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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 21, 2011

O exemplo que a maior parte dos políticos ocidentais não quer seguir

“Não sou a presidente das corporações, mas sim de 40 milhões de argentinos”

Cristina Fernández de Kirchner prestou juramento, sábado, e deu início ao seu segundo mandato como presidente da Argentina. No seu discurso, destacou os avanços que o país teve na área dos direitos humanos e também na economia. Em uma forte crítica ao sistema financeiro, lembrou que seu governo teve que suportar cinco ataques cambiais por parte de corporações que acreditavam que o governo iria ceder. “Que fique claro para todos: não sou a presidente das corporações”.

A presidente reconheceu com orgulho que, no dia dos Direitos Humanos, reassumia como Chefe de Estado de um país que avançou na direção do fim da impunidade, graças às políticas de Estado e aos Tribunais de Justiça, e lembrou que há quatro anos, ao assumir seu primeiro mandato, pediu à Justiça que avançasse no julgamento contra os repressores da ditadura.

 Recordou  que, há alguns dias, havia visto a fotografia da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, quando tinha 22 anos e, após várias sessões de tortura, era submetida a um interrogatório pelos militares brasileiros. “Eu pensei por um minuto, hoje, Dilma ocupa o comando de um dos países mais importantes do mundo.Destacou também os êxitos econômicos de seu governo, como o índice de cobertura

previdenciária que permitiu que 96% dos argentinos estejam em condições de se aposentar no futuro. “Não vamos abandonar nossas convicções e vamos seguir trabalhando por uma Argentina mais justa e mais solidária”. Em uma forte crítica ao sistema financeiro, lembrou que seu governo teve que suportar cinco ataques cambiais por parte de corporaçõesque acreditavam que o governo iria ceder. “Que fique claro para todos: não sou a presidente das corporações”, enfatizou.


Depois deste exemplo, podemos ver como se comportam os principais representantes políticos ocidentais, depois do suicídio da UE e de mais uma vez terem violado o Tratado de Lisboa, pois segundo o artigo 47 desse mesmo Tratado, não têm legitimidade para rever o próprio TL.

Segundo o Tratado de Lisboa, no Conselho Europeu, os primeiros
ministros dos países da União Europeia são funcionários da União Europeia, ou seja, defendem em primeiro lugar os interesses da União Europeia em detrimento dos interesses dos seus respectivos países.




Devo acerscentar, que a Argentina não quer mais agências de rating, ver aqui



fonte http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19188&editoria_id=6

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