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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 01, 2012

Bloqueio imposto pelos EUA já custou a Cuba mais de um tri


Cuba acusou, nesta quinta-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de aplicar com maior rigor o bloqueio econômico à ilha. Segundo o governo cubano, a medida custou, até agora, a perda de mais de um trilhão de dólares.



Desmond Boylan/Reuters
Bruno Rodríguez
O ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, afirmou, nesta quinta-feira (20), durante uma vídeo conferência transmitida simultaneamente em Havana e Nova York, sede da ONU, que o valor foi calculado considerando a depreciação do dólar frente ao valor do ouro no mercado internacional.

“A preços correntes, ascende a uma cifra que supera os 108 bilhões de dólares em um cálculo conservador”, sustentou em uma coletiva de imprensa para apresentar o informe de Cuba na próxima seção da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que será realizada no próximo dia 13 de novembro.

Esta será a 21ª ocasião na qual a Assembleia Geral vai votar a resolução cubana, em um procedimento não vinculante, que no ano passado obteve 186 votos favoráveis e dois contra: Estados Unidos e Israel.

O chefe da chancelaria cubana qualificou o embargo como “um ato de genocídio” que gera isolamento internacional para Washington, que em sua opinião se beneficiaria política e economicamente no caso de colocar fim a esta política de meio século.

Reiterou pronunciamentos anteriores de que o bloqueio viola o direito internacional e que é “uma política absurda, obsoleta, ilegal e moralmente insustentável”, e disse que o presidente estadunidense que a eliminar ocupará um lugar na história.

Rodríguez se queixou por os Estados Unidos “manterem ilegitimamente” a ilha na lista de países que patrocinam o terrorismo e disse que durante o período Obama aumentou a perseguição a países e empresas que comercializam com a ilha.

Da Redação do Vermelho, Vanessa Silva,
com Prensa Latina


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