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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 14, 2012

2º Encontro Nacional de Ateus já tem a adesão de 9 Estados


O 2º Encontro Nacional de Ateus, que vai se realizar no dia 17 de fevereiro de 2013, um domingo, já tem a adesão de 9 Estados, além do Distrito Federal: São Paulo, Sergipe, Paraná, Maranhão, Rio, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Goiás e Paraíba. Em cada um desses Estados o encontro será promovido por uma associação de livres-pensadores.
Lisiane Pohlmann
Lisiane disse que este ano estarão
em pauta racionalismo e ceticismo 
“Nosso propósito não é apenas a confraternização, mas promover o pensamento crítico”, disse Lisiane Pohlmann (foto), 23, graduanda de administração e de serviço social e presidente da SR (Sociedade Racionalista), a organizadora nacional do evento.

A SR tem a expectativa de obter a confirmação de participantes de Estados como Pará, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Espírito Santo, Amazonas, Mato Grosso e Amapá. “Qualquer um que preze o uso da razão será muito bem-vindo”, afirmou Lisiane.


A faixa etária dos participantes é de 20 a 30 anos, na proporção igual de homens e de mulheres. A maioria é composta por graduandos.


No encontro de 2012, o tema mais discutido foi a discriminação contra os descrentes. Agora, disse Lisiane, a discussão será mais abrangente, em torno do racionalismo e ceticismo.


Além dos debates e palestras, haverá recolhimento de roupas e alimentos para a população carente. Em alguns Estados, os participantes planejam colocar telescópios à disposição de interessados em observar estrelas e planetas. Todos os eventos serão gratuitos.


Nenhuma das entidades envolvidas na organização, a começar pela SR, conta com patrocinadores. Os gastos serão bancados pelos próprios participantes.


Para Lisiane, que também é pesquisadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Filosofia da Mente, o processo de secularização da sociedade brasileira está lento. Mas ainda assim, segundo ela, é possível perceber uma mudança de mentalidade na população, e o debate sobre a retirada de símbolos religioso das repartições publicas e da alusão a Deus nas cédulas do real são exemplos disso.


Ela lamentou que a defesa da laicidade do Estado continue sendo confundida por muitas pessoas como tentativa para a implantação de um ateísmo de Estado.


“Longe disso”, afirmou. “Nosso desejo é que cada pessoa crer (ou não) no que quiser, sem sofrer penalização de qualquer tipo.”


Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz2CF9TAU5j
Paulopes

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