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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Inglaterra estuda retomar ações militares contra Argentina

Via SUL 21
                       O navio Cardiff ancora em Port Stanley
Da Redação

Vinte e nove anos depois da Guerra das Malvinas, quando a Argentina, em plena decadência de sua ditadura militar, desafiou a Inglaterra pela soberania do território localizado no Atântico Sul, a tensão entre os dois países, que nunca deixou de existir, retorna com força crescente. Em 1982, isolada e enfrentando uma severa crise interna, a Argentina perdeu o conflito.
Atualmente, o contexto é outro. Após a reunião do Mercosul nesta semana, quando Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai concordaram em não permitir que embarcações com a bandeira das ilhas atraquem em seus portos, o jornal britânico Daily Mail publicou uma reportagem afirmando que as autoridades militares da Inglaterra estão elaborando um plano de defesa para as Malvinas.
De acordo com o periódico, militares britânicos pressionam o governo do primeiro-ministro conservador David Cameron para que um submarino nuclear seja enviado à região – que está sob controle da Inglaterra desde 1833.
Outro fator que deve intensificar ainda mais a tensão entre Argentina e Inglaterra é a previsão de uma visita do príncipe Willian às ilhas no ano que vem. Ainda na reportagem do Daily Mail, consta que o ministro da Defesa britânico, Philip Hammond, teria sido informado, em Londres, sobre a possibilidade de um novo conflito bélico com a Argentina no caso de a situação se agravar.
Funcionários da inteligência disseram ao ministro e ao Conselho de Segurança Nacional que, no momento, “não há ameaça militar factível” às ilhas por parte da Força Aérea Argentina. Entretanto, o Daily Mail reproduz a fala de um oficial militar da Inglaterra que sustenta que “há uma ameaça e adotaremos medidas de prevenção rapidamente”, acrescentando que “confiamos que os argentinos não podem sequer atracar um barco pesqueiro nas Malvinas, mas é importante demonstrar que somos sérios quanto a nossas obrigações”.
Na prática, além do efeito simbólico de solidariedade à reivindicação da Argentina, a proibição imposta por Brasil, Uruguai e Paraguai às embarcações malvinas afetará cerca de 25 barcos, na maioria pesqueiros com licença espanhola.
Com informações do El País do Uruguai.
*GilsonSampaio

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