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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 20, 2011

Difamação (Defamation) - A Indústria do Antissemitismo.



O documentário Hashmatsa (Defamation) do diretor israelense Yoav Shamir é uma porrada dolorida no estômago, pois quando um judeu diz ao público que ele nunca experimentou o anti-semitismo (embora ele ouve sobre isso constantemente) , e o mesmo pergunta se isso não foi usado como uma ferramenta política para justificar ações militares israelenses, sinceramente, temos que escutar o que esse personagem tem a dizer.


O diretor israelense Yoav Shamir embarca em uma provocante - e às vezes irreverente - busca para responder à pergunta: Qual é o anti-semitismo hoje? Será que continuam a ser uma ameaça perigosa e imediata? Ou é uma tática de medo usados ​​por sionistas de direita para desacreditar seus críticos? 

Falando com um conjunto de pessoas de todo o espectro político (incluindo o chefe da Liga Anti-Difamação e seus mais ferozes críticos, o autor Norman Finkelstein) e viajar para lugares como Auschwitz (ao lado de crianças das escolas em Israel) e Brooklyn (de explorar relatos de violência contra os judeus), Shamir descobre a realidade do anti-semitismo hoje. Suas descobertas são chocantes, esclarecedora e - surpreendentemente - muitas vezes ironicamente engraçado.

*Tireotubo

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