Kassab rifou Serra? Leu o livro-bomba?
Por Altamiro Borges
Numa longa entrevista à Folha, o prefeito Gilberto Kassab, chefão do recém-criado PSD, deu a impressão de que está rifando seu criador, o tucano José Serra. Apesar das juras de amor, ele garantiu que o ex-governador não quer ser candidato à prefeitura da capital e que seu partido, portanto, poderá ter candidato próprio. Seu ziguezague retórico não convenceu nem o jornal serrista.
*****
O senhor tem defendido aliança com o PSDB, mas também propugna que o candidato seja do seu partido.
Não é verdade. Tanto é que eu sempre dou prioridade para a candidatura de José Serra. Não há, da nossa parte, essa questão compulsória que seja um candidato do PSD. O que eu tenho dito é que é importante mais uma vez que seja escolhido o melhor candidato da aliança. E eu tenho dito sempre que a aliança tem dois bons candidatos hoje, que são o Serra e o Afif.
O senhor acha que um dos dois aceitará ser candidato?
Vamos deixar para janeiro, para conversar com eles. O Serra já tem dito com muito mais clareza que não será candidato. O Afif, em algumas conversas preliminares, tem manifestado a intenção de colaborar, caso a aliança entenda que possa ser ele o candidato, ele analisaria.
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Esforço para firmar o PSD
Na prática, como também alerta o Estadão, Kassab tem estimulado alguns nomes do PSD a ingressarem em campo. Estão na lista, além de Guilherme Afif Domingues, atual vice-governador, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles – que transferiu o seu domicílio eleitoral para a capital –, e o seu secretário da Educação, Alexandre Schineider, que abandonou o ninho tucano.
Kassab parece determinado a consolidar seu projeto partidário e as eleições municipais são decisivas neste sentido. Ele mantém o discurso da “independência”, mas procura firmar o PSD. Garante que se o tucano Geraldo Alckmin for candidato à reeleição para o governo de São Paulo, em 2014, a nova legenda poderá apoiá-lo, “se essa aliança é renovada em 2012”. Tirou a faca!
Serra para vereador em 2012
Elogia Dilma Rousseff, mas também manda um recado: “Eu não me sinto à vontade de apoiar o governo da presidente Dilma. Eu não a apoiei na eleição, apoiei o Serra”. Ou seja, Kassab faz os cálculos políticos para ver o que é melhor para o seu partido. No momento, quem mais perde é exatamente Serra. Pode ficar sem o seu principal trunfo. Será que ele vai disputar para vereador?
De fato, Serra não vive os seus melhores dias. Suas noites de notívago devem ter se agravado. Primeiro foi a prisão João Faustino, seu ex-subchefe da Casa Civil e um dos coordenadores financeiros da sua campanha presidencial, acusado de integrar a quadrilha de desviou dinheiro da inspeção veicular no Rio Grande do Norte. A mídia abafou o caso, mas ele ainda dará dores de cabeça.
A privataria tucana
Depois, a pesquisa Datafolha (ou DataSerra?) confirmou que sua rejeição bate recorde entre os eleitores paulistanos – 35%. Para complicar ainda mais as suas ambições, o livro de Amaury Ribeiro, que comprova o envolvimento de seus familiares e amigos no esquema de lavagem do dinheiro da privataria tucana, não pára de vender. Já virou best-seller.
Por falar nisso, será que o Kassab leu o livro e achou melhor rifar seu criador? Será que teme que ele seja preso, junto com sua filha, seu genro, seu primo e seu ex-tesoureiro?
Numa longa entrevista à Folha, o prefeito Gilberto Kassab, chefão do recém-criado PSD, deu a impressão de que está rifando seu criador, o tucano José Serra. Apesar das juras de amor, ele garantiu que o ex-governador não quer ser candidato à prefeitura da capital e que seu partido, portanto, poderá ter candidato próprio. Seu ziguezague retórico não convenceu nem o jornal serrista.
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O senhor tem defendido aliança com o PSDB, mas também propugna que o candidato seja do seu partido.
Não é verdade. Tanto é que eu sempre dou prioridade para a candidatura de José Serra. Não há, da nossa parte, essa questão compulsória que seja um candidato do PSD. O que eu tenho dito é que é importante mais uma vez que seja escolhido o melhor candidato da aliança. E eu tenho dito sempre que a aliança tem dois bons candidatos hoje, que são o Serra e o Afif.
O senhor acha que um dos dois aceitará ser candidato?
Vamos deixar para janeiro, para conversar com eles. O Serra já tem dito com muito mais clareza que não será candidato. O Afif, em algumas conversas preliminares, tem manifestado a intenção de colaborar, caso a aliança entenda que possa ser ele o candidato, ele analisaria.
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Esforço para firmar o PSD
Na prática, como também alerta o Estadão, Kassab tem estimulado alguns nomes do PSD a ingressarem em campo. Estão na lista, além de Guilherme Afif Domingues, atual vice-governador, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles – que transferiu o seu domicílio eleitoral para a capital –, e o seu secretário da Educação, Alexandre Schineider, que abandonou o ninho tucano.
Kassab parece determinado a consolidar seu projeto partidário e as eleições municipais são decisivas neste sentido. Ele mantém o discurso da “independência”, mas procura firmar o PSD. Garante que se o tucano Geraldo Alckmin for candidato à reeleição para o governo de São Paulo, em 2014, a nova legenda poderá apoiá-lo, “se essa aliança é renovada em 2012”. Tirou a faca!
Serra para vereador em 2012
Elogia Dilma Rousseff, mas também manda um recado: “Eu não me sinto à vontade de apoiar o governo da presidente Dilma. Eu não a apoiei na eleição, apoiei o Serra”. Ou seja, Kassab faz os cálculos políticos para ver o que é melhor para o seu partido. No momento, quem mais perde é exatamente Serra. Pode ficar sem o seu principal trunfo. Será que ele vai disputar para vereador?
De fato, Serra não vive os seus melhores dias. Suas noites de notívago devem ter se agravado. Primeiro foi a prisão João Faustino, seu ex-subchefe da Casa Civil e um dos coordenadores financeiros da sua campanha presidencial, acusado de integrar a quadrilha de desviou dinheiro da inspeção veicular no Rio Grande do Norte. A mídia abafou o caso, mas ele ainda dará dores de cabeça.
A privataria tucana
Depois, a pesquisa Datafolha (ou DataSerra?) confirmou que sua rejeição bate recorde entre os eleitores paulistanos – 35%. Para complicar ainda mais as suas ambições, o livro de Amaury Ribeiro, que comprova o envolvimento de seus familiares e amigos no esquema de lavagem do dinheiro da privataria tucana, não pára de vender. Já virou best-seller.
Por falar nisso, será que o Kassab leu o livro e achou melhor rifar seu criador? Será que teme que ele seja preso, junto com sua filha, seu genro, seu primo e seu ex-tesoureiro?
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