foi o seu pai.

É uma viagem no tempo e na geografia: a diretora volta a Porto Alegre, Santiago, Buenos Aires, Caracas e Paris, cenários do exílio familiar, da ilusão e do fracasso de um projeto político.

O resultado é um documentário poderoso e comovente que combina magistralmente a intriga policial, os testemunhos de familiares e companheiros e o relato na primeira pessoa de uma infância vivida entre o exílio e a luta armada.

As vozes imbricadas de Celso (de suas cartas) e de sua filha constroem um retrato íntimo de uma relação marcada pela história e pela ausência."

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E a Folha de São Paulo que tanto admirei quando garoto coloca umas merdas algumas vezes que juro que não entendo. A Folha de São Paulo que chamou a ditadura de "ditabranda" deve desculpas as famílias que perderam parentes e amigos na ditadura militar.







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