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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 15, 2012

Rumo à OEA !
Submeter o STF à luz do sol

Foi essa Corte que submeteu o Supremo Tribunal Federal brasileiro ao opróbrio, por dar verniz “constitucional” à nefanda Lei da Anistia que os militares impuseram ao Brasil.
Saiu na vigorosa nota do PT que condenou o julgamento do mensalão:


http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/11/14/pt-stf-condenou-pelo-que-e-e-nao-pelo-que-fez/



(…)


o PT considera legítimo e coerente, do ponto de vista legal, que os réus agora condenados pelo STF recorram a todos os meios jurídicos para se defenderem.
Navalha
Os condenados no tribunal de exceção irão à Corte dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, de que o Brasil é membro e cujas decisões tem que acatar.
Foi essa Corte que submeteu o Supremo Tribunal Federal brasileiro ao opróbrio, por dar verniz “constitucional” à nefanda Lei da Anistia que os militares impuseram ao Brasil.
O Supremo se deu o direito de considerar legal uma auto-anistia.
E foi implacavelmente derrotado no julgamento na Corte dos Direitos Humanos da OEA, apesar da douta defesa que o jurisconsulto Sepúlveda Pertence fez do estatuto militar.
Cedo ou tarde, o Brasil terá de curvar-se à decisão da OEA, como fizeram a Argentina e o Chile.
E despir o Supremo, aqui, internamente, também.
Assim deverá ser feito com o julgamento que a Globo e o Supremo montaram para condenar o PT, Lula e Dilma, na ordem.
Em que in dubio, pau no réu.
As cortes internacionais lançarão a desinfetante luz do sol sobre a fraude à teoria do domínio do fato.
Antes que 14 mil juízes a utilizem como na Alemanha Nazista.
Paulo Henrique Amorim

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