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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 22, 2011

Irã lança canal de televisão em espanhol para América Latina, EUA e Espanha




O Irã coloca em funcionamento nesta quarta-feira (21/12) um canal de televisão via satélite em espanhol dirigido ao público da América Latina, Estados Unidos e Espanha, informou a rede.

"A Hispan TV é a primeira rede televisiva de informação e entretenimento em espanhol nascida no coração do Oriente Médio (...) com o objetivo de fortalecer os laços culturais com os países que falam espanhol", afirmou um comunicado divulgado em seu site.

O novo canal, financiado pelo governo iraniano e que será transmitido em espanhol a partir de Teerã, pretende "chegar a milhões de pessoas na América Latina, Estados Unidos e Europa", com notícias, documentários e conteúdos de ficção 24 horas por dia.

A transição "começa hoje (quarta-feira) às três da tarde" hora espanhola (12H00 de Brasília), afirmou uma funcionária do canal em Madri, Lola García.

A rede, dirigida pelas autoridades iranianas, conta com três funcionários em Madri, vários jornalistas espanhóis e latino-americanos em Teerã "e correspondentes em todo o mundo", acrescentou.

"Os informativos da HispanTV cobrirão de maneira especial os acontecimentos de caráter internacional, especialmente todos aqueles que ocorrerem na América Latina, Irã e Oriente Médio", segundo o comunicado.

Os temas tratados no site da HispanTV, criada há um ano, cobrirão uma grande variedade de questões internacionais, desde a suposta espionagem dos Estados Unidos no Irã até a crise financeira, passando pelas decisões do presidente venezuelano Hugo Chávez, aliado de Teerã.

Entre os anúncios de próximos documentários transmitidos pelo canal figuram, por exemplo, as dificuldades dos civis palestinos em Gaza.

"A HispanTV nasce com uma grande vocação social, cujo principal objetivo é criar pontes de entendimento entre os povos do Irã, da América Hispânica e do Oriente Médio com a transmissão de conteúdos frequentemente ignorados por outros meios de comunicação", afirmou.

O jornal espanhol El País afirmou que a Arábia Saudita também planeja lançar um canal em espanhol, a Córdoba Televisión, em janeiro. Não foi possível entrar em contato com autoridades sauditas em Madri nesta quarta-feira para confirmar a informação.

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