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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Londres: escultura avaliada em US$ 800 mil é roubada de parque

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Imagem exibe a estrutura danificada da escultura após o roubo no Parque Dulwich, em Londres. Foto: AFP
Imagem exibe a estrutura danificada da escultura após o roubo no Parque Dulwich, em Londres
Foto: AFP
Uma escultura de bronze da artista britânica Barbara Hepworth avaliada em US$ 787 mil foi roubada de um parque londrino, supostamente por ladrões que querem revender o metal.
A obra, chamada Two Forms (Duas Formas) e produzida em 1969, foi furtada na noite de segunda-feira do parque Dulwich, no bairro de Southwark, no sul da capital britânica.
A prefeitura da cidade ofereceu uma recompensa de US$ 1.575 aos cidadãos que apresentarem informações que levem à captura dos ladrões, informou nesta quarta a imprensa britânica.
O vereador Peter John pediu à polícia de Londres que investigue o furto, que acredita fazer parte de uma onda de roubos de obras de arte de metal no país, que depois são fundidas e vendidas no mercado negro. "O roubo de arte pública de metal está virando uma epidemia", disse John, que pediu à polícia que descubra o culpado pelos furtos.
A Polícia Metropolitana de Londres (MET) formou em dezembro uma unidade dedicada especificamente ao roubo de metal, uma atividade lucrativa e cada vez mais comum no Reino Unido.
A escultura de Barbara Hepworth (1903-1975), que estava no parque londrino desde 1970, é uma das várias obras públicas da artista, que tem um de seus trabalhos mais conhecidos, "Winged Figure" (Figura Alada), exposta na parede exterior da loja de departamento John Lewis, no centro da capital britânica.
*Terra

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