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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 13, 2012

Em sua cavalgada insana, Serra tem tudo para se tornar o homem mais amplamente detestado da história política nacional.

O que Serra fez, concretamente, por São Paulo?


Por Marco Antonio L.
O que Serra fez, concretamente, por São Paulo?
Paulo Nogueira, No Diario do Centro do Mundo
Veja os dramas paulistanos, das enchentes às favelas, e procure a mão do ‘grande administrador”

São Paulo sob chuvas fortes
Serra, atrás das pesquisas, é capaz de qualquer coisa. Ele já está nos livros de história como protagonista do espetacular atentado da bolinha de papel. Em seu arrastão do vale-tudo, Serra conseguiu o apoio na marotagem cínica de sua mulher, Monica. Quem não se lembra de Monica dizendo a eleitores simples que Dilma era a favor de matar criancinhas? Monica fez aborto na vida, soube-se depois, mas ela fingiu que defender o aborto era defender a morte de criancinhas.
Sabemos todos no que deram todos os truques sujos.
Agora Serra, que como era de esperar está vários pontos abaixo de Haddad por causa de seu enorme índice de rejeição, volta ao jogo baixo. Associa Haddad a um Dirceu demonizado de uma forma absurda, despropositada e obtusa.
A quem Serra espera que vai convencer com isso? Só se comoverão com seu desvario aqueles que jamais votariam em Haddad ou em qualquer pessoa ligada a Lula ou ao PT. Converter convertidos é uma das maiores asneiras que você pode cometer: se cansa sem resultado nenhum. Aos demais, a desonestidade intelectual afugenta em vez de conquistar.
Serra deveria mostrar o que fez por São Paulo quando governador e prefeito. Não é um homem preparadíssimo?
Façamos o abc dos dramas urbanos paulistanos.
a) A quantidade inaceitável de favelas e favelados;
b) A vulnerabilidade patética da cidade a chuvas fortes;
c) O trânsito caótico, fruto de um transporte público cheio de falhas.
O que Serra fez, concretamente, para melhorar – não estamos falando eliminar — tudo aquilo? A resposta esta em algum ponto entre o nada e o abaixo do esperado.
Na falta de realizações, e também de argumentos, Serra se desconecta dos limites da ética e do pudor.
O que impressiona, sendo ele presumivelmente um homem brilhante, é Serra não perceber que o tipo de comportamento em que se especializou nas últimas campanhas apenas aumenta o exército dos que o rejeitam.
Em sua cavalgada insana, Serra tem tudo para se tornar o homem mais amplamente detestado da história política nacional.
*Nassif

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