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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 21, 2012

Odair poupa Globo,
Gurgel e Robert(o)

Para compensar, indicia Policarpo.

O relator da CPI do Robert(o) Civita deu um furo ao jornal nacional.

Recomendou que o Conselho do Ministério Público, devidamente blindado – clique aqui para ler o Mauricio Dias – , faça um carinho no brindeiro Gurgel.

Clique aqui para ver quem são os blindeiros do brindeiro.

Outra gentileza do relator foi poupar a Globo de um indiciamento.

O chefe de operações da revista Época em Brasília, apropriadamente defenestrado, mantinha relações promíscuas com Carlinhos Cachoeira.

Se Odair Cunha fosse candidato a Governador de Minas, o relatório teria sido impecável.

Pergunta: de quem foi a ideia de preferir o Odair ao Vaccarezza ?


Saiu no Globo:

Relatório da CPI do Cachoeira pede indiciamento de 30 pessoas



BRASÍLIA – O relatório final da CPI do Cachoeira, de autoria do deputado Odair Cunha (PT-MG), divulgado nesta quarta-feira, pede o indiciamento de 30 pessoas, entre elas o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, a mulher e a ex-mulher do bicheiro, Andressa Soares e Andréa Aprígio. O relator livrou o governado do Distrito Federal, Agnelo Queroz, por “falta de elementos”, mas pediu a responsabilização do governador tucano Marconi Perillo (GO).

O documento pede ainda a manutenção da prisão do bicheiro, alegando que “solto e de posse de um patrimônio invejável e ainda oculto, Carlos Cachoeira rapidamente restabelecerá suas atividades e seus contatos, reativando a organização criminosa e agindo para assegurar a impunidade de suas condutas e o êxito dos ilícitos que perpetrou”. Cachoeira foi solto ontem após ser condenado.

Perillo é apontado como colaborador do esquema criminoso, nos delitos de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e falso testemunho. “O governador Marconi Perillo também incorreu, com suas condutas e colaborações com o grupo criminoso”, afirma o documento. Apesar disso, não foi pedido o indiciamento do governador de Goiás.

Sobre Agnelo, o texto afirma que “não existem elementos que possam veicular a pessoa do Governador Agnelo Queiroz com a organização criminosa liderada por Carlos Cachoeira”, após realização da investigação.

O relatório da CPI pede o indiciamento de Fernando Cavendish pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O documento pede que as conclusões sejam entregues à Polícia Federal, à Receita Federal, ao Ministérios Públicos de todos os Estados em que a empresa Delta atua e ao Ministério Público Federal, incluindo dados dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da empresa.

“Recomendamos ainda que o Ministério Público e a Receita Federal promovam investigações sobre a conduta de todos os diretores da empresa Delta e suas afiliadas, especialmente em face das pessoas de Carlos Roberto Duque Pacheco e Heraldo Puccini Neto (diretores da Delta)”.

Três deputados que foram citados durante a CPI por terem relações com Cachoeira – Stephan Nercessian (sem partido-RJ), Carlos Alberto Lereia (PSDB-GP) e Sandes Júnior (PP-GO) – não tiveram o indiciamento pedido. O documento afirma que Stephan não teve o envolvimento comprovado com o grupo de Cachoeira, e pede apenas a responsabilização de Leréia. Sobre Sandes Júnior, o relatório pede que o que foi produzido pela CPI sobre ele seja encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde já corre processo que o envolve.

O documento, com mais de 5 mil páginas, está disponível no site do Senado.

Veja a lista das pessoas que tiveram o indiciamento recomendado pelo relatório da CPI:

1. Edvaldo Cardoso de Paula

2. Eliane Gonçalves Pinheiro

3. Lúcio Fiúza Gouthier

4. Marcello de Oliveira Lopes.

5. José Carlos Feitosa (Zunga).

6. Joaquim Gomes Thomé Neto

7. Jairo Martins de Souza.

8. Rodrigo Jardim do Amaral Mello.

9. José Raimundo Santos Lima.

10. Marco Aurélio Bezerra da Rocha.

11. Santana da Silva Gomes.

12. Elias Vaz de Andrade

13. Fernando de Almeida Cunha

14. Wladimir Garcez Henrique

15. Gleyb Ferreira da Cruz.

16. Geovani Pereira da Silva.

17. Lenine Araújo de Souza.

18. Adriano Aprígio de Souza.

19. Idalberto Matias de Araújo.

20. André Teixeira Jorge

21. Leide Ferreira Cruz.

22. Andressa Alves Mendonça de Moraes

23. Andréa Aprígio de Souza

24. Cláudio Dias Abreu.

25. Rossini Aires Guimarães.

26. Fernando Antônio Cavendish Soares

27. Antônio Pires Perillo

28. Rubmaier Ferreira de Carvalho

29. Carlos Cachoeira

30. Policarpo Júnior


Não se aguenta de tanto rir: foram-se os aneis e ficaram os dedos

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